quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ARTIGO - O que será que está acontecendo?

Fiquei assustado quando vi as imagens na TV da chuva de areia que invadiu a Austrália. De um lado, água. De outro, seca. E agora vem a areia. Passei a refletir o que pode estar acontecendo de tão sério para que a natureza reaja desta forma tão violenta. Seca, enchentes, degelo, tsunamis e outras formas terríveis de manifestações naturais, que não deixam de ser sinais para que o ser humano passe a prestar mais atenção no que vem fazendo com o Planeta Terra. É cansativo dizer, mas há tempos que esta agressão vem sendo demonstrado de diversas formas. As denúncias são tantas que as imagens que aparecem na TV todos os dias, passaram a ser tão corriqueiras que nem prestamos mais atenção. Essa chuva de areia me fez parar para perceber isso. Tem gente que acha linda a imagem das geleiras se derretendo, ou até mesmo de áreas desérticas. Não tenho dúvidas de que tudo isso é um alerta de que é preciso fazer alguma coisa. Coincidentemente os líderes de todas as nações estão reunidos na ONU, em New York, para falar sobre o assunto. Coincidência? Não acredito. A vida é feita de sinais, e pelo visto não estamos sabendo interpretar a reação da natureza. Acredito que os problemas que vivemos hoje, com chuvas exageradas, secas intermináveis, ventos cada vez mais velozes, e agora a chuva de areia nos centros urbanos, são demonstrações de que é preciso fazer algo para que tenhamos um Planeta Terra melhor para os nossos filhos. Mas o que eu posso fazer? Sinto-me escravo de uma série de hábitos que não consigo mudar. Estou esta semana sem meu carro, que está na oficina graças a um motorista de caminhão desatento que me encontrou no caminho, e percebeu isso tarde de mais. Estou aleijado. Não consigo ir a lugar algum a pé, ou ficar na dependência do outro. Como posso viver sem um automóvel? Observo que este é o maior equipamento que tenho que ajuda acabar com a camada de ozônio, porém, tenho uma dependência umbilical com este equipamento que não consigo viver sem. Será que eu me desfazendo do carro ajudaria em algo, para preservar o Planeta Terra do super aquecimento? Penso que não. Mais uma vez chego a conclusão que sozinho não posso fazer nada. Achei interessante a manifestação do Dia Internacional Sem o Carro. Justamente na semana que fiquei, inteirinha, sem meu carro. Que horror. Acredito que terei que pensar em outra forma de ajudar, pois o pouco que tenho acesso, sempre chegarei a conclusão de que minha ação é infinitamente pequena, da necessidade que o Planeta pede. Mas farei minha parte: vou procurar utilizar cada vez menos o meu automóvel. Vou ressuscitar minha bicicleta, comprar um tênis muito bom e investir nas caminhadas... epa!?... desta maneira posso aproveitar e perder uns quilos de gordura, melhorar minha condição física e revitalizar meus hormônios. Vi vantagem. É sempre assim: é preciso ter vantagens para promover mudanças de comportamentos radicais. Ao investir na saúde poderei fazer a minha parte para diminuir o aquecimento global que por conseqüência agredir menos a natureza. E mais: com a diminuição do uso de meu carro, passarei a investir menos em manutenção do veículo, ou seja, tenho inúmeras vantagens caso eu me proponha ajudar a diminuir o aquecimento global. Assim sendo, vou procurar investir em mim, que ajudarei o Planeta Terra. Mas espere ai? Então quer dizer que eu investindo em mim, ajudo o Planeta? Como sou burro mesmo... Mas será que sou o único?

3 comentários:

  1. Muito bem pensado: investindo em você, ajudará o Planeta, sem dúvida ! prá eu fazer algo pelo outro, preciso começar por mim. Porque não é o outro que muda, sou eu ! Antes de olhar prá o quintal do vizinho, tenho que olhar para o meu próprio. A mudança, a cura, a transformação bem feita, seja lá qual for, começa dentro (por exemplo, a cicatrização de uma ferida...). E aí cabe a responsabilidade de cada um de nós sobre nossas vidas, nossa casa e nossa Casa (Terra). Mas olha só um outro ponto de vista sobre essas catástrofes naturais: sempre aconteceram e vão continuar acontecendo... a Terra vem se modificando desde o Big Bang (ou qualquer que seja sua origem), se não, cadê os dinossauros?? O Universo não é estático - tudo se transforma de tempo em tempo, isso é Natureza e natural. É que, atualmente, vemos a coisa acontecer ali, em tempo real, bastando premer um botão... exatamente o quê assusta! E, pelo susto, vale reforçar nossa responsabilidade ecológica! Beijo grande. Deborah

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  2. Márcio, bom dia
    Achei interessante o seu artigo, tenho debatido isso na disciplina que
    ministro relacionada ao meio ambiente; por incrivel que pareça, mensagens
    de alerta como a sua com relação ao desequilibrio ambiental, são lidas e um
    grande número de pessoas sequer fazem uma reflexão a respeito, constatei
    isso no meu trabalho de conclusão de curso da minha pós-graduação em gestão
    ambiental. Me pergunto... Quando cairá a ficha?
    Abraços
    Edgar

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  3. Marcio,
    Voltei ao Brasil, agora posso comentar seus artigos, que anteriormente eu apenas lia.
    Por “iniciativa” de meus filhos, que receberam diversas multas em seus carros, fiquei sem habilitação. Foram3 meses sem dirigir. Acho que isso é um pouco maior que seu problema gerado pelo acidente.
    Poderia ser um problema difícil de resolver. Afinal preciso me locomover e para isso a cultura que me ensinaram passava pelo automóvel. Nos meus tempos de jovem, para ser o “bom” tinha que ter carro vermelho, e ter topete para pentear.
    Não me ensinaram que eu poderia viver sem o carro, e pior, não me ensinaram que o carro ajuda a promover todas estas catástrofes que você viu na TV. O consumo de combustíveis fósseis equivale a devolver à natureza todo o gás carbônico que aquela floresta trocou com o meio há milhões de anos passados.
    Mas esquecendo os problemas do período jurássico, eu aprendi que não é o fim do mundo ficar sem carro. Aprendi que para viajar de Bauru a Osvaldo Cruz onde tenho meu escritório, eu posso fazer em conjunto com outras pessoas e de forma coletiva poluímos menos. Passei também a me locomover dentro de minha cidade em uma bicicleta. É claro que tive que me adaptar a um “time” completamente diferente da correria que antes tinha. Mas locomover-se com as próprias pernas polui menos que de carro.
    Agora tenho a minha carteira de habilitação de volta, mas os hábitos ficaram. Acho que estes momentos de crise servem para buscarmos alternativas, acho que esta foi a maior lição que aprendi.

    Alonsinho

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