sábado, 28 de fevereiro de 2009

Nunca imaginei sambar na avenida

Foi uma experiência fantástica ter a oportunidade de desfilar na Avenida numa escola de samba. Admito que nunca fui considerado um folião de primeira linha, e muito menos um sambista exemplar. O convite surgiu de forma descompromissada, quando tive a oportunidade de participar da Bagunça do Circo no Tênis Clube, ao fazer parte pela terceira vez, de um bloco carnavalesco formado por conhecidos. Eu e minha esposa Liza, como os demais, manifestamos o interesse em reforçar a Escola de Samba Unidos do Bonfim, nos dois dias de desfile na Avenida Sampaio Vidal, no centro da cidade. No sábado a noite nos preparamos e com as nossas fantasias chegamos até o local onde todos se concentravam para sair sambando na Avenida. Confesso que pela primeira vez, estava bem cauteloso, preocupado com as improvisações, o empurra-empurra e aquelas confusões de praxe com pessoal pra lá de animado. Puro engano. Fiquei surpreso com a organização das escolas, com o comportamento dos sambistas que desfilaram e principalmente com a tranqüilidade de todos, não vendo nenhuma confusão fora do normal. Vi que o local era de concentração, mesmo. Somente a tensão e ansiedade pelo começo do desfile. Liza e eu nos sentimos meio perdidos, pois de todos os nossos colegas que se comprometeram, nenhum deles apareceu. Daí outra surpresa: a receptividade do pessoal da escola de samba que fazia parte da nossa ala, a Ala do Fogo. Com os conhecidos de vista, veio o bate-papo que rolou de forma agradável, até começar o desfile que foi super tranqüilo, e neste momento o frio na barriga tomava conta por alguns minutos, dissipado com o passar dos minutos. Imaginei que seria muito mais difícil, principalmente por não saber sambar, desfilar e num ambiente bem diferente do meu normal, porém, num local dos mais agradáveis, porque percebi que quase todos encontravam-se na mesma condição que eu e Liza, ou seja, estávamos todos na mesma situação. Por alguns instantes comecei a refletir. Quanto eu tinha 15 anos adorava participar das matinês e não via a hora de poder participar dos bailes noturnos. A partir dos 18 anos de idade, passei a freqüentar até os 20 anos, os bailes durante a madrugada, mas sempre sem muito envolvimento, pois nunca fui de beber e bagunçar. Sempre fui comedido. Há mais de 20 anos não brincava o carnaval como desta vez, pois, além de ir ao baile da Bagunça do Circo no Tênis Clube (temporão e único), ainda estive na Avenida desfilando numa escola de samba, algo inimaginável para mim, até então. É muito para uma pessoa pacata como eu. Pode parecer bobagem, mas foi um esforço próprio de quebra de paradigma em minha vida, além de reformar minha opinião sobre o carnaval de uma forma geral, pois, já passei a imaginar como é um desfile em sambódromos e o que isso pode representar para um povo. Passei a compreender a essência do carnaval. Sei que Carnaval é o momento que temos de ser o que normalmente não somos, mas pude ser o que sou numa situação inusitada e prazerosa. Respeitei e fui respeitado. Não exigi nada e nada exigiram de mim. Talvez essa fórmula seja das boas, porque tudo deu certo de forma natural-normal como sempre defendo que deva ser nossos comportamentos. Nada foi forçado e eu pude ser eu mesmo, numa situação em que jamais imaginei. Melhor ainda: com pessoas agradáveis, ao lado da mulher que amo, com diversão garantida, sem abusos, sem agressões, sem estímulos artificiais, somente na base do prazer.Realizei dois sonhos: o meu e o da Liza em desfilar pela Avenida, na cidade onde moramos, ou seja, nos expondo aos amigos e conhecidos (que não são poucos), numa situação bem diferente do nosso normal. Quero parabenizar a Escola Unidos do Bonfim pela boa demonstração que passou a mim sobre a idéia de uma Escola de Samba. Estendo os elogios a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Marília, organizadora do desfile, pela demonstração de organização, infra-estrutura e condição para que o Carnaval não passe em branco, pois, da mesma forma que surpreendi muitas pessoas que acenavam para mim na Avenida, fiquei surpreso pela minha capacidade de enfrentar situações diferentes e ver que é possível ser feliz em locais em que muitas vezes se quer imaginamos. Estou orgulhoso de ter evoluído, e passo a ser um admirador do carnaval de Rua. Vi como é de dentro para fora, porque já estive na Avenida assistindo os outros, e querendo entender o que motivava as pessoas a desfilarem numa escola de samba. Agora eu sei: felicidade. A partir de agora tenho outra opinião sobre: o carnaval, as escolas de samba e o poder de ver que é muito fácil ser mais feliz, desde que estejamos preparados para as mudanças. Márcio C Medeiros, é radialista e jornalista.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dia do Rotariano é o Dia do Voluntário Internacional

Segunda-Feira, dia 23 de fevereiro, foi comemorado o Dia Nacional do Rotariano. Através de Lei Federal, de número 6.843, do dia três de novembro de 1980, foi instituído o Dia Nacional do Rotary no Brasil, comemorado sempre no dia 23 de fevereiro, em razão de ser esse o dia da fundação do Rotary International, no ano de 1905, ou seja, em 2009 o Rotary International completou 104 anos de existência, sendo a primeira e maior Organização Não Governamental (ONG) no Mundo, presente em 208 Países com 1,4 milhão de sócios. Motivo de orgulho para qualquer rotariano que tem muitas razões para comemorar a data, e não deixar passar despercebida junto a comunidade local onde está inserido. A cidade de Marília conta com sete clubes rotários, Bauru com seis, Presidente Prudente com nove, sendo os maiores centros rotários da região do Distrito 4510 do Rotary International, em todo o centro-oeste paulista que conta com 66 clubes com 1,5 mil rotarianos. Não tenho dúvidas de que seja, também, a maior organização na nossa região em número de clubes e de pessoas. Isso quer dizer que 38 cidades contam com voluntários com grande potencial de apoio na comunidade, por terem como missão: servir ao próximo, difundir altos padrões éticos e promover a boa vontade, paz e compreensão mundial por meio da consolidação de boas relações entre líderes profissionais, empresariais e comunitários. Quando o advogado norte-americano Paul Harris, o fundador do Rotary International, estabeleceu o primeiro clube com outros três homens de negócios, em Chicago: Silvéster Schile (comerciante de carvão), Gustavus Loehr (engenheiro de minas) e Hiram Shorey (alfaiate), jamais ele poderia imaginar a grandiosidade que chegaria esta organização e a força instituída pelos voluntários que fazem parte desta instituição que se preocupa com a humanidade num todo, tendo as presenças de personalidades mundiais como rotarianos: Sir Winston Churchill, Primeiro-ministro da Inglaterra; Neil Armstrong, Astronauta e primeiro homem a pisar na lua; Walt Disney, Cineasta; Thomas A. Edison, Inventor, ou então brasileiros como: Antônio Ermírio de Moraes, Presidente do Grupo Votorantim; José de Alencar, Vice-Presidente da República; Jucelino Kubitschek, Ex-presidente da República; Mário Covas, Ex-Governador do Estado de São Paulo, dentre outros que fizeram ou fazem parte desta organização centenária. Pode parecer utopia, mas quando falamos de Paz e Compreensão Mundial, estamos falando da nossa paz individual. A Paz na comunidade que vivemos, pois, havendo a Paz onde o Rotary estiver, a maioria dos Países estarão em Paz, porque não existe uma instituição presente em mais nações do que o Rotary está, e desta forma, é o Rotary a única entidade capaz de promover a Paz no Mundo, pois foi do Rotary que nasceu a Organização das Nações Unidas (ONU). Os 1,5 mil rotarianos de nossa região devem se orgulhar em fazerem parte do Rotary International. São milhares de campanhas organizadas, em organização e em planejamento... São atividades, ações, programas, projetos, e tantos outros trabalhos voluntários que empresários e profissionais liberais, se unem e colocam as atividades profissionais que dominam em favor de programas e projetos rotários. O formato na arrecadação de recursos, existe das mais diversas formas e todas elas são benéficas, porque sempre alguma instituição carente será auxiliada. O rotariano trabalha para a comunidade, através do Rotary Club, de forma coletiva, pois, normalmente sozinho a força será enfraquecida. Quando um jornalista se une com advogados, médicos, engenheiros, arquitetos, empresários, educadores, e tantos outros profissionais, uma atividade vai completando a outra em favor de uma determinada campanha planejada e articulada dentro de um Rotary Club. Eu seria capaz de enumerar centenas de ações que os rotarianos desenvolvem no Mundo, no Brasil e na nossa região. A nossa essência é unir conhecimento, vontade, disponibilidade de tempo e principalmente a satisfação de ajudar a comunidade a crescer e se desenvolver. Normalmente o rotariano é atarefado, super compromissado profissionalmente, de família numerosa e com grandes laços de amizade. O que adianta ter tudo isso, e não utilizar essas qualidades em favor da comunidade em que faz parte? O que adianta ter sucesso profissional, intelectual, social e familiar, conseguidos na sociedade e devidamente reconhecida por ela de alguma forma, se não nos colocarmos em favor de programas e projetos que beneficiem a própria comunidade em que está inserido? Sendo através da sociedade que se conseguiu tudo isso, nada mais justo, que devolver esse conhecimento processado e melhorado, em trabalhos voluntários para a comunidade. Não consigo visualizar sucesso de uma pessoa, sem ser compartilhado. Não consigo imaginar um líder, admirado numa comunidade, se ele não der o exemplo de ajudar o próximo. Como ser reconhecido como ser humano, se não fizermos trabalhos em favor do ser humano. É pensando assim que defendo a necessidade dos rotarianos serem mais compreendidos na comunidade, que pouco utiliza o potencial rotário existente nas cidades onde estão presentes. As confusões de interpretações são de dentro pra fora e de fora para dentro, ou seja, os rotarianos se posicionam de forma insegura, enquanto que a comunidade observa os rotarianos de forma incompleta. Essa duas pontas precisam alinhar conceitos, visões e desejos, pois uma precisa da outra. O Rotary International para crescer precisa continuar com o trabalho conceitual, mas precisa ser mais contundente em mostrar suas obras e realizações. Jesus Cristo, a maior personalidade de todos os tempos, nos ensinou que é preciso explicar e mostrar. Se Ele ficasse pregando a Paz somente na oratória no pé da montanha, não teria convencido a humanidade como convenceu. Se Ele não tivesse mostrado através dos milagres, a força que tinha com a presença e com as palavras, talvez Ele não seria o que é. Os rotarianos precisam mostrar suas obras, através da Fundação Rotária, para que a comunidade dê o devido valor de contar com uma organização deste potencial, pois, são tantas as obras conquistadas pelo Rotary ao longo dos 104 anos, que alguns rotarianos e a população em geral desconhecem. Em nossa região há 73 anos estamos presentes na comunidade. Escolas, Centros Comunitários, estradas, ruas, vilas, Centros de Saúde, equipamentos dos mais diversos e assistência a instituições sociais diversificadas são algumas das bases de realizações dos rotarianos na região. Nunca é demais dizer que: ser rotariano não é fazer filantropia, assistencialismo ou beneficência. Ser rotariano é colocar os nossos conhecimentos profissionais em favor de programas e projetos que beneficiarão a comunidade. Essa é uma confusão complexa, mas que é preciso sempre lembrar. Nada melhor do que lembrar no mês, ou na semana em que se comemora o Dia Nacional do Rotary. Márcio C Medeiros, é radialista e jornalista, sócio do Rotary Club Marília Pioneiro

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A preocupação com o lixo espacial

Um artigo da Revista Veja chamou minha atenção sobre as atividades espaciais. Dois satélites se chocaram, aumentando a quantidade de lixo espacial. Sempre fiquei imaginando o que acontece com aqueles pedaços de foguetes que vão se desprendendo do módulo lunar. Imaginava que tudo aquilo se deteriorava, queimasse ou até mesmo se desintegrasse. Puro engano. Descobri que todas aquelas sobras ficam vagando entorno da terra. O artigo chamou minha atenção também, pela quantidade de satélites existentes em funcionamento: 3 mil deles ficam orbitando. Sem contar os mais de 17 mil fragmentos de artefatos lançados da terra e que se desmancharam de foguetes, satélites desativados e até ferramentas perdidas por astronautas, como aconteceu recentemente.
A geração dos anos 60 não deve se preocupar com isso, afinal a exploração espacial ainda é recente, perto da exploração da terra. Mas penso que as gerações atuais terão problemas no futuro com tanto lixo espacial assim. Como se não bastassem os problemas com o lixo doméstico, orgânico e o mais moderno de todos: os recicláveis. E agora vem essa com relação ao lixo espacial. Fico pensando que diante de tanto lixo que vai acumulando no espaço, o homem acabará preso num mundo horrível, pois, se quer se preocupa com as condições do meio ambiente que são finitos, onde vivemos, temos agora o problema maior, se preocupar onde não vivemos e que estamos explorando. Ao querer abandonar a terra, por qualquer razão, os seres humanos serão impedidos pelo próprio lixo que se criou entorno da terra. Um castigo, talvez, merecido diante de tanta agressão contra a natureza.
Pior será se esse lixo espacial resolver cair na terra. Dois satélites (um americano e um russo, por ironia) se chocaram recentemente nos céus da Sibéria. Mais destroços na lixeira espacial. Imaginem chover lixo. Já observamos lixo na água, no ar, na terra e agora caindo dos céus, com o lixo espacial. Penso que a preocupação tenha que ser elevada ao grau máximo, com o que produzimos e o que faremos com o descarte. No mundo consumista que vivemos, já passou da hora de uma mente brilhante descobrir uma saída para isso, pois do contrário o Mundo será um Lixo só.
Dia desses ao me apresentar em Presidente Prudente para um grupo de empresários e rotarianos, debatíamos a questão do Lixo Seletivo, por exemplo. A separação do lixo tem que ser um comportamento coletivo, pois, se eu separo o meu lixo, mas meu vizinho não faz a mesma coisa, e mistura o lixo orgânico com reciclável, e joga no mesmo local que o meu, não adiantou nada a minha separação. Digo que o Lixo Seletivo tem que ser Coletivo, ou seja, todos terem a mesma preocupação e comportamento. Neste caso, não adianta eu fazer a minha parte. Todos devem ter o mesmo comportamento de separar o lixo.
Como síndico do prédio onde eu moro, adotamos o lixo seletivo. Porém, muitos moradores não se preocupam com isso e jogam lixo orgânico em locais onde seriam lixo recicláveis. Insetos e animais roedores são atraídos da mesma forma. Pior é que vejo não se tratar apenas de conscientização e sim de preguiça, pois jogar o lixo é um ato só, e havendo um direcionamento para este ato, é uma questão de disciplina, organização e principalmente de hábitos culturais. Para isso é preciso que a pessoa tenha conhecimento, o que imagino ser a maior deficiência.
Por mais tecnologia que exista, e por mais evoluído (no sentido temporal) que o ser humano seja, o lixo será sempre um problema de saúde humanitária, por culpa da falta de hábito separá-lo ou darmos uma destinação a ele e, que possivelmente, será o nosso maior adversário, porque está claro que tudo que não for da natureza, não será absorvido facilmente. Ao poluirmos o ar, aumenta-se o buraco na camada de ozônio. Ao sujarmos a terra, poluímos os lençóis freáticos e por conseqüência ficaremos sem água potável. Quando sujamos os rios e oceanos, ameaçamos os recursos hídricos, ou seja, não temos saída. Sujando o espaço, um dia teremos que tirar isso da frente. Ou mudemos de comportamento, ou seremos vítimas dos nossos próprios lixos, ficando ameaçados por doenças de todos os tipos, afinal, temos um cérebro privilegiado, mas um corpo sensível e vulnerável a menor ameba existente, com poder de destruição mutante e inimaginável.
Márcio Cavalca Medeiros é radialista e jornalista.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A minha paz é a paz do mundo

Sempre questionei a existência de um motivo para haver guerra. Ao ler e ver histórias em que o ser humano é o único ser que mata por prazer e de forma banal, além do necessário, isso sempre assustou-me. O que faz uma pessoa odiar tanto a outra a ponto de desejar que ela morra? Como pode uma criança ser treinada para a guerra? Como viver em escombros e envolta de tanta destruição? Acredito que nunca saberei com exatidão o que isso significa, mas faço uma idéia, pois, onde eu vivo não é possível saber quais os motivos que levam as pessoas serem assim.
Como rotariano sempre ouço falar em Paz e Compreensão Mundial. Confesso que houve época que isso soava para mim como uma utopia, pois, como eu: brasileiro e residente em Marília posso influenciar a Paz no Oriente Médio? Porque uma pessoa pacata como eu devo preocupar-me com os entendimentos da Coréia do Sul e Norte? Ao tomar conhecimento de detalhes, conceitos e obter uma série de informações, reformulei meu pensamento e passei a entender melhor estas questões, que admito não serem pessoais, em virtude de saber que muitas pessoas pensavam com eu, mas não se aprofundavam na questão, porque o problema não é nosso e não nos atinge.
Ouvindo o nigeriano Jonathan Majiyagbe, atual presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária, e Ex-Presidente do Rotary International, numa de suas palestras aqui no Brasil, passei a enxergar de outra forma esta realidade. Esse advogado da Nigéria, que conhece bem os problemas de uma guerra civil, de pobreza e tudo mais, falava em tom suave, de que para desejar a Paz é preciso ter Paz. Ele fez com que eu imaginasse como uma criança consegue ter Paz ao chegar em casa assistir seus familiares morrendo sem saber dos motivos, ver a casa destruída sabe-se lá pelo que? Ou então transmitir a Paz vendo Pai matando a Mãe, irmãos traficando, irmãs se prostituindo ou coisas do gênero. Não consigo enxergar a Paz sem observar o mínimo de comportamento de Paz.
Ao começar a ver esta questão desta maneira, notei que as imagens que nos chega dos locais de guerra são sempre tristes, tenebrosos e muitas vezes horríveis. Não poderia ser diferente. O olhar das pessoas em uma Zona de Conflito é sempre a pior, quando deduzimos que o ódio está enrustido. Como ter Paz? A vingança parece-me ser um combustível nesta situação que naturalmente se perde o controle de nós mesmo, pois, são dons anormais e que existem por causa da: indisciplina, descontrole emocional e a incapacidade de discernimento, fazendo com que a nossa reação (até por extinto), seja a mais violenta possível.
Essa realidade de guerra não é a nossa. Assim sendo, pergunto como podemos evitar o conflito físico e moral? A partir do momento que a gente cultivar a Paz diariamente, em todos os lugares que estivermos, a Paz prevalecerá. Se no local de trabalho houver conflito, desentendimentos e mal estar, isso será repassado em minha casa, em meus relacionamentos e tudo mais que eu faça. É contaminante. Se em minha casa o clima e ambiente não forem felizes, não terei como transmitir isso em meus atos e pensamentos. A Lei da Atração reforça muito esse meu pensamento, pois, os meio que vivemos justificam nossos comportamentos. Lembram-se do ditado da vovó: “diga-me com quem tu andas, que lhe direi quem és”. É no ambiente que temos que ter o foco e não, apenas, nas pessoas que estão ao nosso redor.
Para eu influenciar o Mundo a ter Paz e a Compreensão Mundial preciso praticar no meu mundo individual e particular. Tenho minhas próprias guerras a enfrentar, meus conflitos a serem negociados e principalmente a minha luta diária. Mas porque não guerrear por um mundo melhor, resolver conflitos para um bem comum e lutar em favor do Bem? Acredito que a partir do momento que eu cultivar a Paz no mundo em que eu sou o Todo Poderoso, estarei fazendo a minha parte para que o Mundo de um modo geral tenha a Paz e a Compreensão Mundial. Quando eu pratico a Paz, ajudo na conspiração em favor da Paz. Quando eu passo a compreender os idosos, os jovens e aqueles que são diferentes de mim, estou ajudando o Mundo a ter a Compreensão Mundial. Por isso que eu posso ajudar neste processo, e tenho que fazer a minha parte.
Respeito plenamente os motivos que fazem as pessoas se envolverem em guerras nestes países conflitantes, mas não concordo com os meios. Seja por motivo religioso, político, econômico ou social, não importa a razão e sim os meios a serem utilizados para se encontrar o entendimento. Matar ou tentar matar só aumentam o ódio, a raiva e o desejo instintivo de se defender de qualquer maneira. Mas se eu procurar compreender o que levou o outro a agir de determinada maneira e usar a minha inteligência para evitar os conflitos físicos e morais, posso demorar a encontrar uma solução, mas estarei sempre no caminho da Paz.
O exercício que devemos promover a nós mesmos, é o de promover a Paz naquilo que depende de nós. Acredito que se isso acontecesse os seres humanos seriam bem diferentes. Seja inteligente e diferente: não revide uma agressão. Mostre ao outro que você é superior em todos os níveis, e surpreenda reagindo de forma amigável, afinal seu oponente sempre vai esperar o pior e nunca o melhor de suas ações. Mais uma vez a comunicação é a principal arma contra os desentendimentos, conflitos e a principal ferramenta da Paz, pois, quem informa ao outro sobre o que pensa e sente é melhor compreendido. Nunca deixe de falar de seu amor pelos outros e pelas coisas. Vejo isso, como sendo o antídoto contra qualquer confusão.
Márcio Medeiros é radialista e jornalista E-Mail: marcio@medeiros.jor.br BLOG: HTTP/marcio-medeiros.blogspot.com

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cada minuto tem que valer a pena

Esta semana recebi uma notícia muito desagradável. Um conhecido, que dias atrás era a pessoa mais irradiante possível no aniversário da mãe que completara 80 anos de vida, levou um golpe nos deixando muito preocupados. Pessoa atlética, inteligente, coronel militar e cidadão do mundo, foi vítima de um AVC e hoje está numa UTI, em situação muito delicada. Isso me fez pensar sobre o assunto, apesar de não ser uma novidade entre os seres humanos, pois todos nós estamos sujeitos a este ataque. O choque foi de que a morte nos ronda em todos os momentos e obrigou-me a refletir sobre esta questão, mais profundamente: cada minuto tem que valer a pena. A qualquer momento tudo pode acabar. Passei a pensar num paradoxo. A partir do momento que nascemos, fazemos de tudo para termos uma vida mais maravilhosa possível, e o prêmio por todo o nosso esforço é a morte. Bom ou mal, rico ou pobre, homem ou mulher, tudo, mas tudo mesmo, acaba em morte. Animal ou vegetal, o fim é a morte. Oras... se independente do que fizermos termina em morte, porque ela é vista como algo ruim, surpreendente e chocante? Acredito que seja pelo fato de encerrarmos tudo que vínhamos fazendo, sem um ponto final que gostaríamos. Não ter mais a companhia das pessoas que amamos e principalmente por não sabermos colocar um final feliz em nossa história e vida, ou seja, nesta passagem o final da história de vida é inesperado para o próprio autor, que somos nós. Com a notícia deste meu amigo, meus pensamentos passaram a girar da seguinte forma: porque devo deixar algo para depois? Porque não faço aquilo que me dá prazer imediatamente? Porque não deixo claro, rapidamente, o que quero e penso? Tenho que fazer com que cada minuto de minha vida valha a pena, porque, de forma inesperada minha vida pode acabar e posso passar por essa vida como um incompreendido. Penso que todos não querem ser lembrados por obras inacabadas, apesar das testemunhas que escolhemos. Resolvi então aproveitar sobremaneira, ainda mais, os minutos que tenho, em virtude de que cada minuto que passa não volta mais e os próximos que tenho, tenho duas saídas: ou dedico alguns minutos para explicar algo que ficou mal entendido, ou aproveito esses minutos em favor de minha felicidade. A segunda alternativa parece-me mais agradável. O filme em cartaz que conta a história de Benjamin Button (aquele personagem que nasce velho e com o passar do tempo vai ficando mais novo), nos faz refletir, pois, dentro deste ponto de vista de que cada minuto tem que valer a pena, percebi que independente se nossas vidas vão de 0 a 100 anos de idade, ou de 100 a 0 anos, os minutos continuam preciosos. O caracol mental que isso proporciona é que não temos conhecimentos suficientes para saber administrar tudo isso, e talvez a magia da vida seja esta: o inesperado. Principalmente quando nos deparamos com aquelas situações em que o tempo parece ser perdido: dormir demais, sedentarismo, brigas e discussões com pessoas que amamos, e tantas outras armadilhas que caímos, armadas por nós mesmos. A conclusão que eu cheguei é que: não importa o que venha a ser ou acontecer, vou dedicar mais prazer, mais alegria e ser mais objetivo aos meus sentimentos, pois se tempo é dinheiro, o minuto de nossas vidas é preciosidade e precisa ter o máximo de valor possível. Temos que fazer de tudo para que cada minuto seja em favor da felicidade, do prazer e da alegria, pois, acredito que não estamos neste mundo para sermos infelizes. Se Deus é nosso Pai, e somos todos filhos de Deus, pai nenhum gostaria que o filho fosse infeliz, e jamais proporcionaria um ambiente infeliz para que o filho vivesse. Assim sendo, se não somos felizes o suficiente e da forma como o nosso Pai gostaria, é por não sabermos e estamos tendo escolhas ruins. Cabe a nós procurarmos fazer com que cada minuto de vida valha a pena. Que tal começarmos a valorizá-lo já, em nome da própria felicidade? Eu já comecei. Nunca é tarde independente da idade. O pior deve ser, terminar a nossa história de vida sem um final feliz. Se não for possível finalizarmos bem, que deixemos sinais de que o final era para ser feliz e que todos saibam que você passou por aqui, e procurou ser feliz. Que meu minuto de vida tenha valido a pena. Quer presente melhor para um Pai, saber que o filho foi feliz na vida que teve? Pense nisto.
Márcio C Medeiros é radialista e jornalista. E-mail: marcio@medeiros.jor.br. BLOG: http://marcio-medeiros.blogspot.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O voluntário empresarial

Tenho acompanhado inúmeras pessoas que assumem as funções de presidente, diretores, coordenadores e conselheiros, em instituições de classe, principalmente. Todos eles ocuparam e ocupam cargos sem remuneração e sempre questionei os motivos que levam essas pessoas a se comprometerem por uma causa coletiva. Observei que todos eles num primeiro momento recusam o cargo, dificultam a indicação e muitos até se sentem ofendidos quando são lembrados. No entanto, depois da resistência, se transformam e passam a dar a vida pelo trabalho na instituição voluntária. Já vi pessoas que de tanto envolvimento colocaram o trabalho voluntário como prioridade em suas vidas, deixando a família, os negócios e os amigos em planos inferiores. Aprendi, que isso não é bom, como tudo que é exagerado deve sempre ter o bom senso. Mas, por outro lado, admiro quem consegue ter prazer em desenvolver trabalho voluntário, e ainda assim, administrar bem as questões pessoais e profissionais. Mas a pergunta que faço, sempre, é o que leva uma pessoa dedicada, destacada em sua categoria e normalmente bem relacionada, a ser um voluntário empresarial? Defino como sendo voluntário empresarial aquele que faz trabalhos gratuitos, assume responsabilidade civil e criminal, por uma atividade de classe, sem qualquer ganho financeiro. Da mesma forma que acredito ser o reconhecimento de seus companheiros ou da comunidade em que faz parte o combustível do voluntário social, penso que esse reconhecimento também é o que motiva um voluntário empresarial. O ser humano necessita do reconhecimento e da compensação moral. Vamos lembrar do aperto de mão, dos abraços, dos beijos que recebemos dos outros e que nos fazem bem. São milhares de centenas de pessoas que desenvolvem trabalhos voluntários, na busca de um reconhecimento, seja ele qual for. A gratidão de poder ter feito algo por outra pessoa é impagável e não é possível mensurar o valor financeiro deste ato. Sentir o sorriso, a satisfação e ver a melhoria na qualidade de vida de outro ser humano, é algo que dignifica qualquer pessoa que tem a capacidade de mudar a vida de um semelhante. Quem já teve essa sensação sabe do que estou dizendo. Acredito que seja isso que faz com que pessoas de bem, aceitem o compromisso de fazer com que a vida das pessoas mudem, dentro das possibilidades e limitações de cada um. Quem assume a presidência de um grupo de voluntários tem que ser admirado sempre. Não é qualquer um que tem essa coragem, e por não ser qualquer um, a admiração tem que ser dobrada. O respeito que temos que ter com o voluntário empresarial é muito grande, pois, colocar o próprio nome, o comportamento e principalmente a história pessoal de vida para ser julgada pelos outros, não parece-me algo para qualquer um, e sim, digno de pessoas especiais. Desta forma, faço uma reflexão neste sentido, sugerindo para que passemos a olhar, com um outro olhar (o olhar da gratidão), para essas pessoas que sempre são ocupadas e mesmo assim, encontram tempo para estudar, planejar e agir em favor de um segmento, seja ele social ou profissional, mas sem qualquer ganho financeiro, que neste mundo capitalista tem valor e é necessário. Vamos reconhecer nesses voluntários empresariais que o desejo deles vale a pena. Independente do sucesso que eles venham a ter, ou não, o que importa é mostrar a coragem de se colocar ao julgamento do outro, que sabemos que nem sempre é justo, mas, é o que mais acontece. Assim sendo, saúdo todos esses voluntários empresariais e digo que, por causa da iniciativa deles, nossa sociedade está melhor, pois quem é competente na vida pessoal, familiar e empresarial, pode ajudar de alguma forma a categoria social ou profissional que faz parte. O que não posso admitir é a omissão de algumas pessoas, pois, se são vencedoras devem saber lidar com as diferenças e ensinar aos demais, como fazer para contornar os obstáculos e atingir a vitória. Aprendizado que não é repassado, não me parece ser uma visão e comportamento inteligentes. Se o estímulo para o voluntário empresarial é o reconhecimento, vamos admitir que a presença dele (por si só), já é merecedor de todos os agradecimentos de uma comunidade. Imaginem se ninguém se dispusesse a assumir esse compromisso, pois, como costumo dizer: quem não se envolve não se desenvolve. Márcio Medeiros é radialista e jornalista – marcio@medeiros.jor.br BLOG - http://marcio-medeiros.blogspot.com#