sexta-feira, 9 de abril de 2010

BBB10 - A Lição

Tenho procurado assistir a todas as entrevistas dos participantes do BBB10 para eu poder chegar a uma conclusão do que aconteceu. Ainda está estranho o programa de TV bater recorde de votação e não ir bem nas pesquisas de IBOPE, e ainda o vencedor não é a personagem mais simpática, ou pelo menos que se identifique com a população em geral. Nas edições anteriores esta empatia aconteceu. O vencedor era o queridinho da população e o comportamento dele dentro da casa era semelhante ao ambiente que a sociedade vivia na época. Mas o que aconteceu desta vez? Tenho vários pensamentos. Não sei se pelo fato de eu estar lendo muito material sobre planejamento estratégico, tenho observado que os amigos de Marcelo Dourado foram bem organizados. Daí a explicação do recorde no número de votações, e o fato deste sujeito participar de seis eliminatórias e passar por todas com boa margem de segurança e ainda vencer a etapa final com recorde de aceitação. Chego a conclusão de que Marcelo Dourado planejou, disciplinou-se e procurou sair de todos os conflitos mais perigosos num relacionamento em grupo. Fez ar de tonto, bôbo, ignorante e muitas vezes até um pouco violento. Mas controlou-se. Gosto do programa e procuro assistir sempre que possível, mas não como crítico contumaz, mas sim como mero observador, pois, noto que muitos dos acontecimentos que ocorrem dentro da casa, são semelhantes nas famílias, nos locais de trabalhos, nos clubes sociais, nas rodas de amigos e em qualquer grupo com mais de duas pessoas. Todos nós fazemos comentários semelhantes ao que assistimos na TV, ou até mesmo, temos comportamentos parecidos com uma das personagens. Percebo muita semelhança, e naturalmente vendo na TV ficamos confortavelmente assistindo, comentando e tirando conclusões. Diferente de quando somos a personagem do BBB no nosso dia-a-dia. Aprendi que Marcelo Dourado não é nenhum exemplo de pessoa, caráter, comportamento e até de imagem. No entanto, ele nos mostrou que a disciplina, o poder de relacionamento, e a administração do comportamento alheio podem ser argumentos de sucesso. Não tenho nenhuma admiração por ele, afinal, torci muito pelo Cadu, que ficou em terceiro e perdeu feio a final. Até mesmo para a Fernanda, que demonstrou ser uma pessoa dissimulada o tempo todo. Mas tenho que admitir que esse Dourado roubou a cena e mesmo com o jeitão brucutu, fez com que as pessoas votassem a favor dele. Já não vimos isso nas eleições? Acredito que os promotores do BBB devem avaliar melhor a forma de votação. Esse negócio de uma pessoa ter a possibilidade e a facilidade de votar quantas vezes quiser, parece-me não ser a mais correta e justa, pois aprendi que na votação do BBB não se trata do desejo da maioria e sim dos mais persistentes e amigos dos envolvidos. Admiro o programa pelo conteúdo e não pela fórmula de realização, pois, não concordo com muitos dos resultados das eliminatórias, tão pouco a final. Procurei desvencilhar o resultado do programa com o desejo da população, como insistiu por diversas vezes o lunático Pedro Bial. Na final, ao abrir meu leptop e ver que o “Brasil era Dourado”, senti uma grande influencia do ditado: quanto pior, melhor. Talvez o resultado seja um sinal de que a população está cansada de assistir um programa que dure 10 anos com o mesmo formato. Diga-se de passagem, para um programa de TV durar uma década e faturar o que fatura, não pode ser considerado um programa duvidoso. Respeito isso, mas penso que a cada ano temos que fazer leituras diferentes sobre o desenvolvimento deste tipo de programa que pode ser conduzido de uma certa forma, porém, nada que seja considerado desonesto. Ou alguém acha que a TV Globo gostou do Marcelo Dourado ter vencido?

quinta-feira, 11 de março de 2010

O amor de Zequinha e Mariquinha

Zequinha é um passarinho que a minha amada Liza ganhou de um de seus alunos. Quando chegou em casa ficou minutos tímido e depois passou a cantar todos dias, em todas as horas e em todos os momentos. Basta fazer barulho em casa, seja conversando ou através de qualquer aparelho elétrico, lá vai Zequinha cantarolar. Conquistou a nossa simpatia rapidamente e contagiou os vizinhos que não cansam de elogiá-lo, tamanha disposição para cantar a qualquer momento. Não existe uma só pessoa que não admire a performance dele em todos os sentidos, pois, ao cantar desenfreadamente, passa a chamar a atenção de todos pela melodia agradável que apresenta constantemente. Diante desta simpatia toda não é preciso dizer que ele é um passarinho mimado. Minha sogra Cleusa, por exemplo, todas as vezes que vai em casa deixa ração, água e qualquer outro alimento para canarinho, a disposição do bichinho que ainda vai explodir de tanto comer. Chegou ao ponto, certa vez, de colocar água gelada para que Zequinha se refrescasse, esquecendo o tempo a mais na geladeira, colocando o bebedouro ainda em forma de gelo. Tomar banho então, é motivo de platéia cativa, tamanha algazarra que o animalzinho faz com muita graça e beleza. Coisas que somente a natureza pode explicar. É percebido que Zequinha é o centro das atenções em casa. Impossível não notar a presença dele. Diga-se de passagem, é o único animal permitido e que durou mais do que o esperado. Foram tantos os peixinhos que tivemos, que em razão da curta existência, desistimos. Cachorro e gato, nem pensar. Por enquanto. Zequinha continua resistente a ponto de atrair outros pássaros do bairro, como rolinhas, pombinhas, pardais, bem-te-vi, beija-flor, e outros que não sei distinguir. Passo a enxergá-lo com certa liderança, mas depois caio na realidade que se trata dos restos da ração que ficam no chão. Mas a verdade é que Zequinha é o xodó da casa. Com os preparativos para a chegada de Laura, nossa filhinha, Liza está se esforçando ao máximo em mudar comportamentos em favor de nossa herdeira. Vegetariana que é, passou a comer carne com menos raridade... Músicas, livros, revistas, sites, telefonemas, contatos e tantos outros afazeres de uma grávida, tudo em função de Laura que chegará em julho. Até Zequinha entrou no esquema. Liza quer que Laura curta-o e por isso tratou de arrumar uma companheira para que tenhamos uma família de canarinhos. Certo dia ela chega em casa com: Mariquinha. Uma canarinha lindinha, de plumagem amarela, redondinha, perninhas claras e um olhar todo angelical. Tenho a absoluta certeza de que Zequinha e Mariquinha tiveram o amor a primeira vista, que eu acredito muito, pois aconteceu isso quando vi Liza pela primeira vez e hoje considero-me o homem mais feliz do mundo em tê-la ao meu lado, e em breve ao lado de Laura, fisicamente. Zequinha é outro pássaro depois da chegada de Mariquinha. Tenho a impressão que passou a cantar mais grosso, está mais agitado e o que é pior: ao lado de Mariquinha ele não canta. Impressionante como é fato quando seres masculino e feminino, se encontram, ambos passam a ter uma comunicação telepática, ou através da linguagem do coração e do amor. Comecei a prestar mais atenção nesse relacionamento entre canários. Já fiquei horas observando Zequinha e Mariquinha, que ainda estão em gaiolas separadas, mas em breve ocuparão as mesmas grades. Comecei a ficar aborrecido, pois aquela cantoria que eu adoro havia terminado. Zequinha só pensa em Mariquinha, igual a qualquer apaixonado. Talvez tenha se esquecido de cantar, pois, agora tem a quem admirar. Fazendo uma analogia das relações amorosas, passei a ver que é sempre assim: quando estamos na fase da conquista somos poderosos, fortes, incansáveis e super exibidos. Ao conquistarmos a admiração do amado ou amada, passamos a viver em função da reação do outro. Com o tempo concluímos que isso não é o ideal, porém, é preciso passar por esta fase. Sempre percebi que casais perfeitos nos relacionamentos, tem um dos lados anulado, tímido ou superado. Num casal, sempre tem um que se deixa levar pelo amor do outro. É a lei da concessão. Não se trata de medir forças, mas sim de dar pouca importância a si, para o bem da relação ou por ter amor em ver o outro mais satisfeito. É a satisfação em ver o outro mais ou igual do que a satisfação própria. Aprendi em dois casamentos que a tolerância, as adversidades, a reunião de famílias e a aceitação dos defeitos do outro são temas delicados que não podem ser discutidos a todo instante e em locais e momentos inoportunos. São assuntos que merecem cuidados, pois colocam a relação do casal em xeque e as vezes, por impulso, medidas são tomadas de forma precipitadas. Para desfazê-las pode custar uma vida. O bom senso, o equilíbrio e a essência do amor, que é a crença de que a vida é melhor sempre com boa companhia, são diretrizes que devem ser alcançadas pelos casais verdadeiramente apaixonados e que respeitam a limitação mútua. Zequinha quando está longe de Mariquinha, ou quando não a vê, inicialmente ficava desesperado e cantava como um louco. Passei a separá-los, através de uma toalha entre os dois, e hoje ambos perceberam que estão tão próximos que não é preciso ver. Porém, Zequinha voltou a ser o nosso tenor, enquanto que a graciosa Mariquinha demonstra ter a tranqüilidade feminina em saber que, a noite, ambos estão juntos um olhando para o outro em pleno amor. Percebo então, que o amor deve ser curtido na plenitude, independente de som ou imagem. E assim passei a beijar muitas vezes uma barriga enorme que Liza vem carregando ultimamente, sem ver e sem ouvir a pequena Laura, mas sabendo que o meu amor é vivo. Passo acreditar que realmente o amor é cego, surdo e mudo. Trata-se de uma energia vital para quem quer ser feliz, basta ter o amor, mesmo sem ver ou ouvir. E eu sou muito feliz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Unidos para um bom fim. Valeu!

Pelo segundo ano seguido participei do desfile das escolas de samba da cidade de Marília. O ano passado foi na ala do fogo e este ano na ala das águas. Confesso que este ano, as cores: azul, prata e branco com um pouco de dourado, foram mais animadas do que o vermelho, preto e dourado do ano passado. Mas a experiência foi interessante, pois, apesar do local ser o mesmo e com a mesma escola de samba, o grupo era diferente e o ambiente também mostrou-se melhor e mais agradável. Não imagino quantas pessoas estiveram envolvidas neste trabalho, mas faço ideia do quanto deve ser trabalhoso. Os organizadores devem sofrer de angústia pela expectativa de quantas pessoas irão participar, pois, basta procurar uma fantasia na sede da escola e pronto. Não existe nenhum compromisso do folião ir. Desta vez chamei outros 15 colegas que engrossaram a ala, apesar de que alguns participaram de outro grupo da mesma escola. A diversão foi a mesma e a animação, na impressão que tive foi maior do que a do ano passado. Observei, novamente, a excelente organização não só da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, como da própria escola, a Comunidade Cultural Bonfim (Unidos do Bonfim), apesar dos problemas que soube pelos jornais na quinta-feira. Notei que o carnaval de Rua não pode e não deve acabar e o Poder Público deve criar condições para que os grupos estejam incentivados a participarem, pois, no segundo dia do desfile cheguei a pensar que seria cancelado, por causa da chuva e por falta de pessoas. A chuva passou e o povo foi para Avenida em grande número assistir os desfiles. Isso é pura demonstração do fortalecimento cultural de uma comunidade. Muitas pessoas perguntaram-me porque que eu fui as duas noites, participar dos desfiles. Minha família então, não se conforma de ver minha mudança de comportamento, pois sempre fui arredio a esse tipo de participação. A explicação é simples: Nunca fui de gostar de carnaval no salão. Considero abafado, bagunçado e um péssimo lugar para ficar muitas horas com os amigos, pois é impossível conversar. No entanto, gosto do entusiasmo, da animação e do ritmo. Com o carnaval de Rua eu vejo meus amigos, todos estão animados, o ritmo é mais vivo e o local é arejado e durante quase 60 minutos brinco o suficiente. Ou seja, excelente local para brincar o carnaval sem atropelo, riscos e bagunça. Os amigos que convidei todos adoraram e querem repetir a dose no ano que vem. Assisti uma interação entre as pessoas muito grande, um ajudando o outro a arrumar as fantasias minutos antes de entrar na Avenida. Pessoas desconhecidas até então, e que mostravam cumplicidade. Observei pessoas, como eu, que não tem ligação alguma direta com a escola, preocupadas com o número de figurantes, em saber a letra do samba e como fazer para mostrar a escola bem. Isso chamou minha atenção e conclui que a partir do momento que você se encontra num ambiente bom, todos querem irradiar essa energia boa, independente dos interesses. Tenho certeza que 90% daquelas pessoas que convidei se quer souberam o resultado da apuração que aconteceu na quarta-feira de cinzas. Eu mesmo soube do resultado e dos detalhes, através dos jornais na quinta-feira. Fiquei triste em ler que a Comunidade Cultural Bonfim pretende não desfilar no ano que vem. Fui testemunha de um comportamento elogiável das pessoas com quem tive contato na escola e imagino que seja assim sempre e desta maneira penso que aquelas pessoas queriam um fim bom para uma escola de samba que já foi campeã de Marília por três vezes, ou seja, faz parte da história do nosso carnaval. Desconheço os motivos que levaram a escola sucumbir, mas acredito que esta experiência não acabará por aqui. Outras oportunidades existirão, afinal pessoas como eu estão enxergando o carnaval de Rua com um outro olhar: sem críticas, preconceitos ou indiferença. Passo a ter um olhar de que realmente esses grupos são necessários para a comunidade que faço parte. Meu envolvimento foi super agradável, mas agora vejo que foi triste, em razão de marcar o encerramento de uma possível participação da escola no Carnaval de Rua de Marília. Já não foi fácil desfilar sem a minha amada Liza, que ficou em casa assistindo pela televisão transmitindo nossa alegria a Laura que, mesmo ainda na barriga, certamente gostará de carnaval e em breve estará com o pai, a mãe e o irmão, festejando o carnaval na avenida. A superação destes meus dois sentimentos tristes e momentâneos, se devem ao fato de que vi que pessoas comprometidas com o simples desejo de participar, podem e fazem a diferença. Naturalmente que refiro-me a aqueles com que tive contato, pois, notei que eram necessárias quase 500 pessoas para manter a escola dentro do planejado, e isso não foi conseguido pelos dirigentes da escola. A compensação foi verificar em cada rosto presente na Avenida, que o samba, aliado as cores e aos movimentos dos participantes, chamam a atenção de qualquer ser humano: novo ou velho, gordo ou magro, homem ou mulher, criança ou adulto. O povo gosta de assistir isso e existem pessoas que querem oferecer isso ao povo. Talvez falte um pouco mais de atratividade durante o ano, das chamadas escolas de samba, que na verdade são escolas da alegria, principal matéria prima de qualquer bem sucedida apresentação carnavalesca. A alegria de brincar eu verifiquei em dezenas de pessoas que se prontificaram a repassar às pessoas que estiveram na Avenida e que não sabem como fazer isso sempre. Para mim, foi um bom fim da escola na Avenida, porque, mesmo sem saber que se tratava da última apresentação da escola no Carnaval da cidade, participei com alegria e descontração igual a muita gente. Como a perfeição não existe, e prova disso são as ausências da minha amada Liza e de meu filho Murilo desfilando comigo, quero acreditar que no ano que vem será melhor que este ano, que foi melhor do que o ano passado. Bonfim, 40 anos... valeu!!! Como diz a música que cantamos na Avenida.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A culpa é da natureza, porque não?

Existe um ditado que diz: Deus perdoa tudo, o homem as vezes e a Natureza nunca. Penso que é exatamente isso o que vem acontecendo com o planeta que registra inúmeras manifestações violentas da Natureza, que vem sendo agredida todos os dias há tempos. Não me surpreende ver chuva de areia na Austrália, o continente africano secando, além de Europa, América do Norte, Central e Sul cada vez mais desorientados quanto as estações climáticas do ano. Está tudo bagunçado por culpa de quem? Da natureza ou do homem? Claro que a resposta é óbvia, mas todos os dias a Imprensa em geral insiste em querer mostrar o homem como vítima, e não como culpado. Fico comovido com o sofrimento da população, que sem alternativas, passa a construir as casas em locais impróprios, e ainda da forma como consegue sem qualquer preocupação, a não ser a de ter um abrigo. São os únicos que sofrem, pois o Poder Público tem o álibi ao argumentar que o local era impróprio e que a avalanche ou a enchente eram previsíveis. Mas não é só isso. É preciso ver nas entrelinhas o que isso pode estar sinalizando para a humanidade em geral. Muita neve, muita seca, muita chuva, terremotos, maremotos, tsunamis e tantas outras catástrofes que estão cada vez mais próximas e ameaçando a raça humana. Não entro no mérito se o aquecimento global é uma verdade ou não, mas fico refletindo como é possível viver nas cidades sem sofrer a ameaça que estamos tendo. O solo cada vez mais cimentado sem local para escoamento de água, menos arborização e sem qualquer planejamento para se evitar desgraças. Chover sempre choverá e como será? Sol sempre haverá e como vai ser? Neve tem época certa e mesmo assim surpreende. Não consigo entender isso, e mesmo a Revista Veja explicando com riqueza de detalhes na edição desta semana, os motivos de tanta chuva, fico imaginando como podemos saber disso tudo e não estar preparado? Os cientistas, os técnicos ou os especialistas não sabiam disso tudo? O que foi feito? Nada? Isso sim, para mim, é irresponsabilidade, porque sabendo que tudo isso aconteceria nada foi feito. Quem sofre é o menos favorecido, sempre. Vivendo num país tropical não percebo qualquer movimentação dos especialistas em fazerem algo para evitar tudo isso no ano que vem, no mínimo. É como se esperássemos passar tudo isso e imaginar que tudo voltará ao normal. Penso que isso não passará e será uma constante em nossas vidas e hoje precisamos imaginar que tudo isso pode acontecer a qualquer momento, e em qualquer lugar. Sol, chuva, vento, neve, terremoto e tantas outras manifestações da natureza devem ser previsíveis, pois tudo isso não acontece de repente, e nem se trata de qualquer punição divina. Sendo assim, por que nada é feito para evitar que seres humanos morram? Talvez o problema seja o ser humano e não a relação com a natureza. Dá para dizer para uma família necessitada que não pode fazer uma casa na encosta de uma montanha? Dá para falar para uma família que não deve cimentar a casa toda? Dá para pedir para as pessoas plantarem árvores constantemente? Dá para dizer para a população não jogar lixo em qualquer lugar? Acredito que é o homem quem provoca tudo isso, e somente ele é o responsável. O que vem acontecendo é culpa nossa, que achamos cômodo culpar os Governantes (quando muito) e até a Natureza por toda essa confusão. Temos a inteligência e ao mesmo tempo a capacidade de por a culpa onde nos convém. A culpa agora é porque chove. Vamos refletir sobre as mortes por causas das chuvas, do calor, do terremoto. Talvez seja possível fazer algo para que isso seja cada mais difícil de acontecer, e não com a facilidade como vem surgindo e a Imprensa registrando rápido e completo. A solução a meu ver está na solidariedade. Quando o ser humano preocupar-se em ajudar seres humanos isso será possível, diferente do egoísmo que é visto quando pessoas pensam em si e no máximo no estado de conforto da própria família. Vamos olhar para mais longe. Ao ficar preocupado com o bem estar de meu vizinho, por exemplo, posso combater a Dengue. Preocupado em arborizar o meu bairro, posso ajudar no combate contra o calor e na absorção da água no solo. Ao manter a minha Rua limpa, evito entupimento no bueiro. Ações simples que dependem de mim. Talvez não sejamos capazes de evitar um terremoto, mas onde isso é possível acontecer nós sabemos e devemos esperar que aconteça e estar preparado para quando acontecer. Sei que é possível chover, então devo estar preparado para o escoamento da água que é inevitável. Prevendo o calor posso minimizar. A pergunta é: como posso fazer isso de forma coletiva? Sozinho será impossível e assim sendo, fico refém da coletividade. Percebendo que serei prejudicado pela impotência, o que posso fazer é questionar e quem sabe mais pessoas comecem a pensar que somente com ações inteligentes e comportamentos simples é que conseguiremos sobreviver, pois, do contrário estamos mesmo ameaçados, e chegará o dia que não poderemos colocar a culpa em outro. Ou estaremos só, ou não dará tempo de culpá-lo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meu nome é o meu maior patrimônio

Não gosto de apelidos. Sempre que observo uma pessoa mais conhecida pelo apelido, do que com o próprio nome, fico imaginando a reação de seus pais. Já observei que muitos apelidos são colocados pelos próprios pais, para compensar o nome complicado que deram aos filhos. Como se fosse um arrependimento. Esse assunto foi tema em minha casa recentemente, em virtude de eu e minha amada Liza, termos que escolher o nome de nossa filha que nascerá em julho deste ano. Ao completar as 15 semanas de gravidez, faríamos os exames de praxe e saberíamos o sexo do nenê e teríamos que ter um nome de imediato.Percebi que Liza ficou dias pensando no assunto e eu também, afinal, temos um relacionamento participativo em nossas vidas. Não pelo fato de ser um simples nome, mas por se tratar primeiro da expectativa em saber o sexo, para consequentemente optar por um nome. Antes, porém, passamos analisar as alternativas e chegamos a conclusão de que não se tratava de uma tarefa fácil, porque era preciso escolher um nome simpático e com significado. Logo de início Liza e eu descartamos uma série de nomes por terem semelhanças em nossas famílias anteriores. Passamos a procurar significados em nossas vidas em comum e chegamos a vários nomes, quando tomamos conhecimento de que o nome seria o primeiro e mais importante presente que daríamos ao nosso nenê, antes mesmo de nascer.Este presente será levado para toda a vida e assim sendo a nossa responsabilidade aumentou e as escolhas passaram a ter cuidados redobrados. Cuidado com possíveis apelidos, comparações com outras pessoas, facilidade de pronúncia e de escrita, fonética e até de pessoas conhecidas bem próximas. Sem contar as combinações das iniciais. Não foi fácil. Passei a ver esta decisão como algo tão sério, e mais importante do que saber o sexo. Comecei a viajar nas minhas imaginações, tentando antever problemas que poderiam existir e que nós não queríamos ser os causadores. Depois de algum tempo, Liza e eu chegamos a uma conclusão para um menino e para uma menina, passando a aguardar a definição do sexo para anunciar a escolha.Neste meio tempo reparei que o nome é o nosso primeiro patrimônio que herdamos e que procuramos mantê-lo sempre digno e respeitoso. Ninguém gosta de ter o nome em piadas, chacotas, comparações desagradáveis ou ser sinônimo de comportamento inadequado, ou até mesmo ser diminutivo ou aumentativo. Temos uma vida inteira na luta diária para mantermos um nome forte e respeitoso, herdados de nossos pais, daí a minha lamentação dos apelidos que naturalmente camuflam este presente familiar. Mas como manter o nome sempre respeitoso? Entendo que seja o resultado dos comportamentos diários da pessoa. Quando um nome vira grife, chega bem próximo da perfeição desejada, mas cada vez mais sensível e vulnerável fica, devido a exposição que passa a ter.O golfista Tiger Woods é um exemplo bem atual disso tudo. Sendo o primeiro atleta bilionário no Mundo, tinha o nome como sinônimo de tudo que era bom. Patrocinadores, fortuna, respeito, admiração, idolatria e que por um comportamento inadequado, descoberto e escancarado, vem perdendo tudo um ritmo frenético. Hoje ninguém, e nenhuma empresa, quer associar a marca ou a imagem ao nome de Tiger Woods. Isto nos ensina de que a busca pelo respeito com o nosso nome é constante e qualquer deslize tudo é colocado a perder drasticamente. Confirma também que os nossos comportamentos estão atrelados as nossas companhias, pois, somos avaliados pela sociedade em geral de acordo com o grupo social em que você faz parte.Assim sendo o bom nome que temos que manter é reflexo do comportamento adequado do nosso dia a dia. Liza e eu decidimos por Laura, uma menina. Este nome tem um significado importante para mim e para minha esposa, pois, nos consideramos vitoriosos pela determinação de anos lutando para concebê-la, e agora fomos premiados. Porém, não basta apenas o nome. Teremos que a partir de agora trabalhar na assistência à nossa filha para que tenha boa formação familiar e que tenha boas companhias, para que possa fazer boas escolhas.A decisão de um simples nome não consiste apenas em dar uma referência ao filho, mas sim, a primeira palavra para que a história de vida seja iniciada. Procuro sempre evitar os apelidos, porque imagino que esta mesma preocupação e dedicação que Liza e eu tivemos, todos os pais também passaram por isso. O nome tem significado sempre, seja pela existência de um antepassado, ou pela formação ou união de palavras que se tornaram simpática. Nunca tripudiei ao ver um nome esquisito, mas sim busco compreender os motivos que levaram pessoas adultas colocarem determinado nome em pessoas inocentes, mas que devem sentir-se homenageadas por alguma razão.Para aqueles que não gostam do próprio nome, razões devem existir mais do aspecto emocional e de relacionamento com os pais, o que justifica a atitude, pois, não deve ser fácil conviver com isso. De qualquer forma o respeito, a boa educação e principalmente a simpatia, sugerem que chamemos as pessoas pelos nomes e da forma correta, afinal, ao pronunciar o nome errado certamente a pessoa ficará magoada. Quer credibilidade maior do que ter um nome de respeito?

Meu nome é o meu maior patrimônio

Não gosto de apelidos. Sempre que observo uma pessoa mais conhecida pelo apelido, do que com o próprio nome, fico imaginando a reação de seus pais. Já observei que muitos apelidos são colocados pelos próprios pais, para compensar o nome complicado que deram aos filhos. Como se fosse um arrependimento. Esse assunto foi tema em minha casa recentemente, em virtude de eu e minha amada Liza, termos que escolher o nome de nossa filha que nascerá em julho deste ano. Ao completar as 15 semanas de gravidez, faríamos os exames de praxe e saberíamos o sexo do nenê e teríamos que ter um nome de imediato.Percebi que Liza ficou dias pensando no assunto e eu também, afinal, temos um relacionamento participativo em nossas vidas. Não pelo fato de ser um simples nome, mas por se tratar primeiro da expectativa em saber o sexo, para consequentemente optar por um nome. Antes, porém, passamos analisar as alternativas e chegamos a conclusão de que não se tratava de uma tarefa fácil, porque era preciso escolher um nome simpático e com significado. Logo de início Liza e eu descartamos uma série de nomes por terem semelhanças em nossas famílias anteriores. Passamos a procurar significados em nossas vidas em comum e chegamos a vários nomes, quando tomamos conhecimento de que o nome seria o primeiro e mais importante presente que daríamos ao nosso nenê, antes mesmo de nascer.Este presente será levado para toda a vida e assim sendo a nossa responsabilidade aumentou e as escolhas passaram a ter cuidados redobrados. Cuidado com possíveis apelidos, comparações com outras pessoas, facilidade de pronúncia e de escrita, fonética e até de pessoas conhecidas bem próximas. Sem contar as combinações das iniciais. Não foi fácil. Passei a ver esta decisão como algo tão sério, e mais importante do que saber o sexo. Comecei a viajar nas minhas imaginações, tentando antever problemas que poderiam existir e que nós não queríamos ser os causadores. Depois de algum tempo, Liza e eu chegamos a uma conclusão para um menino e para uma menina, passando a aguardar a definição do sexo para anunciar a escolha.Neste meio tempo reparei que o nome é o nosso primeiro patrimônio que herdamos e que procuramos mantê-lo sempre digno e respeitoso. Ninguém gosta de ter o nome em piadas, chacotas, comparações desagradáveis ou ser sinônimo de comportamento inadequado, ou até mesmo ser diminutivo ou aumentativo. Temos uma vida inteira na luta diária para mantermos um nome forte e respeitoso, herdados de nossos pais, daí a minha lamentação dos apelidos que naturalmente camuflam este presente familiar. Mas como manter o nome sempre respeitoso? Entendo que seja o resultado dos comportamentos diários da pessoa. Quando um nome vira grife, chega bem próximo da perfeição desejada, mas cada vez mais sensível e vulnerável fica, devido a exposição que passa a ter.O golfista Tiger Woods é um exemplo bem atual disso tudo. Sendo o primeiro atleta bilionário no Mundo, tinha o nome como sinônimo de tudo que era bom. Patrocinadores, fortuna, respeito, admiração, idolatria e que por um comportamento inadequado, descoberto e escancarado, vem perdendo tudo um ritmo frenético. Hoje ninguém, e nenhuma empresa, quer associar a marca ou a imagem ao nome de Tiger Woods. Isto nos ensina de que a busca pelo respeito com o nosso nome é constante e qualquer deslize tudo é colocado a perder drasticamente. Confirma também que os nossos comportamentos estão atrelados as nossas companhias, pois, somos avaliados pela sociedade em geral de acordo com o grupo social em que você faz parte.Assim sendo o bom nome que temos que manter é reflexo do comportamento adequado do nosso dia a dia. Liza e eu decidimos por Laura, uma menina. Este nome tem um significado importante para mim e para minha esposa, pois, nos consideramos vitoriosos pela determinação de anos lutando para concebê-la, e agora fomos premiados. Porém, não basta apenas o nome. Teremos que a partir de agora trabalhar na assistência à nossa filha para que tenha boa formação familiar e que tenha boas companhias, para que possa fazer boas escolhas.A decisão de um simples nome não consiste apenas em dar uma referência ao filho, mas sim, a primeira palavra para que a história de vida seja iniciada. Procuro sempre evitar os apelidos, porque imagino que esta mesma preocupação e dedicação que Liza e eu tivemos, todos os pais também passaram por isso. O nome tem significado sempre, seja pela existência de um antepassado, ou pela formação ou união de palavras que se tornaram simpática. Nunca tripudiei ao ver um nome esquisito, mas sim busco compreender os motivos que levaram pessoas adultas colocarem determinado nome em pessoas inocentes, mas que devem sentir-se homenageadas por alguma razão.Para aqueles que não gostam do próprio nome, razões devem existir mais do aspecto emocional e de relacionamento com os pais, o que justifica a atitude, pois, não deve ser fácil conviver com isso. De qualquer forma o respeito, a boa educação e principalmente a simpatia, sugerem que chamemos as pessoas pelos nomes e da forma correta, afinal, ao pronunciar o nome errado certamente a pessoa ficará magoada. Quer credibilidade maior do que ter um nome de respeito?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

As lições do Haiti aqui...

Não deixo de ficar emocionado todas as vezes que vejo na televisão o desastre que aconteceu no Haiti e a luta pela sobrevivência que aquele povo mostra todas as vezes que uma equipe de reportagem aparece. Penso que seja impossível não se sensibilizar por tudo aquilo. Verificar como é possível um ser humano no século 21 viver naquelas condições e chegar a comportamentos dos mais selvagens para lutar por comida, água ou pelos seus bens que sobraram. Admito que por muitos dias imagens fortes sobre o terremoto e a luta dos haitianos me incomodaram. Choro, desespero, mortes, crianças e velhos feridos, pais e mães desesperados pelo sentimento de impotência e principalmente o olhar profundo de cada um dos que sobreviveram, sem ter uma esperança a imaginar foram detalhes que muitas pessoas perceberam. Ao ver aquelas condições lamentáveis em que o povo do Haiti vive, fiquei a pensar como isto seria possível, ainda mais com um terremoto naquelas proporções? Como pode tanta desgraça acontecer num mesmo local? Que culpa aquele povo tem, por viver em condições tão miseráveis, e ainda sofrer um terremoto arrasador? Não encontro respostas para estas perguntas, mas consigo transportar estas minhas indagações a uma realidade que está bem próxima de mim. Ao passar em locais periféricos da cidade em que vivo, começo a recordar as imagens que as emissoras de TV insistem em mostrar, do povo do Haiti, nos principais horários da televisão constantemente. Cheguei, certa vez, pensar que estavam falando do Haiti, mas era sobre as enchentes de São Paulo, as catástrofes de Paraitinga, e até mesmo fiz confusão sobre os acidentes em Agra dos Reis. Em um dia em que Marília foi vítima de um temporal, fotos nos jornais mostravam o estrago que a população mais carente de minha cidade sofreu, e eu imaginei que fosse o Haiti. Lembrando da música de Caetano Veloso em que ele diz que o Haiti é aqui, passei a refletir a dimensão dos problemas. Assim sendo percebi que somente grandes nações podem ajudar o povo haitiano. Navios, aviões, carros, tanques (de água), exército (segurança), e ONGs especializadas em catástrofes é que são os meios emergenciais e que farão algo por aquele povo imediatamente. Minha ajuda é ínfima. Naturalmente se eu me unir a outros, pode ser que faça alguma diferença a longo prazo, mas penso ser incapaz de fazer algo pelo povo do Haiti a qualquer momento, mas posso fazer pelo povo de Marília ou de cidades próximas, ou até mesmo dentro do meu País. Ao assistir uma apresentação de uma voluntária que esteve em Guayaquil, no Equador, fazendo parte de uma Missão Humanitária do Rotary International, enxerguei que a minha vocação de voluntário pode ser desenvolvida na comunidade em que estou. Ou até mesmo em regiões miseráveis dentro do meu próprio País. Senti que eu seria a diferença neste sentido, e que a minha simples presença (sem fazer qualquer coisa) poderia ajudar em algo. Ao ouvir a Lilian Moraes mostrar o quanto foi importante esta missão para o povo equatoriano, fui me enchendo de motivação para fazer algo por aqui mesmo, sem a necessidade de ir tão longe. Vendo como o Haiti está transformando o mundo em nações humanitárias, e vendo o que o Rotary International é capaz de fazer sozinho, aprendi que ao dedicar-me em ações simples, práticas e dentro de minhas possibilidades, posso ajudar qualquer um em qualquer lugar. Tenho conhecimento que as famílias carentes de minha cidade são assistidas pelo Poder Público e por diversas instituições filantrópicas e assistencialistas, em que minha presença talvez fosse desnecessária, se eu a trocasse por donativos ou alimentos. Seria mais útil e menos trabalhoso. Ao assistir o trabalho voluntário que foi feito no Equador, imaginei as regiões mais interioranas do nordeste, sul ou até mesmo no norte do Brasil. Imaginei os problemas indígenas até hoje mal resolvidas pelas equivocadas políticas públicas, ou até mesmo pelo antigo Projeto Rondon, que sempre tive idolatria em fazer parte, em que poderia ajudar com a minha simples presença e com a pouca experiência que adquiri na vida. Ou seja: não consigo ajudar o Haiti, mas posso ajudar o Brasil. Estou colhendo informações de como fazer isso. Naturalmente sendo rotariano convicto, farei parte de uma Missão Humanitária que a organização que faço parte pretende desenvolver, graças ao entusiasmo desta moça, Lilian Moraes, da cidade de Rancharia, que vem contagiando as pessoas que prestam atenção na essência deste trabalho realizado por ela. Quando isto acontecer, sentirei a recompensa física, moral e espiritual de como é necessário e vital para a vida de qualquer pessoa, ajudar desconhecidos com o único propósito de ajudar, seja como for. Vendo o Haiti, a África, o Equador e tantos outros locais miseráveis deste planeta, vejo o quanto é importante dar de si antes de pensar em si, que a meu ver deve ser a única razão de nossa existência. Qual a importância que existe em viver sem ajudar o outro?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

As mães são mais importantes

Vivo uma experiência extraordinária. Serei pai pela segunda vez aos 43 anos de idade. Posso afirmar que é bem diferente do que ser pai com 20 ou 30 anos. A primeira experiência que eu tive em ser pai, na época estava com 27 anos. Foi maravilhoso, mas vivia uma outra situação e enxergava o mundo com um outro olhar. Hoje, mais tarimbado, reconheço que a experiência que adquiri será benéfica em todos os sentidos. Aos 25 anos de idade qualquer pessoa se considera capaz de mudar o Mundo, enquanto que próximo dos 50, nossas forças e entusiasmos são bem diferentes. Mas esta gravidez é totalmente diferente da anterior. Primeiro que são com mulheres diferentes, e segundo que a experiência atual se trata de uma fertilização assistida. É a quinta tentativa que eu e Liza (minha amada) estamos vivenciando, e desta vez com pleno sucesso. Desde novembro nossas vidas são bem diferentes, e admito que a partir do momento que eu soube que seria pai novamente, algo muito desejado, esperado, planejado, investido e sonhado, considero-me outra pessoa. Passei a enxergar tudo em minha volta com outras cores, formatos e sentidos. Pela idade avançada, pelo tratamento realizado e pela quantidade de ansiedade, certamente a gestação é totalmente atípica. Mas o que tem me chamado a atenção é que ao sentir-me grávido percebo a injustiça da natureza em centralizar tudo na mulher. O homem é um mero assistente, provedor e na maioria das vezes o causador de inúmeros problemas. O homem não tem nenhuma participação direta numa gravidez. Não sente dores, incômodos, tonturas, náuseas... não tem que tomar remédios, injeções ou ter que fazer exames periódicos e tudo mais. A função masculina é pura e simplesmente de qualquer ajudante, assistente, assessor, consultor, mensageiro e provedor. Qualquer ação masculina neste momento não tem valor algum. Não tem reconhecimento, lembrança ou até mesmo consideração. É visto por todos como uma obrigação que não importa a condição financeira, cultural, profissional, social ou até mesmo intelectual do homem, ele tem a obrigação de fazer daquele jeito e pronto. Isso tem me colocado numa situação muito ruim, pois meu sonho era ter um envolvimento maior, uma participação mais efetiva e dividir esses problemas, que muitas vezes para uma mulher pode parecer muito. Nem palpites podemos dar. Tenho que admitir que a mulher tem um papel muito mais importante numa família, do que a do homem. Ao gerar e parir um ser humano, está sendo o centro das atenções, das valorizações e principalmente de toda e qualquer consideração futura, afinal tanto a criança quanto a mãe não tiveram a oportunidade da escolha e a partir do nascimento a relação tem que ser valiosíssima, pois trata-se de uma amor e de um sentimento gratuito. A figura da mãe tem que ser santificada com razão, pois, passar por todas as dificuldades que a mulher passa durante esses nove meses é preciso ter reconhecimento de toda uma vida. Ao observar a luta que a Liza trava todos os dias, fico imaginando a injustiça que será se o nosso filho um dia destratá-la por qualquer razão. Neste momento fico imaginando como fui cruel com minha mãe. Quantas dores de cabeça eu causei a ela, sendo que o sofrimento que ela teve para me gerar e parir foram incalculáveis, e não chegam se quer perto do que eu causei. Não há como se desculpar disso tudo, até porque, os erros cometidos são por desconhecimento. Ninguém erra por que quer, e sim por não saber. Mas a reivindicação que faço é para que nós, pais, possamos ser reconhecidos de que o nosso sofrimento solitário e sem reconhecimento social, passe a ser visto de outra maneira, pois ao ver a pessoa que amamos sofrendo, a gente sofre também pelo sentimento de incapacidade. Quando nós homens observamos a sobrecarga de tarefas maternas, sofremos por não termos a habilidade necessária para socorrer. Isto nunca é visto pelas mulheres. Nós homens neste momento só podemos fazer uma coisa: prover. É tendo no caso, dinheiro para proporcionar conforto, tranqüilidade, segurança, bem estar e principalmente a promoção das melhores possibilidades para que tudo dê certo. Mas dinheiro não é tudo, afinal, na natureza não existe dinheiro, que é uma criação do homem. Nós homens temos que amar... e amar além do que nós somos capazes. Amar na essência, com tolerância, com cumplicidade, com ternura, com delicadeza, com silêncio e até com dúvidas, pois, a mulher, que é um ser imaculado, é capaz de sentir tudo que é de bom para um filho, o mesmo para com o marido, afinal dois se unem para formar outro. A palavra de ordem é: comprometimento. Quer observar se um casal promove o amor, veja a qualidade dos filhos produzidos por eles. Os filhos nada mais são do que reflexo do sentimento que os pais depositam no dia a dia. Hoje eu entendo que para existir seres humanos adequados, é preciso que haja boa família. E isso não é fácil, pois homens bem forjados é preciso ter famílias bem estruturas e nossa sociedade caminha para um lado contrário.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O medo da aposentadoria

Neste dias de muitas festas assisti uma cena que me chamou atenção por vários motivos. Meu cunhado vai se aposentar e ao invés de estar feliz, demonstrou muita preocupação. Estou com 43 anos de idade e nunca me passou pela cabeça chegar até a aposentadoria. Vou recorrer a previdência privada, pois certamente a do Governo não me é possível. Mas para meu cunhado não. Ele sempre recolheu a aposentadoria, onde trabalha também fazem o recolhimento e o que seria algo de muita alegria, percebi um tom de frustração e medo da parte dele. Num primeiro instante imaginei a queda do ritmo de vida dele. Depois mudei de idéia em virtude de que cheguei a conclusão de que quem decide esse ritmo somos nós, e não nossa atividade profissional. Então, pensei que seria o fato dele deixar de fazer o que gosta, que no caso é ser dentista. Também mudei de idéia, até porque ele pode perfeitamente continuar a fazer os atendimentos numa quantidade menor. Cheguei a pensar que seria algum problema físico, mental ou até algo mais complexo distante de minha compreensão, porém, diante da cumplicidade que tenho com minha irmã, talvez eu soubesse de algo neste sentido. Então porque a preocupação? Marotamente aproximei-me dele e na primeira oportunidade que tive toquei no assunto. Daí veio a explicação: meu cunhado Rolando Battistetti Filho, que vai se aposentar, não acredita na manutenção da aposentadoria por parte do Governo Federal. Puro descrédito político-administrativo. Nunca imaginei que meu cunhado, conhecido na família como “Rolagaiver”, numa referência aquele seriado da televisão “Profissão Perigo”, que tinha na personagem Macgyver, o solucionador de todos os problemas com engenhocas e improviso em todos os momentos, tivesse esse tipo de preocupação didática. Meu cunhado é capaz de resolver todos os problemas que existam. Da maneira dele, mas resolve. Será que, agora, aposentado ele vai deixar de buscar soluções para curtir melhor a vida? Será que ele deixa de ser solução para ser problema? Se bem conheço meu cunhado (e olha que este grau de parentesco não é dos mais simpáticos), ele encontrará uma solução para esta situação que tornou-se uma tormenta na vida dele, pois, mesmo contribuindo para a previdência por longos anos, nunca achou que chegaria na melhor idade tão rápido. Ele já superou meio século de vivência e certamente terá outro meio século para ser o elixir da revitalização de nossa família. Afinal, com mais de 50 anos é de dar inveja a qualquer jovem, com o físico que tem, rapidez de raciocínio e agilidade incomuns, que certamente devem ser os problemas visíveis da aceitação da aposentadoria. O descrédito do Dr. Rolando Battistetti Filho é igual a de centenas de milhares de brasileiros que sonhavam em ter uma qualidade de vida melhor, e passaram a ser visto como algo descartável por culpa de um Governo que trata muito mal as pessoas que acreditaram no programa desenvolvido pelos governantes. O preconceito, penso que seja ainda o problema maior, antes mesmo da péssima administração pública quanto a previdência social, e a desigualdade entre recolhimento e recebimento. Minha mãe Marlene, ao se aposentar encontrou uma qualidade de vida melhor, mas sem filhos. O marido dela, o figuraça do Arnaldo, esbanja sabedoria quanto a aposentadoria, pois aposentou-se muito cedo, e tenho certeza que meu cunhado, em breve encontrará a disposição e a coragem de assumir a idade, a nova fase da vida e a visão dos verdadeiros professores da vida, pois não será do ganho da aposentadoria que ele deixará de cuidar da família e principalmente de assessorar minha irmã. Também não acredito na aposentadoria pública, por isso dou preferência para a privada, no entanto acredito que o dom maior é chegar bem a este estágio, afinal ninguém consegue ter vitalidade, disposição, saúde, inteligência, motivação, físico, e tantas outras necessidades simples que dependem de nós mesmos, por 100 anos. Isso mesmo 100 anos, que é a idade que temos que almejar. Existem exemplos de que é possível ser muito, mas muito mesmo, feliz com 60, 70, 80, 90 ou 100 anos. É uma questão de desejo aliado a conhecimento com disciplina. Isto pode ser chamado de Sabedoria Plena. Talvez o que meu cunhado não percebeu é que será difícil se aposentar com qualidade de vida se continuar fumando. Mas este é um outro assunto, afinal, ninguém é perfeito e meu cunhado é prova de que não existe perfeição entre seres humanos. Relaxe e aproveite esta conquista “cunhadão”, pois não são muito que atingem a sua marca, e isso deve ser celebrado.