segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Caminhada para o bem-estar

Sempre tive dificuldades em praticar qualquer tipo de esporte. Não que eu não admira, mas por não colocar a atividade física como uma de minhas prioridades. Meu cardiologista sempre exigiu isso de mim, bem como percebi meu peso elevar-se e já sinto que não posso mais remediar. Ao descobrir que serei pai novamente e agora depois dos 40 anos de idade, conclui que se quiser acompanhar o crescimento deste filho que nascerá, terei que estar bem fisicamente. Só por essa razão já sinto disposição, porém, fiquei envergonhado de ser obrigado a me exercitar por esse motivo. Eu deveria ter esta consciência antes deste novo fato. Ao acordar de madrugada, horário que percebi ser o melhor possível em meu dia a dia, arquitetei um plano com relógios, roupas adequadas, cronômetros e desenvolvi um planejamento do percurso urbano. Caminho agora 40 minutos diariamente no bairro onde moro. Saio cedinho, e com o horário de verão, muitas vezes antes do sol começar a iluminar. Confesso que é muito complicado, mas percebo que meu corpo, além de gostar ele faz este tipo de exigência. Comecei então a procurar outros motivos para poder incluir este tipo de programação dentro dos meus afazeres cotidianos. Já descobri técnicas novas de caminhar e tenho diminuído meu tempo a cada dia. Penso, inclusive em aumentar a distância em um novo percurso. O que tem me chamado a atenção hoje em dia não é o fato de caminhar e sim como será a caminhada. Em pouco tempo já identifiquei cinco tipo de pássaros existentes no bairro que me deparo diariamente; já sei onde os gatos dormem e quais os cachorros que existem no meu trajeto; veículos estão estacionados sempre nos mesmos locais, bem como as mesmas pessoas acordam naquele período e fazem coisas automáticas, como eu. Alunos, profissionais liberais, ou até mesmo os funcionários, também se levantam cedo. Como aqueles que levam os filhos para a escola e vão e voltam para casa ainda com cara de sono. Em breve será minha vez. Hoje sinto falta disso. Os dias que não vou caminhar, seja por causa da chuva ou por culpa do relógio (essa é a melhor desculpa para não sair da cama), fico imaginando como foi o dia desse pessoal sem mim, pois, considero-me parte integrante deste processo de iniciação do dia, porque não me sinto diferente deles, em esperar que tudo isso aconteça automaticamente. Ao caminhar, fico esperando ver todos os tipos de pássaro, os gatos, os cachorros, as pessoas que limpam as frentes das casas ou levam o lixo para a Rua, os carros saindo das garagens e os empregados caminhando para o serviço. Quero acreditar que as mesmas pessoas que vejo, me vêem e esperam que eu passe por ali naquela manhã. Descobri com isso a força que existe na frase: Bom Dia. Ao dizer isso cinco ou seis vezes logo no começo do dia, sinto que realmente meu dia será bom. Tornei-me dependente deste cumprimento que sempre achei um chavão filosófico de bons costumes, e que hoje sinto na prática como é importante e a força que tem. Mentalmente passo a dizer bom dia, ao longo da minha caminhada aos pássaros, aos gatos, aos cachorros e especialmente as pessoas, que neste caso é verbal. É como se eu caminhasse para isso: desejar e receber um Bom Dia. Foi então que percebi que este meu exercício não é apenas físico e mental: é também espiritual. Não sei dizer quantos gramas eu perdi nesta caminhada, mas posso garantir o quanto eu ganho ao caminhar todos os dias, na esperança de que minha vida será longa, pois, o que mais quero neste momento é ter saúde para longos anos de prazer com minha família. Cada passo que dou é por mim e pelos outros, e cada satisfação que tenho, acredito compartilhar isso com outras pessoas e mais futuramente com mais pessoas, estando pessoalmente ao lado das que amo sendo saudável, feliz e realizado em ter aprendido mais uma lição que somente a vida oferece às pessoas que buscam conhecimento em tudo que lhe é oferecido. Hoje o exercício que faço é planejar a minha vida aos 50, 60, 70, 80, 90 e depois dos 100 anos de idade, pois caminhar tornou-se uma necessidade e vício espiritual. Minha caminha é para meu centenário.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A paralisia infantil em breve atacará às nossas crianças

Ao observar o desinteresse da população em vacinar as crianças contra a paralisia infantil, começo a acreditar que em breve o Brasil voltará a ter casos de paralisia infantil registrados. Da mesma forma que a febre aftosa voltou, a dengue voltou, a gripe voltou e assim sucessivamente. Tudo por falta de envolvimento da sociedade e de doenças em que a mudança no comportamento humano é a maior arma contra esses vírus que matam. Fiquei decepcionado em ver que a Secretaria Municipal da Saúde teve que adiar por três vezes o encerramento da campanha, e mesmo assim não atingiu a meta de 100% de vacinação, tão pouco a meta aceitável pela Organização Mundial da Saúde. Uma vergonha. Para quem não sabe de primeiro de janeiro a primeiro de julho de 2009, foram registrados 600 casos de paralisia infantil (poliomielite) em todo o Mundo, contra 714 no mesmo período de 2008. No total, o mundo contabilizou 1.652 casos de pólio no ano passado, e as estimativas para 2009 ficam em torno de 1.200 casos, mostrando que a doença continua recuando, diante de todo o esforço que os agentes de saúde, os rotarianos, voluntários, os médicos e enfermeiros se dedicam nesta causa. Segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), de primeiro de janeiro a primeiro de julho deste ano, tivemos 160 vítimas da paralisia infantil nos chamados países reinfectados. E que fique claro: a pólio hoje em dia é realmente considerada endêmica em apenas quatro países: Índia, Nigéria, Afeganistão e Paquistão. Mas para a minha surpresa, 15 países africanos, onde a doença vem sendo registradas, mesmo que com poucos casos, voltaram a ter a paralisia infantil como problema preocupante. Agora são 19 Países em que o vírus é uma ameaça. O que assusta é que estes 160 casos contabilizados nos países reinfectados, neste primeiro semestre de 2009, já ultrapassaram a soma de todos os casos registrados nessas mesmas áreas ao longo de todo o ano de 2008, que foi de 146 casos, ou seja, em termos absolutos, a pólio está recuando, não há dúvidas, mas o vírus voltou a se alastrar, ainda que de forma tímida, em áreas onde já havia sido controlado. Não atingir a meta estabelecida para vacinar todas as crianças é uma ameaça para que este malefício volte a afetar seres humanos dos mais vulneráveis e que carregarão esta marca pelo resto de nossas vidas. Como bem diz o médico ortopedista, Darci Cavalca, que faz uma série de palestras de alerta sobre a paralisia infantil, inclusive mostrando fotos chocantes da doença, não podemos baixar a guarda. A qualquer momento esse vírus pode chegar até aqui, em questão de horas, e se as nossas crianças não estiverem protegidas, serão vítimas da doença. Para que uma criança contraia a pólio, mesmo num país onde a doença é considerada erradicada, e onde a maioria absoluta da população está sendo vacinada, como é o caso do Brasil, basta que ela não tenha tomado a vacina e entre em contato com o vírus que só ataca seres humanos, ou seja, havendo os cuidados de saneamento básico, fica mais difícil do vírus sobreviver, porém, não são essas as nossas realidades no Brasil, no Estado de São Paulo e em Marília. Ao observar a volta da Dengue, que apenas o comportamento humano pode combater o mosquito, e agora ver o que a Gripe está fazendo com a humanidade, passo a temer pela paralisia infantil que também depende da mudança do comportamento humano para ser evitada, seja nas políticas públicas de saneamento como o de vacinação. O primeiro caso, depende dos nossos governantes, mas o segundo não. Um pai ou uma mãe que não leva uma criança para ser vacinada contra a paralisia infantil deveria ser processada na Justiça como ameaça à sociedade como qualquer outro irresponsável é punido na Justiça Criminal, o que não me parece ser uma preocupação das nossas autoridades, que preferem multar e punir quem não tirou um título de eleitor do que um adulto que não protegeu o próprio filho e colocou em risco as demais crianças. É lamentável o ponto que a ignorância humana chega. Sem contar os problemas que uma criança com paralisia infantil provoca na sociedade, além os dela próprio. Daí o pai ou mãe aparece com cara de piedade e boa parte da sociedade fica com pena da família. Concordo com o ato de solidariedade com a criança, mas defendo que o pai ou a mãe deveriam ser punidos por não terem se preocupados com o próprio filho, pois as campanhas de vacinação são amplas, gratuitas e estão cada vez mais próximos dos mais ameaçados. Penso que chegará o dia que a campanha terá que ser em porta em porta. Mas para isso o vírus terá que voltar a ser um problema. Hoje é apenas uma ameaça, mas como dizem: é preciso que o mal aconteça para que providências sejam tomadas. Quando é que aprenderemos que a prevenção tem menos custo financeiro e logístico? Será preciso mais crianças morrerem ou serem vítimas da paralisia infantil para que a sociedade desperte? Enquanto que o problema não for seu, não se faz algo. Aliás, o que o amigo leitor ou leitora fez para que a campanha atingisse os 100% das crianças? Só levou para vacinar as próprias crianças? Acha que isso é o suficiente? É melhor do que nada, mas ainda não resolve. É preciso levar as próprias crianças e fazer com que outras sejam vacinadas também, senão os conceitos de fraternidade, conscientização social, humanidade, dentre outros, terão que ser revistos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Trabalhar em equipe chega a ser antiético

Assisti com atenção a entrevista do tricampeão mundial de Fórmula 1, o brasileiro Nelson Piquet, em defesa do filho, que foi o pivô do banimento do chefe da equipe dele, na época, Flávio Briatore, do automobilismo mundial. Recordo-me da batida no ano passado, mas sendo um carro de fórmula 1, naturalmente espera-se sempre algo destruidor. A preocupação sempre é se o piloto sofreu algum ferimento fatal ou não. Talvez todos os telespectadores até gostem de ver batidas, trombadas e quebras dos carros. Coisas que são anormais. Natural do ser humano, pois, o que é anormal sempre chama e chamará a atenção, até o fim dos tempos. Considero o comentarista Reginaldo Leme, com quem tive o prazer de viajar junto muitas vezes quando ele acompanhava o futebol nos anos 80, um dos melhores e maiores especialistas do mundo, no que se refere automobilismo. Inclusive, ele é sobrinho de um ex-técnico de futebol, o folclórico João Avelino, aqui da cidade de São José do Rio Preto. A entrevista, conduzida por ele, foi muito fraca. Ficou nítido para mim, que Nelson Piquet, que nunca gostou de entrevistas, convidou Reginaldo Leme, que “dizem”, foi o primeiro a denunciar a trama de Briatore envolvendo Piquet Filho. Percebi que o tricampeão Nelson Piquet quis demonstrar que foi ele quem fez a denúncia e não o filho, inocentando o jovem piloto do que acontecera. Talvez tenha ficado pior, pois, se o menino aceitou e cumpriu, passa a ser parte envolvida. No entanto, sendo subordinado à Briatore, ele foi “obrigado” a fazer a manobra do acidente. Considero essa obrigação correta. Não entendo muito a questão de denunciar isso, depois que o dispensaram da equipe Renault. Já assistimos comportamentos semelhantes. Um manda e outro obedece, ainda mais esporte da F-1. Barrichelo foi o campeão da submissão. Não tenho dúvidas de que se ele enfrentasse esse poder hierárquico, já teria sido campeão mundial, mais de uma vez. Ele é um excelente piloto. Mas, também, aceitou ordem do chefão e teve a carreira rifada. Senna e Prost fizeram isso mais de uma vez. O próprio Schumaker fez isso de forma até mais vergonhosa. Hamilton fez recentemente uma barberagem proposital, de olho no campeonato. E o Alonso, então? Fez coisas parecidas. Isto quer dizer que: na competição acontecem coisas estranhas, que a meu ver é o trabalho de equipe, ou seja, quando se trabalha em equipe atitudes antiéticas são possíveis? Não podem ser desta maneira. Acompanhando o esporte por muitos anos, quando tive oportunidade de trabalhar na Rádio e TV Bandeirantes, Rádio e TV Record e Rádio e TV Gazeta, todas de São Paulo, vi coisas que me fizeram desacreditar em esporte profissional. Os resultados são maqueados, sempre que houver necessidade e que a maioria será beneficiada. No futebol, por exemplo, isto acontece, porém, muitas vezes o combinado dá errado, e daí a gente observa alguns absurdos em finais de título brasileiro ou estadual. Futebol não tem lógica e daí o combinado nem sempre dá certo. Conheço pessoalmente o Nelson Piquet Filho. Quando eu acompanhava a performance do piloto mariliense João Barion Neto, nas pistas de Kart, vi esse garoto filho de um tricampeão subir em muitos pódiuns, sempre de forma educada, pois é uma pessoa super educada, mas que foi obrigado a obedecer o chefão Briatore, o que qualquer um de nós faria da mesma forma, como campeões mundiais já fizeram e muitos farão. Não é esta a observação que faço da entrevista. O que me chamou a atenção foi ver um pai, super correto em sua carreira, não aceitar esse tipo de situação, sendo campeão três vezes nunca aceitou e sempre peitou os chefões, e percebeu a situação ridícula do filho que tem um grande potencial para o automobilismo. Pai nenhum agüenta isso, sem fazer nada. Piquet pai e Piquet filho não viveram juntos. Senti um pai desesperado em ajudar o filho, e promover um depoimento no Fantástico querendo ajudar o filho de alguma maneira, pois a palavra dele pesa no automobilismo mundial, como pesou. Espero que este episódio venha a unir pai e filho, como sempre deveria ser independente do que aconteceu com a família. Nada justifica a distância de um pai com o filho. Como disse a um grande empresário de Bauru, que me ligou estarrecido com a entrevista de domingo: Quem admira o tricampeão Piquet, continue admirando, pois, a entrevista foi o desespero de um pai, querendo que o filho tenha outra oportunidade. Que o filho cometeu um erro (que muitos cometem) e que aprendeu a lição: que no esporte é preciso ser mais do que campeão, e que muitas vezes, ao pensar na equipe agimos de forma antiética. Constantemente a vida nos dá sinais estranhos que custamos a entender, e que no final dá tudo certo. Como diz o ditado: No final dá tudo certo. Se não der, é porque não chegou o final. Espero que Piquet pai e Piquet Filho estejam mais unidos, pois essa união vai nos trazer um super campeão de Fórmula 1. A tendência é que os filhos sejam melhores que os pais. Se forem bem preparados, todos com certeza serão.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ARTIGO - O que será que está acontecendo?

Fiquei assustado quando vi as imagens na TV da chuva de areia que invadiu a Austrália. De um lado, água. De outro, seca. E agora vem a areia. Passei a refletir o que pode estar acontecendo de tão sério para que a natureza reaja desta forma tão violenta. Seca, enchentes, degelo, tsunamis e outras formas terríveis de manifestações naturais, que não deixam de ser sinais para que o ser humano passe a prestar mais atenção no que vem fazendo com o Planeta Terra. É cansativo dizer, mas há tempos que esta agressão vem sendo demonstrado de diversas formas. As denúncias são tantas que as imagens que aparecem na TV todos os dias, passaram a ser tão corriqueiras que nem prestamos mais atenção. Essa chuva de areia me fez parar para perceber isso. Tem gente que acha linda a imagem das geleiras se derretendo, ou até mesmo de áreas desérticas. Não tenho dúvidas de que tudo isso é um alerta de que é preciso fazer alguma coisa. Coincidentemente os líderes de todas as nações estão reunidos na ONU, em New York, para falar sobre o assunto. Coincidência? Não acredito. A vida é feita de sinais, e pelo visto não estamos sabendo interpretar a reação da natureza. Acredito que os problemas que vivemos hoje, com chuvas exageradas, secas intermináveis, ventos cada vez mais velozes, e agora a chuva de areia nos centros urbanos, são demonstrações de que é preciso fazer algo para que tenhamos um Planeta Terra melhor para os nossos filhos. Mas o que eu posso fazer? Sinto-me escravo de uma série de hábitos que não consigo mudar. Estou esta semana sem meu carro, que está na oficina graças a um motorista de caminhão desatento que me encontrou no caminho, e percebeu isso tarde de mais. Estou aleijado. Não consigo ir a lugar algum a pé, ou ficar na dependência do outro. Como posso viver sem um automóvel? Observo que este é o maior equipamento que tenho que ajuda acabar com a camada de ozônio, porém, tenho uma dependência umbilical com este equipamento que não consigo viver sem. Será que eu me desfazendo do carro ajudaria em algo, para preservar o Planeta Terra do super aquecimento? Penso que não. Mais uma vez chego a conclusão que sozinho não posso fazer nada. Achei interessante a manifestação do Dia Internacional Sem o Carro. Justamente na semana que fiquei, inteirinha, sem meu carro. Que horror. Acredito que terei que pensar em outra forma de ajudar, pois o pouco que tenho acesso, sempre chegarei a conclusão de que minha ação é infinitamente pequena, da necessidade que o Planeta pede. Mas farei minha parte: vou procurar utilizar cada vez menos o meu automóvel. Vou ressuscitar minha bicicleta, comprar um tênis muito bom e investir nas caminhadas... epa!?... desta maneira posso aproveitar e perder uns quilos de gordura, melhorar minha condição física e revitalizar meus hormônios. Vi vantagem. É sempre assim: é preciso ter vantagens para promover mudanças de comportamentos radicais. Ao investir na saúde poderei fazer a minha parte para diminuir o aquecimento global que por conseqüência agredir menos a natureza. E mais: com a diminuição do uso de meu carro, passarei a investir menos em manutenção do veículo, ou seja, tenho inúmeras vantagens caso eu me proponha ajudar a diminuir o aquecimento global. Assim sendo, vou procurar investir em mim, que ajudarei o Planeta Terra. Mas espere ai? Então quer dizer que eu investindo em mim, ajudo o Planeta? Como sou burro mesmo... Mas será que sou o único?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pensei que não fosse possível, mas é

Impressionante como todos nós custamos a acreditar em algo que nos é falado da boca para fora. Sempre ouvi dizer que em determinados países a conscientização no trânsito era diferente no Brasil. Sabe aquelas histórias de que o brasileiro é o pior motorista do mundo e que os estrangeiros é que são maravilhosos? Pois bem. Estive recentemente na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, e tive a oportunidade de testemunhar algo surpreendente: motorista de carro brasileiro com consciência e educação no trânsito. Isto quer dizer que eu pensava que não fosse possível ver isso, e acabei vendo e participando do fato.A cidade de Gramado é encantadora. Nada é parecido com qualquer cidade paulista. A arquitetura é diferente, o clima é especial, as ruas e calçadas devidamente planejadas, lojas encantadoras, flores.... muitas flores.... e em todos os lugares... realmente é uma cidade nada brasileira. Dois detalhes que me chamaram muita atenção: semáforos e fios elétricos suspensos. Simplesmente não existem. A Avenida principal, chamada de Borges de Medeiros, é a mais longa, a mais larga e a que reúne os principais estabelecimentos comerciais. Toda nivelada, sem um semáforo e todos os fios (elétricos e de telefonia) embutidos.Pode parece coisa de arquiteto, ou urbanista maluco, mas realmente a impressão é outra sem aquela teia de fios em todos os postes de Rua. A impressão que se dá, aqui no Estado de São Paulo, é que tendo poste é para pendurar fios. Seja qual for: cordas, fios elétricos, telefonia, TV a cabo, iluminação e por ai vai. Em Gramado o poste tem somente lâmpadas. Todos eles são padronizados, e ainda de uma forma que a arquitetura da Rua absorva de forma natural, sendo imperceptível na visão do cidadão.Uma cidade em que o turismo é o principal produto do município, taxi e carros especiais de transporte são muito comuns transitarem para lá e para cá. Existe até um restaurante que oferece uma “limusine” para buscar os clientes e levá-los de volta. Diante de tanto carro, imagina-se que qualquer cabeça de bagre é o motorista. Engano. Os que eu tive oportunidade de conhecer, eram todos bem educados, solícitos e sempre demonstrando interesse em ajudar e auxiliar no que fosse preciso. Uma simpatia a toda prova.Numa das corridas entre o local do evento que fui e o hotel, peguei um taxi e conversava com o motorista durante o trajeto. Enrolei, até perguntar: “Esta cidade não tem semáforo?”, para minha surpresa o rapaz respondeu: “Não”. Curioso que eu estava, indaguei: “Porque não?”. Pacientemente o motorista, sem se irritar e sem olhar com aquele pensamento que me acusara de imbecil, respondeu: “Aqui a gente acredita que povo educado não precisa de semáforo”. Não foi preciso me dizer mais nada. Entendi perfeitamente a mensagem e parabenizei não só ele pelo comportamento, mas a forma dele pensar.Realmente em Gramado (em Porto Alegre também percebi isso), quando o pedestre pisa na Rua ou Avenida, o motorista reduz ou pára o veículo. A velocidade não é exagerada e existe tempo para tudo, sem a necessidade de buzinar ou gritar. Fiquei impressionado com o comportamento e a forma de pensar neste sentido daquelas pessoas, pois já assisti em São Paulo e até mesmo na cidade de Marília, cenas bárbaras de pura selvageria.Ainda não acreditando que havia percebido isso, pensei que fosse algo de minha imaginação e ainda contaminado com o entusiasmo e ansiedade que me acompanham em todas as viagens que faço. Ao encontrar Liza, minha esposa e amada, ela faz o mesmo tipo de comentário que o meu, mas antes que eu pudesse lhe contar a experiência que presenciei. Se eu que sou um “búfalo”, percebi isso, imagine Liza, que mais parece uma “borboleta”. Conclui que o comportamento do motorista é comum naquela cidade e região, o que me faz crer que seja possível um dia enxergar isso nos motoristas paulistas.Para aqueles que ficaram pensando o que eu fazia sozinho no Taxi? Respondo de imediato: Enquanto eu participa do evento, Liza foi conhecer todas as lojas da cidade, e para minha surpresa não comprou quase nada. Pensei que isso não fosse possível, mas é.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Não é possível viver sem Internet

Sei que muitas pessoas podem não concordar comigo, mas a cada dia que passa percebo que a Internet chegou para ficar e fazer parte de nossas vidas. Ao participar recentemente de um evento específico sobre comunicação na Web, em São Paulo, fiquei surpreso ao notar que este comportamento a cada dia que passa está se tornando um hábito comum entre os seres humanos. Vejo que as facilidades de comunicação estão cada vez mais intensas e só não se comunica de forma rápida, direta, prática e objetiva quem não quer ou quem não sabe. O fato de não querer é uma alternativa, mas não se comunicar por não saber, é algo preocupante. Fico assustado toda vez que ouço de uma pessoa, conhecida ou não, que afirma não gostar de computador e Internet. Neste mesmo instante, passa em minha mente se aquela pessoa é normal ou não, pois, como é possível viver bem sem lidar com tudo isso? Pode parecer meio neurótico, mas não consigo imaginar uma pessoa que não tenha conhecimento de Internet, ou lidar com um computador para troca de e-mails, ler sites e fazer pesquisas. Essas pessoas que afirmam não gostar, ao avaliá-las melhor percebo que existem outras dificuldades no dia-a-dia daquela pessoa, e a afirmação de que não gosta, na verdade é de que desconhece o trato com tantos equipamentos. Ao ouvir a professora Elizabeth Nicolau Saad Corrêa, uma autoridade em comunicação digital, tive a certeza de que somos obrigados a entender todos esses mecanismos, por bem ou por mal. Melhor que seja por bem, pois desta forma o que seria uma briga com a máquina, passa a ser algo prazeroso. Carolina Frazon Terra em seu livro: Blogs corporativos – modismo ou tendência? Comenta exatamente sobre esta comunicação direta e mais informal com diversos públicos. Orkut, Faceboock, Twetter, MSN, e tantas outras ferramentas de Internet, são instrumentos que precisaremos saber manipular para poder nos comunicar de forma adequada. Ouço dizer que as páginas de relacionamento na Internet são perigosas. Uma faca também é perigosa, porém serve para passar manteiga no pão, até matar uma pessoa. Depende da forma como utilizá-la. Não acredito que um site pessoal seja perigoso, mas o que nada vida não é perigoso? Carro? Avião? Bebida? Cigarro? Comida? Respirar? Enfim, para andar para frente é preciso se desequilibrar, e assim sendo, como diz a propaganda do famoso jornal: o que movimenta o mundo são as perguntas e não as respostas. Amigo leitor nunca diga que não sabe mexer com Internet, que não gosta de computador e que não se liga muito para as páginas de relacionamento. Você pode ser caracterizado como uma pessoa ignorante. Não saber usar telefone celular para enviar mensagens, também é outro indicativo que você faz parte do passado, e por tudo isso, pode não ser levado a sério. Assim sendo, esforce-se. Procure entender, manipular e até utilizar essas ferramentas de comunicação que são espetaculares, e tenho certeza de que a partir do momento que você começar a entrar no “Mundo da Net”, você encontrará amigos, pessoas iguais a você e saberá interagir com os seus defeitos virtuais e verás que para evoluir é preciso fazer muitas coisas de que não gosta e que talvez traga até uma certa dor... Que essa dor não seja de indiferença, pois se todos navegam pela Internet, você vai querer ficar fora disso? A Internet não tem volta, sendo assim, passe a aceita-la e enfrente mais esse desafio. Tenho certeza que vai gostar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Rio de Janeiro continua lindo

Tive a oportunidade de visitar recentemente as cidades de Volta Redonda e o Rio de Janeiro. Novamente fui me apresentar numa de minhas palestras e retornei mais encantado do que fui. Não conhecia a cidade de Volta Redonda, que detém o título de: a Cidade do Aço, em razão da usina da CSN ter uma grande influência naquele município. Além de fazer novos amigos fiquei encantado com a beleza da cidade, a organização e a qualidade das pessoas. O Rio de Janeiro, como diz a música de Gilberto Gil: continua lindo. Estive na capital do Rio há 20 anos atrás, nas minhas andanças pelos campos de futebol de todo o Brasil, quando fui cronista esportivo da capital paulista. Mas por falta de cultura e conhecimento na época, não pude aproveitar este período para conhecer as capitais e cidades que tive oportunidade de visitar como eu deveria. O Rio de Janeiro é mais conhecido por mim, pela televisão do que pessoalmente, pois conhecia muito bem o trajeto do hotel até o estádio, e só. Ao lado de duas pessoas iluminadas que tive o prazer de conhecer em Volta Redonda, Mara e Carlos Freire, fui apresentado a uma série de locais da cidade do Rio de Janeiro que só conhecia por fotografia, filmes e comentários. Pude perceber o motivo de chamar a cidade do Rio de Janeiro, como a Cidade Maravilhosa. Admito que eu pensava que se tratava de marketing, de propaganda e de pura campanha da TV Globo em favor do Rio de Janeiro, do que a realidade pura e simples. O Rio de Janeiro é simplesmente maravilhoso por um conjunto de situações que pude sentir e perceber nos dias que passei. Os meus cicerones me levaram em muitos lugares com riqueza de explicações e demonstrações. O que eu adorei é que eles além de mostrarem para mim o local, falavam sobre ele. Senti muitas saudades da companhia da Professora Rosalina Tanuri, a historiadora de Marília, nesta ocasião, pois sempre que é possível conversamos a respeito da história das cidades. No entanto, vi ruas e avenidas largas, calçadas planejadas, prédios encantadores, muita arborização, limpeza, pavimentação boa, e uma receptividade incomum do carioca. Aliás, penso que a simpatia do Rio esteja no trato do carioca. Como eles sabem ser simpáticos e receptivos. Todos com quem abordei fui muito bem atendido. Conheci o centro da cidade e fiquei assustado com aquelas ruas estreitas e ainda com paralelepípedos e em alguns casos até amedrontado ao passar por pequenas arestas entre um prédio e outro, cenas que eu via na televisão, mas achava se tratar de exagero de minha parte. Realmente muito do período do império é possível ser visto nos dias de hoje no centro do Rio de Janeiro, bem diferente do que observo no centro da capital paulista. As travessas do Rio de Janeiro são diferentes de São Paulo, sem contar a arquitetura que é incomparável em solo fluminense. Devo dizer que adorei conhecer este lado do Rio de Janeiro. Sei dos problemas sociais e econômicos que a cidade e o estado enfrentam, mas penso que seja o preço que pagam pela falta de planejamento. Aliás, ao conversar com várias pessoas formadoras de opinião naquela cidade, senti a existência de uma certa diferença entre o carioca e o fluminense. Resquício de um preconceito ainda do período em que o Rio de Janeiro era a capital federal, apartada do estado, sendo unificada de forma obrigada e sem muita explicação. Percebi a existência de um movimento no sentido de tornar o Estado do Rio de Janeiro de um único povo, o que para mim, pode ser a explicação de tanta indiferença que senti entre determinados segmentos do interior com a capital. Mas fora este aspecto político, quero dizer que o Rio de Janeiro conquistou mais um admirador. Tenho dúvidas se fui influenciado por pessoas apaixonadas pela cidade, ou até mesmo, por companheiros que defendem o Rio de Janeiro por tudo que é mais sagrado, mas quero concordar que a cidade encanta qualquer pessoa que esteja disponível a admirá-la. Pode ser que o diferente nisso tudo seja eu, que estive aberto para receber o Rio de Janeiro como deveria ser, afinal, a cidade faz parte da história do nosso País, e isso é inquestionável. Enxergo, a partir de agora, o Rio com outros olhos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

É preciso saber se relacionar com computadores

Não tenho a menor dúvida de que ainda seremos classificados como sendo do grupo que sabe mexer em computadores e os que não sabem. Tive uma experiência muito interessante esta semana e senti profundamente como a ignorância em lidar com computadores é dolorosa. Fui convidado para uma palestra em Blumenau, em Santa Catarina. Mais de 700 quilômetros de distância, e como meu filho está morando em Curitiba, resolvi ir de carro para passar um dia com ele no sul do País. Eu e Liza (minha esposa) nos arrumamos e nos preparamos, e a minha ansiedade era maior em estrear uma viagem com o GPS de navegação. Confesso que meu primeiro erro foi achar que a máquina faria tudo por mim. Percebi que ela só faz aquilo que está programado, como eu não tive muito tempo de estudar o manual, resolvi arriscar. Fiz as operações básicas e fomos para estrada. Até Curitiba não haveria problema, pois, conheço a estrada e já fomos várias vezes. Meu receio era para o período após Curitiba. Não sei por qual razão só tinha em mente a estrada BR 116 para Blumenau. Ao chegar em Curitiba a máquina pedia para eu fazer um caminho e eu resolvi ver as placas, como antigamente. Não deu outra: eu e o GPS passamos a não nos entender mais. A irritação se dava em função de que a máquina me pedia para fazer uma manobra e eu não fazia, pois seguia a placa da BR 116. Depois de admitir que estava perdido, pois as placas sobre Blumenau sumiram e de irritar-me com o GPS que me contrariava, resolvi informar-me na Polícia Rodoviária, e descobri que estava quase 200 quilômetros de distância de Blumenau, que teria que seguir a BR 101 e não a 116. Por eu não estudar o caminho e não ler o manual do equipamento, sofri para entender que todo e qualquer computador foi criado para servir, desde que a pessoa saiba o que quer. Neste caso eu não sabia manusear bem a máquina e tão pouco conhecimento do caminho que eu tinha que percorrer. O ensinamento maior foi de que as relações humanas sempre prevalecerão. As máquinas certamente vão facilitar nossas vidas, mas é preciso que nós saibamos manipular o equipamento. De nada adianta ter e não saber usar. Nada adianta ter a tecnologia a disposição, e ser resistente ao uso da máquina para a melhora na qualidade de vida. Das vezes que tive que perguntar para uma pessoa onde eu estava, senti que a abordagem humana ainda é a melhor, mas é possível ter ambas. Nada impede de eu ter o GPS, devidamente programado, e ainda manter contato com outras pessoas. Depois de devorar o manual de instrução e decorar o mapa do caminho de volta, foi quando senti o prazer de ser assessorado por um computador. O mesmo prazer de utilizar um computador, leptop, câmara digital, microndas, aparelhos de DVD, CD, MP3, celular e tudo mais. Esses equipamentos servem para que tenhamos qualidade de vida, e não estresse, raiva, nervosismo ou sentimento de ignorância. O GPS será incorporado em nossas vidas da mesma forma que outros equipamentos essenciais nos dias de hoje, por isso, não adianta resistir: aprenda a manuseá-los senão irá sofrer, e muito. Esta viagem com o GPS proporcionou a mim e a Liza, mais tempo para conversarmos durante o trajeto que foi prolongado, conhecemos lugares que não estavam no programa, bem como tivemos a sensação de que nestes momentos ruins, nos aproximamos mais ainda, afinal, os problemas também servem para unir pessoas, mesmo elas se amando mutuamente como o nosso caso. Tenho certeza de que esta viagem para Blumenau nunca será esquecida por nós, por várias razões, mas esta parte do uso inadequado do GPS foi a parte que será diferente e certamente a mais engraçada. Chego a conclusão que temos que enfrentar essas barreiras tecnológicas. Nunca diga que não sabe ou que não gosta, pois isso pode deixar você naquele grupo de “analfamicros”, ou seja, os analfabetos de microcomputadores. Veja como um desafio, pois, enfrentar uma máquina ainda pode ser divertido. Hoje eu domino o GPS, e para ser sincero sinto-me melhor.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Restabelecida a ordem em favor da saúde contra o cigarro

Considerei excelente esta nova lei estadual contra o cigarro. Imagino o quanto será complicado fiscalizar ou até mesmo conscientizar de que se trata de algo bom. Afinal, o perfil do fumante é ser diferente dos demais, e assim sendo será complicado manter esse relacionamento pacífico entre os fumantes e não fumantes. Eu já criei muita confusão por causa disso, e já me indispus com colegas sobre o assunto. Naquela época, certamente fique em situação inferior, pois, o antipático fui eu, que me manifestei contra o exagero do cigarro. Num mundo em que quase tudo é permitido, percebo que esta lei demonstra que os seres humanos estão melhorando. Nunca gostei de cigarro e nunca tive qualquer intenção de ser fumante. Meus pais sempre me educaram no sentido de que cigarro não faz bem. Cresci vendo que isso era uma verdade e sempre procurei mostrar minha rebeldia de outras formas. Também nunca fui de beber álcool, ou seja, minha contestação como jovem sempre foi na argumentação e nos comportamentos pautados dentro de regras sociais e familiares e tendo o respeito e a hierarquia como sendo indiscutíveis. Penso que esta forma como minha mãe, Dona Marlene, me educou é motivo de eterna gratidão, pois, com todas as dificuldades que ela teve para educar três filhos, após ser viúva precocemente, nem eu e meus irmãos buscamos no cigarro ou na bebida qualquer alento. Sou da geração saúde, e felizmente vejo que meu filho Murilo, segue este pensamento, sendo um excelente atleta da natação brilhando nas piscinas de Curitiba e do Brasil. Lamento pelos meus amigos e colegas que fumam. Terão problemas a partir desta lei que dá muitos poderes para os não fumantes. No entanto, fico feliz que isto aconteça, pois trata de mais uma demonstração de que o cigarro faz muito prejuízo à saúde. Pessoas que amo muito, que fumam, me deixam frustrados com este tipo de comportamento. Meu amor por eles não aumenta nem diminui por causa disso, afinal, também tenho meus defeitos e vícios, e sinto-me amado por eles. Porém, o cigarro é algo que está sendo colocado como inimigo número dois da humanidade, sendo as drogas ilícitas como a do primeiro posto. Televisão, Cinema, Esportes, Lazer estão rapidamente abolindo o cigarro de participação. Penso que a Lei Estadual contra o fumo se não for o penúltimo golpe contra este vício maldito, certamente será o antepenúltimo, pois o último é a morte. Minha frustração é de observar que pessoas intelectualizadas, de mentes privilegiadas utilizam o cigarro como um dos prazeres. Nunca entendi isso, apesar de respeitar. Sempre coloquei esta questão como fraqueza, mas normalmente a gente esconde as fraquezas, enquanto que os fumantes sentiam até prazer em mostrar que fumam, e que de forma aberta diziam que eram fracos. Hoje vejo que muitos se envergonham, e agora além de sentirem envergonhados serão incomodados. Pode parecer radical, mas acredito que este tipo de proibição é benéfica, dentro das regras de subsistência dos seres humanos em se manterem vivos cada vez mais. Digo isso, porque fumar é uma opção e as conseqüências são inevitáveis. Pior: comprovadamente de que faz mal para quem fuma e para que não fuma e fica perto. Assim sendo, vejo esta proibição como um respeito para quem não fuma, ou seja, a ordem foi colocada de forma correta. Quem quer fumar e se auto prejudicar, que faça isso longe daqueles que querem ser saudáveis, sem a ameaça da nicotina. Acredito que os fumantes terão seu gesto de fraqueza agora escondidos, como qualquer outro comportamento que temos. Não acredito que esta lei acabará com o fumo, porém, diminuirá a prática de fumar. Que passemos a ter leis iguais a esta do fumo com: bebida, som, ambulantes, panfletagem, guardadores de carro, flanelinhas e tantos outros comportamentos que ameaçam a nossa qualidade de vida. Sem esquecer do eterno combate às drogas ilícitas, que continuam sendo a inimiga número um da humanidade, e nem por isso estão diminuindo. Vamos continuar vigilante contra a ameaça número dois, que também pode não acabar.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Minha Experiência de ator

Fui convidado pelo meu colega Renato Vernaschi, do Grupo Eximia, a participar de um filme institucional de uma grande indústria alimentícia da cidade de Marília. Foi de surpresa o que para mim tem mais importância ainda, pois, não acredito no acaso. Recordei meus tempos de estudante quando fiz parte do Getamp – Grupo Estudantil de Teatro Amador de Marília – Promove; quando eu e alguns colegas que estudavam no Colégio Promove (Objetivo) fizemos algumas peças teatrais. Foi um período muito gostoso de minha vida que sinto muitas saudades pelos amigos, pelo ambiente e por ter sido muito bom para minha formação. Admito que fiquei muito apreensivo em participar deste filme. Não sabia absolutamente nada o que encontraria. Não tinha conhecimento de enredo, texto, marcação de cena ou coisas do gênero. Se quer sabia o produto que seria filmado. Cheguei a imaginar que, talvez, nem desse certo e ficaria por isso mesmo. Tive que cancelar alguns compromissos o que ficou pesando em minha cabeça, do ponto de vista de ter trocado tempo importante por tempo ocioso. Com todo respeito aos meus clientes, mas foram tempos preciosos de aprendizagem. Conheci novos amigos, nova empresa, e estive ao lado de pessoas inteligentes e de áurea iluminada. Foram momentos mágicos que acrescentaram em minha vida. Mas o que chamou minha atenção nesta experiência de pseudo ator, foi de ver o profissionalismo necessário num trabalho cinematográfico. Quantos equipamentos são precisos. Quantas pessoas conhecidas e anônimas são importantes para a busca da perfeição, aliando a técnica, o conhecimento, o sonho, o desejo e principalmente a arte de buscar a beleza e a harmonia de ações e poses. Fazia idéia da complexidade do trabalho, relembrando os tempos quando trabalhei na TV Record, TV Gazeta e na TV Bandeirantes, mas na área jornalística. Mas era outra época, décadas de 80 e 90, e a tecnologia evoluiu muito neste sentido, mas a busca do ser humano pela cena perfeita ainda, parece-me ser algo inatingível pelo ser humano desta área profissional. Conheci a atriz Silvana, que ficou protagonizada pelo excelente trabalho que realizou no Programa Bambalalão, da TV Cultura. Ela é do ramo e foi quem fez a diferença, por que eu fui apenas protagonista. Não disse uma palavra o tempo todo. Só apareci fazendo o que me pediram para fazer. Os dois jovens, Matheus e Letícia, que participaram comigo, são umas graças e deram um brilho especial no filme, porque a idéia é de uma família (fictícia) utilizando produtos de uma fábrica de biscoito. Cenas na casa, no escritório e na hora do café-da-manhã. Tudo muito agradável, divertido e harmonioso. Nada de estresse, tensão, irritação ou coisas do gênero. Foram momentos muito agradáveis. Passei a verificar que realmente qualquer tipo de produção cinematográfica, seja filme para propaganda, institucional, ou até mesmo como arte, como tem que ser caro mesmo. É muito detalhe para se preocupar. Os artistas devem ganhar muito mesmo, porque não é fácil desempenhar esse tipo de papel. Além disso, percebi a necessidade do conhecimento técnico, acadêmico e principalmente o emocional. Trabalhar nesta área deve ser difícil mesmo para um profissional do ramo, e passo a entender porque poucos dão certos e muitos fracassam. Compreendi a necessidade de que em TV tudo é imagem, e verifico que nem todos que trabalham em TV percebem isso. Meu amigo Renato Vernaschi não faz idéia o que ele proporcionou a mim. Foram tantos os comentários que tive das fotos que coloquei no Orkut, que até conhecidos bem distantes fizeram comentários. Isto me fez pensar que: toda atividade de encenação chama a atenção de qualquer pessoa, pois, não se trata de nenhuma novela, nenhum comercial de TV, ou até mesmo pegadinha. É um filme institucional, apenas, mas que antes mesmo de ser editado, já me proporcionou excelentes momentos. Estou ansioso de ver a obra pronta. Esta minha experiência me fez enxergar a importância dos detalhes, a busca pela imagem perfeita e ainda mais a sintonia de uma equipe numerosa de pessoas em busca do mesmo ideal: fazer o que for possível para fazer bem feito. Sinto-me recompensado pelo tanto que ganhei e desfrutei, pois, novamente aprendi que a harmonia pode e deve unir as pessoas. Não tenho dúvidas de que isto aconteceu para mim, como um sinal de que as oportunidades (das mais diferentes) aparecem em nossas vidas espontaneamente. Basta sabermos aproveitá-las da melhor forma possível: natural. Eu aproveitei e mais uma vez me diverti e aprendi.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Dia do Amigo, ideia de um rotariano

Dia 20 o mundo inteiro comemorou o Dia do Amigo. Admito que inicialmente pensei que fosse mais um tema apelativo para promover as vendas no comércio em geral. Cheguei a comentar certa vez, numa reunião na Associação Comercial de que esse dia não era tão forte, a ponto de ser uma campanha promocional de uma cidade inteira. Puro engano. Realmente a palavra AMIGO tem uma penetração muito grande no conceito entre as pessoas. É de um significado tão grande, que poucas pessoas são capazes de dizer mais do que três ou quatro nomes de pessoas que mereçam o termo AMIGO. Aprendi, então, que o dia tem um significado muito grande. Da mesma forma que faço com outras datas comemorativas, também refleti sobre este dia do Amigo. Primeiro quis saber de onde surgiu, e para minha surpresa descobri que um rotariano foi o autor desta comemoração celebrada em mais de 100 países, inclusive no Brasil. A data marca a chegada da nave Apollo 11 à Lua, em 1969, e por isso foi escolhida pelo rotariano Enrique Febbraro, sócio do Rotary Club de Once, Argentina, do Distrito 4890 do Rotary International. Ele escolheu este marco histórico para a humanidade como forma de simbolizar a amizade universal. E realmente faz sentido, pois, pelo que soube foi a única vez no Mundo que as pessoas se concentraram em três seres humanos independentes de credo, raça, nacionalidade, poder econômico ou coisas do gênero, e a torcida pelo sucesso foi unânime. O fim da Segunda Guerra Mundial e a fundação das Nações Unidas foram sugeridas para marcarem o Dia Internacional do Amigo, mas muito bem lembrado por Enrique Febbraro, são datas relacionadas a violência. A criação do Dia Internacional do Amigo rendeu ao rotariano duas indicações ao Prêmio Nobel da Paz. Tudo a ver com essa organização mundial, presente em 210 Países que tem na Paz e a Compreensão Mundial seus principais focos de ação em favor da humanidade. Fiquei orgulhoso quando descobri isso, pois, como ser humano passei a verificar o dia com maior importância, e como rotariano de verificar que uma simples ação pode mudar os destinos de diversos países. Tenho a absoluta certeza que muitas pessoas se desarmaram espiritualmente ao receberem um Parabéns pelo Dia Internacional do Amigo. Certa vez ouvi do vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília, Mauro Celso Rosa, de que amigo é tão raro que temos que guardá-los na palma da mão, que por sinal, é formada por cinco dedos que podem significar as cinco letras da palavra Amigo. Achei engraçada a colocação que ele fez, porém, ao pensar melhor notei que em toda a minha vida sempre pude contar com no máximo cinco pessoas, com o mérito de eu considerá-las como AMIGA. Fiz um esforço muito grande e notei que tinha dificuldade de encontrar uma quinta pessoa para formar esta equipe de anjos da guarda. Para ficar mais fácil, comecei a relembrar pessoas importantes que passaram em minha vida e notei que sempre chega perto de cinco. Não mais que isso. Pessoas que da mesma forma natural, fizeram parte de alguns capítulos de minha vida, e que estão guardadas em minha memória e até hoje sinto falta das presenças delas. São aquelas pessoas que por mais que o tempo passe, a gente não sente que o tempo passou. Quando percebo isso agora, vejo que essas pessoas são especiais, mas atualmente a definição de amigo passa a ser bem complicada. Fica difícil distinguir quem é amigo, colega, conhecido e companheiro. No Rotary International nós dizemos que companheiro é aquele que compartilha um propósito com a gente, enquanto que o amigo é aquele que tem intimidade de pensamento e comportamento. As definições de colegas e conhecidos são mais distantes, e penso que o amigo se confunde mais com o companheiro. Assim sendo, passei a relacionar as pessoas que estão em minha volta e me deparei com uma série de questões, do tipo: o que seria essa tal de intimidade? Ai a coisa ficou mais complicada, mas de qualquer forma, verifiquei que são muitas as pessoas que tenho que eu poderia defini-las como amigas. Foi preciso no Dia Internacional do Amigo eu parar alguns minutos e ver que uma de minhas maiores riquezas é ter um grupo grande e seleto de amigos, pois, se é algo que sempre cultivei nesta vida é a amizade, e neste Dia do Amigo, rendo minhas homenagens àqueles que são meus amigos, pois sou capaz de ter várias mãos, e centenas de dedos. Uma vez rotariano, sou capaz de ter muitos amigos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

As decepções que as pessoas dão são presentes de ensinamento

Ao longo dos meus 42 anos de idade já percebi que é possível converter mágoa em lição de vida. Fiz uma reflexão de todas as decepções que tive e percebi que foram ensinamentos valiosos em que eu pude evoluir ainda mais como ser humano. Naturalmente que não gosto de me decepcionar com alguém, mas notei que aqueles que por alguma razão causaram (ou tentaram) me frustrar, me prejudicar ou até mesmo me derrotar, foram os que mais ajudaram no meu crescimento como pessoa. Então pensei: se essas pessoas são as que mais me ajudaram, o que devo pensar daquelas que eu gosto e me ajudam diariamente? A diferença que percebi entre um grupo e outro é que aqueles que eu tenho contato diariamente, que sinto um sentimento bom por essas pessoas, elas me ensinam de forma agradável, enquanto que o outro grupo me dá lições de vida de forma traumática. Não considero nenhum dos dois como ruins, apenas diferentes no sentimento que eu passo a nutrir por aquela determinada pessoa. Não devo compará-las, pois são pessoas de comportamentos diferenciados e antagônicos. Mas de qualquer forma é preciso dar o devido valor a essas pessoas que sempre estão em nossos caminhos. Tenho por hábito não ignorar quem quer que seja. Sempre acredito que todas as pessoas são capazes de ensinar algo, seja de forma verbal ou não. Aprendi muito com as pessoas anônimas, muitos dos comportamentos adequados que adotei e muitos dos comportamentos que jamais utilizarei. Daí, talvez, minha fixação por novelas, filmes, teatro e este tipo de manifestação pela expressão, seja corporal ou facial. Desta forma, todos aqueles que um dia pensei que me prejudicaram, na verdade eles me ensinaram, ou seja, aprendo com todos que estão em minha volta: todos são meus professores. Existe aquela situação que a pessoa por mais sem vergonha que seja, a gente gosta. Vamos deixar de lado a questão sexual. Refiro-me naquela pessoa que a gente sabe que não é aquelas coisas, mas que a gente sente algo bom por aquele ser. Tenho um grupo grande de pessoas assim. Inclusive, hoje vejo que já fui prejudicado por isso, mas que valeu a pena. Mas a decepção que qualquer pessoa pode nos causar, deve ser levado como um sinal de que a vida está nos mostrando que é chagada a hora de rever conceitos e passar a ter um outro tipo de comportamento. Não existe nada melhor nesta vida do que pode falar, tocar, compartilhar e até conviver com pessoas ao nosso redor em que nós podemos olhar de forma profunda. Tenha a certeza de que a Vida é capaz de nos mostrar o certo e o errado. Sempre que me deparo com esta situação, ou seja, quando passo a olhar nos olhos da pessoa que me decepcionou e ela se esquiva, tenho a certeza de que eu fiz aquilo que era possível ser feito sem o sentimento de querer prejudicar. Sempre defendi o pensamento de que ninguém erra por que quer. As pessoas comentem erros por não saberem o que é o certo. Erram por não terem a menor noção de que estão cometendo um erro e que a vida mostra isso através de sinais ou por situações difíceis. É evidente que existem casos patológicos causados por pessoas anormais. Estou observando grupos de pessoas normais e analisando a maioria, daí eu excluo os casos excepcionais. Resolvi escrever sobre isso, pois, uma pessoa que gosto muito e que compartilhou comigo mais vitórias do que derrotas ao longo de cinco a seis anos, e que sempre fiz o que eu podia fazer para ajudar esta pessoa, o marido e a filha, surpreendeu-me de uma maneira mesquinha, maquiavélica e até certo ponto egoísta. Comportamentos que não vejo nesta pessoa, pois, recuso-me a imaginar que eu tenha sido enganado tanto assim, mas como dizem que o amor é cego, passo a enxergar (agora) que as coisas não eram como eu pensava. Mesmo frustrado com esta pessoa, porque via nela um potencial de ser humano muito grande, passo a respeitá-la mais ainda, em virtude dela ter me ensinado a ver a vida e as pessoas de outra forma, de uma forma mais evoluída e possível no Mundo que vivemos hoje. Assim sendo, quero agradecer-lhe por ter passado em minha vida e me ensinado mais uma lição. Lição que jamais esquecerei, como muitas que tive em minha vida de forma agradável (a maioria). Desejo que ela aprenda a lição que estamos estudando juntos, pois do contrário ela continuará sofrendo, porque eu não sofro mais. Já aprendi a lição. Obrigado amiga, mais uma vez, você mostrou para mim o caminho melhor.

terça-feira, 30 de junho de 2009

O que aprendi com Michael Jackson

Tenho certeza que as pessoas da geração dos anos 60, como eu, ouviram milhares de vezes as músicas que serão eternizadas de Michael Jackson. Da mesma forma que o mundo se assustou e se encontra assustado com a morte deste ícone da música internacional, ainda estou estarrecido pelo que tenho visto e ouvido. Quando fui operador de áudio de uma emissora de rádio em Marília foram muitas as vezes que eu colocava as músicas de Michael Jackson para atender pedidos, bem como para curtir. Nos programas que eu apresentava o cantor liderava as preferências. Não tem como esquecê-lo. Mas não foi por isso que Michael Jackson marcou minha vida. Com a morte dele são inúmeros os programas de TV que mostram com riqueza de detalhes a vida do artista. São várias as reportagens especiais mostrando como ele foi e como morreu. É neste momento que a gente observa como uma pessoa do nível de Michael Jackson era infeliz. Nos últimos dias passamos a ver a transformação que ele promoveu no próprio corpo e na vida, e os altos e baixos numa carreira artística invejável. Passei a refletir nos últimos dias como uma pessoa pode chegar na condição que ele chegou tendo tudo e não tendo nada. A dança, os arranjos musicais, o cabelo, a maquiagem, a forma de falar, e principalmente as roupas que usava nos shows e fora deles. Michael Jackson chamava a atenção no visual num primeiro momento, depois pela música que compunha e produzia, e naturalmente pelos escândalos que protagonizou. Tudo na vida dele chamava a atenção. Será que uma pessoa consegue sobreviver a tudo isso? Porque as pessoas procuram chamar a atenção de qualquer forma? De que forma você, caro leitor, chama atenção dos outros? Devo dizer, que o desejo de chamar a atenção, parece-me natural em qualquer pessoa, pois sempre queremos a atenção e fazer com que as pessoas percebam a nossa existência. Na verdade tenho uma tristeza muito grande quando vejo e ouço sobre a vida de Michael Jackson. O exemplo que ele deixa, no meu ponto de vista, é de que devemos tomar muito cuidado com a exposição. Procuremos fazer tudo bem feito, mas sem exagero. O que adiantou o sacrifício que ele teve ao longo da vida, brigando com irmãos, pai, e tendo uma vida isolada? O que ele queria ao se transformar numa pessoa nada original? Fico imaginando o que ele sofreu para chegar onde chegou, e não ter valido a pena. Sempre que vejo uma pessoa com um penteado estranho, uma tatuagem diferente, um piercing visível, uma argola na orelha ou no nariz, ao conversar com esta pessoa, ela em determinado momento diz que é tímida. Como assim? Tímida? Volto a questão da exposição exagerada. Ouvi Michael Jackson dizer que era tímido. É estranho imaginar uma pessoa como ele se achar tímida. Talvez tenhamos que tomar um cuidado especial com pessoas deste gênero, pois mostram e falam o que não são, e daí todo o discurso de Michael Jackson, a meu ver, cai em descrédito e não consigo acreditar na inocência dele em todos os escândalos e passo a duvidar, até mesmo, do que ele fala sobre a vida que teve. De qualquer forma Michael Jackson foi um exemplo para mim, de como não devo agir. Gosto da obra musical que ele proporciona para a humanidade, mas não concordo com as escolhas que ele fez. Admiro a obra, mas não o autor. E neste instante passo a verificar que todas as pessoas que atingem o status que Michael Jackson atingiu, são pessoas estranhas, de famílias dilaceradas, de comportamentos duvidosos, e de exemplo de pessoas que conseguiram a riqueza e a pobreza nos mesmos níveis. Será que esta é a sina dos “fora de séries”? Pode ser que sim, pois, toda a genialidade que uma pessoa é capaz de agüentar, ainda é muito para saber equilibrar-se. Talvez seja uma escolha: ser gênio ou ser medíocre (sem relevo; comum, ordinário, vulgar, mediano, meão)? Mas a conclusão melhor que cheguei, foi de ver que faltou a ele boas companhias. Tenho certeza que se ele tivesse boas pessoas ao lado, ele seria uma pessoa melhor. Se ele tivesse pessoas do bem, dando bons conselhos, ele erraria menos. Se ele tivesse sido amado pelo que é e não pelo que tinha e representava, com certeza, a vida dele seria melhor. Assim sendo, ele confirma para mim, que as companhias são tudo na vida de gênios e medíocres. Vovó já tinha razão: diga-me com quem tu andas, que lhe direi quem és... Michael Jackson me convence na obra, mas não no que fez, falou e tentou passar.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Onde está o quarto poder?

Muita gente tem me perguntado sobre o lamentável comportamento da Suprema Corte em não reforçar a necessidade do diploma de jornalismo para desempenhar as funções de jornalista profissional. Mal tinha refletido sobre a revogação da Lei de Imprensa, e agora vem essa situação desconfortável para vivenciar. A decepção é natural diante daqueles que amam a profissão de jornalista. Sinto-me frustrado, mas em nenhum momento tenho observado a manifestação dos veículos de comunicação sobre o assunto. Tenho visto reclamações, desabafos, lamentações e somente a mobilização dos profissionais, que naturalmente, são os diretamente atingidos de forma prática, juntamente com os acadêmicos. Mas e os veículos de comunicação que são atingidos de forma moral? Não vão defender o fortalecimento do profissional básico para o bom jornalismo? Ao ser questionado por minha família sobre a situação, afinal tenho uma sobrinha que está cursando a Faculdade Cásper Líbero, na disciplina de Jornalismo, em São Paulo, percebi a revolta de minha irmã e cunhado, e a decepção de minha mãe que sempre esteve envolvida com jornalistas, pois meu pai e meu irmão também estão inseridos nesta atividade que praticamente é a base original da família Cavalca Medeiros. Pois bem, procurei mostrar a eles que o tempo é que mostrará se esta medida foi positiva ou não, apesar de verificar que até o momento não encontrei uma só pessoa que fosse favorável a este comportamento terrorista do Supremo Tribunal Federal. Não estou desesperado. Sinto que seja um momento de transição com tantas mídias aparecendo de forma muita rápida. Só para se ter uma idéia, a cidade de Marília passou a contar com cinco jornais diários em menos de três meses e com quatro canais de emissoras de TV de sinal fechado. Sem contar os inúmeros portais na Internet. Ou seja: mercado jornalístico em plena ebulição. Não entro no mérito se é muito ou pouco, se é bom ou ruim, ou coisas do gênero. Penso que quanto mais meios de comunicação tivermos, melhor a condição de análise da situação a população terá. O foco deve estar no público e não nos meios de comunicação. O que me surpreende é que Emissoras de Televisão e Empresas Jornalísticas não tomaram partido desta situação. Não tenho dúvidas que se o chamado Quarto Poder se posicionasse favorável a exigência do diploma, o STF dificilmente tomaria esta posição, e sem medo de errar: Senadores e Deputados já teriam gritado em favor da moralização jornalística. Mas a quem interessa isso? Aos veículos poderosos que passam a buscar mais maquiagem nos telejornais, rostos bonitinhos nos programas, vaquinhas de presépios nas redações e qualquer outro tipo de pessoas que se submeta a fazer o que patrão quer, para aparecer na mídia? Aos políticos que terão cabeças-de-bagres nas coberturas do Senado, das Câmaras, dos Tribunais e por ai em diante? Menos investigações, menos questionamentos, menos denúncias, menos inteligência com o trato da notícia. Tenho a certeza de que esta situação vai virar. O ano que vem (2010) é ano político. Será a primeira vez neste País que vamos ter uma eleição sem a Lei de Imprensa e sem profissionais gabaritados. Será uma meleca, e os tribunais vão trabalhar muito e muitos políticos serão orientados por oportunistas. Eles não perdem por esperar, e verão que o profissional de comunicação é fundamental em todo o processo de educação, orientação, instrução e informação em geral para qualquer pessoa ou empresa que queira se posicionar de forma positiva junto a sociedade. Colegas jornalistas não se desesperem. Tenho certeza que este momento é necessário para que sejamos mais valorizados, pois como diz o pensamento: depois que perdemos algo, que não parecia importante, é que passamos a dar valor. Será preciso aguardar a gritaria, as brigas, os problemas e tudo mais, para a sociedade perceber que informação desorganizada é um excelente instrumento para bandidos, pessoas nefastas e empresas sem escrúpulos. Os veículos de comunicação terão textos, fotos, filmes, reportagens sempre em tom duvidoso, sem contar que aparecerão mais jornais, mais rádios, mais emissoras de TV e tudo mais. Será ruim não selecionar as equipes de trabalho, e por conseqüência ter um trabalho duvidoso. Novamente os jornalistas mostrarão o caminho para a adequação, pois, em nenhum momento questionou-se a liberdade de expressão, e sim a forma, o exagero e os desmandos destas expressões. Liberdade há de existir, mas com responsabilidade que somente um especialista pode oferecer, do contrário será a autêntica libertinagem. Se existe o Quarto Poder, que ele se manifeste agora para não ser cúmplice e perder o respeito dos profissionais que o mantém.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Poder da Fixação

Sempre acreditei que a nossa mente é capaz de coisas espantosas. Sei que conhecemos bem pouco sobre o potencial deste órgão que considero fantástico pela capacidade de fazer só o que nos faz bem. Mas admito que muitas vezes sou surpreendido com situações que muitas vezes ficam sem explicações naturais, coerentes e que somente partindo do princípio que a nossa mente ainda é pouco explorada, é que aceitamos fatos estranhos. Já tinha percebido que todas as vezes que estou querendo algo, procurando alguma coisa que pretendo adquirir, tudo em minha volta passa a destacar este produto. Por exemplo: quando a gente quer comprar um carro e temos a preferência de um modelo ou marca, mas ainda estamos naquele processo de finalização do negócio, é impressionante como todos os carros da cidade se transformam naquele modelo pretendido. O que normalmente não se via com regularidade, passa a chamar a atenção pela quantidade. É assim com carro, casa, roupa, acessório ou qualquer produto que desejamos muito. Quando a gente imagina ter algo, mas que por alguma razão ainda não temos, a impressão que eu tenho é que essa imagem fica fixada em nossa mente fazendo com que a nossa atenção seja voltada para essa imagem. Ou até mesmo que conduza para que a gente observe essa imagem em locais que normalmente a gente na repara. Realmente é algo assustador. Sou uma pessoa realista e tenho muita dificuldade em relacionar-me com o imaginário ou com coisas impossíveis ou inexistentes, fora dos padrões normais e possíveis. Assim sendo, sempre quando estou neste estado de fixação, meu comportamento é alterado e passo a ficar vigilante no que eu vejo e faço. Já fiz esta experiência ao trocar de carro, ao desejar um equipamento ou até mesmo quando estou prospectando um novo cliente. Será que é a tal da conspiração universal? Aquele livro, “O Segredo”, bastante propagado explica um pouco sobre isso, mas mostra um conceito que vai mais para o imaginário. Dia desses ouvi um barulho em uma das rodas do meu carro. A ponto de eu parar várias vezes com receito de que fosse algo sério. Levei ao mecânico e para minha frustração, o especialista não ouviu nada. Fiquei super sem graça. Continuei ouvindo o barulho, e sempre tentava não ouvir, mas não tinha como. Retornei ao mecânico e afirmei que o barulho existia e que incomodava. Para a minha alegria, o especialista era paciente, calmo e muito tranqüilo. Ele falou o que eu queria ouvir, ou seja, que o barulho existia e que o problema poderia ser isso ou aquilo e que ele precisava verificar melhor. Resolveu meu problema. Sai da oficina super seguro, agendado dia, hora e o tempo em que o carro ficaria no conserto. Estou assustado. Depois deste dia não consigo mais ouvir o barulho. Cheguei a ficar debaixo do carro procurando, procurando e procurando alguma coisa. Nada foi feito, ninguém mexeu e simplesmente o barulho sumiu. Acredito que eu tenha desligado a fixação que eu estava com aquilo e agora estou com dúvidas se realmente o barulho existia. Digo isso, porque muitas vezes quando fixamos algo ou em alguma coisa, a impressão que tenho é que a vida nos mostra alternativas sempre viáveis e que o desespero nunca é a melhor saída. Que todo problema tem a solução certa no momento ideal. Nada será feito fora do próprio tempo e assim sendo, chego a conclusão que é preciso ter tranqüilidade, serenidade e estar de bem com a vida, para enxergar solução em tudo que está pendente. Muita gente acha estranha a minha forma tranqüila de ser, mas nunca fiquei desesperado a procura de uma solução para um problema e assim sendo, utilizo o meu Poder de Fixação a procura de uma saída. Como diz a música: Deus pode fechar a porta, mas deixa a janela aberta. Ou seja, sempre existirá uma alternativa em que a gente encontrará se tivermos condição de enxergar. Em clima hostil a saída mais viável nunca será vista. Por isso, acalme-se. Respire fundo, sorria e acredite: a solução aparecerá. Basta utilizar o seu Poder de Fixação. Faça o teste.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quem ensina a ser rico

Sempre questionei esta questão. Dá para ensinar as pessoas a serem ricas? Dias desses ao assistir mais um capítulo do seriado Sex and City, este assunto foi o tema central daquele episódio. Assisti atentamente para observar qual seria o pensamento do escritor e o comportamento das personagens. Continuei na mesma, mas gostei do que vi, pois, mais uma vez conclui que esta questão é muito difícil de ser esclarecida, porque existem várias nuances e formas de interpretar o que é ser rico e como ensinar comportamentos. Todas as vezes que me encontro apertado com as finanças imagino onde eu poderia aprender a ganhar muito dinheiro. Eu disse: muito dinheiro. Estudei para ser jornalista e fui radialista por muitos anos. Não fiz curso de administração, tão pouco de gestão. Hoje minha empresa é administrada por uma administradora e eu desenvolvo apenas o trabalho que, imagino, ter desenvolvido o dom profissional, que é o de jornalista. Em toda a minha carreira nunca fui capaz de ganhar dinheiro, e já fiz várias tentativas. Uma vez perguntei a um amigo como eu poderia aumentar meus rendimentos. A resposta que tive foi o de investir na Bolsa de Valores. Com pouco dinheiro e em pouco tempo, meus dividendos seriam maiores. Comecei a querer entender o funcionamento disso, e percebi que eu teria que dedicar muito tempo, estudar muito mais e estar plugado nos altos e baixos do mercado financeiro e arriscar. Cheguei a conclusão que para isso eu teria que ter um capital razoável (o que eu não tenho) e esperar muito para os lucros verdadeiros, além de ter uma dedicação incomum. Não conseguiria. Perguntei para um amigo meu muito rico, como é ser rico e tive uma resposta de amigo, mesmo. Disse ele: “Não sei como é. Já nasci rico”. Muito objetivo este meu colega, que me deixou mais ainda perplexo, e sem saber como fazer para ser rico.Resolvi perguntar a um outro amigo, já de idade avançada que nasceu pobre e se tornou rico. A resposta não poderia ser diferente: trabalhar muito, ser honesto e sempre ajudar as pessoas. Gostei do conselho, mas isso eu já faço. Sou um fanático por trabalho, imagino que eu seja honesto e sempre dediquei ajudar aos outros. Não consegui ser rico desta maneira, ainda. O que me deixa intrigado é que eu quero ter dinheiro de sobra. Não precisa ser muito não. O dinheiro que eu tenho é contado, e muitas vezes dependo de mês a mês e o que é pior, nunca sobra. Na profissão que exerço é difícil encontrar milionários, desde que não se envolvam pelo lado político, ou ser laranja de algum corrupto ou ainda fazer parte de comportamentos duvidosos. Quero deixar claro que estou falando de muito dinheiro, pois tenho colegas jornalistas que vivem bem (não sei se com sobras) e trabalham honestamente. Comecei a observar pessoas ricas daquelas que são consideradas pobres, dentro dos padrões sociais atualmente. Pude perceber que os ricos vivem com muitas dificuldades: muitas vezes família desunida, problemas de relacionamento, isolamento por questões de segurança, falta de desejos e tantas outras coisas. Vi famílias pobre que fazem churrasco todo final de semana, família numerosa e sempre perto um dos outros, e muita gente envolta. Parece-me que os pobres são mais unidos que os ricos. Dificilmente vejo muitos ricos juntos, mas sempre vejo muitos pobres unidos. Claro que isso não é regra. Sei de famílias ricas maravilhosas e de família pobres super problemáticas. Estou generalizando as situações. Ensinar a ser rico é uma situação difícil. Aprender então, nem se fale. Fui percebendo que minha dúvida não é quanto ao ato de aprender ou de alguém ensinar, é dimensionar o que é riqueza. Ter saúde, família estável e saudável, ser rodeado de amigos, ter oportunidade de comer, beber e fazer o que quiser, não ser escravo do relógio e coisas do gênero. Penso que isso seja riqueza. Comecei a olhar em minha volta e ver que tenho tudo isso, e mais um pouco. Amo minha esposa Liza, e sou muito bem amado por ela; minha família é divertida e não temos nenhum problema de ordem social e sou super, hiper, mega, blaster apaixonado pela minha profissão. Meu filho, Murilo, só me dá alegrias, e consigo ajudar a comunidade carente com o meu trabalho e sempre tenho amigos em minha volta. Rico então é saber ter prazer naquilo que é capaz de ter? Então posso me considerar bilionário. Maravilhoso isso. Mas falta o dinheiro. Tenho certeza que eu seria uma pessoa melhor, se além de ter tudo isso eu tivesse dinheiro sobrando mensalmente, para ter a tranqüilidade de uma sobrevida. Acredito que igual a mim exista muitas pessoas assim, ou a maioria, mas pensemos juntos: o que nos falta, além do dinheiro? Quanto de dinheiro? Existem R$ 6 milhões que alguém ganhou na loteria e ainda não foi buscar. Tem aquele norte-americano que ganhou sozinho somente: US$ 400 milhões. Será que eu deveria arriscar mais, em jogos deste tipo? Talvez seja a saída. Vou tentar e futuramente transmitirei a experiência. Espero que com muito dinheiro em minha conta corrente, senão, as coisas continuarão a ser como são. Quero ser rico, com dinheiro..

segunda-feira, 1 de junho de 2009

É Copa do Brasil ou no Brasil?

Acompanhei com muita atenção os comentários dos meus colegas cronistas esportivos depois do anúncio das 12 cidades brasileiras que participarão da Copa do Mundo. Durante 18 anos vivi neste meio e tenho uma opinião bem particular sobre essa idéia de ser sede de uma Copa do Mundo. Quero iniciar dizendo que sou favorável, porém, não consigo imaginar um País cinco vezes campeão do mundo não ser capaz de sediar um evento deste em que somos os campeões com maior freqüência. A última vez que o nosso continente sediou um evento desta importância foi em 1978, e pelo que sei foi uma Copa do Mundo fraquíssima em todos os sentidos e com outros propósitos. De lá para cá muita coisa mudou, inclusive o nível do futebol mundial. Considerei a escolha da FIFA interessante e procurei ver em vários aspectos: o político, o econômico, o turístico, o de marketing, e principalmente o da técnica futebolística. Cidades como: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, eram esperadas por mim nas escolhas. Diria que essas cidades teriam até condições de serem duas vezes sedes de chaves na Copa do Mundo, ou seja, poderiam ser oito sedes com toda a infraestrutura exigida. Seriam canalizados investimentos públicos e privados com maior efeito social do que cidades como: Manaus, Brasília, Cuiabá, Natal e Fortaleza, que além de não terem condições físicas e sociais de serem sede de Copa do Mundo, dificilmente aproveitarão da forma como devem, os efeitos do investimento necessário na Copa após o evento. As cidades de Salvador, Recife e Curitiba estão em ascensão futebolísticas e, além disso, são centros urbanos intermediários para sediarem eventos deste porte e aproveitarão os investimentos em todos os sentidos. Das 12 cidades escolhidas tive a oportunidade de conhecer os estádios de todas elas quando estive trabalhando pela Rádio Record ou pela Rádio Bandeirantes como cronista esportivo, e posso dizer sem medo de errar que são poucas as que estão 70% em condições de serem sede de uma Copa do Mundo. Entendo perfeitamente que cidades como: Manaus, Natal, Cuiabá e Fortaleza tiveram tendências turísticas para serem escolhidas: Floresta Amazônica, Pantanal e praias, são os principais símbolos do marketing turístico explorado pelo País no exterior. Penso que isso deva ser usado sim para um evento em que são esperados 14 bilhões de expectadores que acompanharão a Copa do Mundo em todo o planeta. A escolha de Brasília a meu ver é por questão política-partidária mesmo. Até entendo a necessidade, mas vejo que o Estádio do Serra Dourada, em Goiânia, Goiás, está entre os melhores do Mundo, não devendo nada para Morumbi ou Maracanã, ou até mesmo Arena da Baixada (Curitiba). Esta perda será sentida, por jogo político, desnecessário no ponto de vista futebolístico, uma vez que é dito que no futebol não exista credo, raça e bandeira partidária. Concordo com Salvador, Recife e principalmente Curitiba, pois estão com times e torcidas fortes em todos os campeonatos existentes é mais do que merecidos, porém, com estádios vergonhosos, que deixam de ser critérios importantes, pois novos serão construídos. No entanto, serão bem utilizados no futuro, diferente de: Manaus, Natal, Cuiabá e Fortaleza. A Copa do Mundo no Brasil é uma necessidade de ambos os lados. Nosso País precisa mostrar a mesma competência nas quatro linhas, na área empresarial e organizacional. Dizem que o Campeonato Brasileiro é o melhor do mundo, vamos ter a chance de mostrar. Dizem que somos cinco vezes campeões do mundo por competência no futebol em geral, teremos condições de mostrar isso. A qualidade do perfil do jogador de futebol se mistura com a do brasileiro, e vamos ter condições de mostrar isso, também. Assim sendo, vejo como inevitável sediar uma Copa do Mundo. Pior: ainda com o compromisso de ser campeão, em casa. Ou alguém duvida desta cobrança? O que me deixa mais entusiasmado com tudo isso é que vamos dar um salto em todos os sentidos na cartolagem. A questão do ingresso, da acomodação da imprensa, torcida, convidados e times de futebol nos estádios. A necessidade da manutenção destas obras faraônicas e mais: parar de falar que brasileiro sabe jogar futebol porque joga as “peladas” em campinhos de péssima qualidade. De 2014 em diante, muitos paradigmas serão quebrados e uma nova versão de futebol entrará para a história. Deixaremos de ser amadores em todos os sentidos, para sermos profissionais da bola. O Brasil passará a figurar no primeiro nível do futebol mundial, tendo que mostrar competência nesta Copa: na organização, na profissionalização, na qualidade das praças esportivas e no nível do atleta. E ser campeão novamente. Tenho esperança que esses bilhões de reais que serão investidos não se desviem do foco principal: transformar esta grande nação de chuteiras, em sapatos de cromo. Pela primeira vez, desde 1950, teremos a oportunidade de mostrar ao Mundo que saímos da promessa e somos uma realidade. É a oportunidade que temos de dizer que faremos parte do primeiro mundo, e não mais um País em Desenvolvimento. Que o mundo enxergue o Brasil, mesmo com todos os nossos defeitos. Mas que pelo menos sejamos vistos e que mude a visão que o Mundo tem do Brasil e dos brasileiros. Quando haverá outra oportunidade como esta? Que os brasileiros saibam aproveitar a chances.

É Copa do Brasil ou no Brasil?

Acompanhei com muita atenção os comentários dos meus colegas cronistas esportivos depois do anúncio das 12 cidades brasileiras que participarão da Copa do Mundo. Durante 18 anos vivi neste meio e tenho uma opinião bem particular sobre essa idéia de ser sede de uma Copa do Mundo. Quero iniciar dizendo que sou favorável, porém, não consigo imaginar um País cinco vezes campeão do mundo não ser capaz de sediar um evento deste em que somos os campeões com maior freqüência. A última vez que o nosso continente sediou um evento desta importância foi em 1978, e pelo que sei foi uma Copa do Mundo fraquíssima em todos os sentidos e com outros propósitos. De lá para cá muita coisa mudou, inclusive o nível do futebol mundial. Considerei a escolha da FIFA interessante e procurei ver em vários aspectos: o político, o econômico, o turístico, o de marketing, e principalmente o da técnica futebolística. Cidades como: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, eram esperadas por mim nas escolhas. Diria que essas cidades teriam até condições de serem duas vezes sedes de chaves na Copa do Mundo, ou seja, poderiam ser oito sedes com toda a infraestrutura exigida. Seriam canalizados investimentos públicos e privados com maior efeito social do que cidades como: Manaus, Brasília, Cuiabá, Natal e Fortaleza, que além de não terem condições físicas e sociais de serem sede de Copa do Mundo, dificilmente aproveitarão da forma como devem, os efeitos do investimento necessário na Copa após o evento. As cidades de Salvador, Recife e Curitiba estão em ascensão futebolísticas e, além disso, são centros urbanos intermediários para sediarem eventos deste porte e aproveitarão os investimentos em todos os sentidos. Das 12 cidades escolhidas tive a oportunidade de conhecer os estádios de todas elas quando estive trabalhando pela Rádio Record ou pela Rádio Bandeirantes como cronista esportivo, e posso dizer sem medo de errar que são poucas as que estão 70% em condições de serem sede de uma Copa do Mundo. Entendo perfeitamente que cidades como: Manaus, Natal, Cuiabá e Fortaleza tiveram tendências turísticas para serem escolhidas: Floresta Amazônica, Pantanal e praias, são os principais símbolos do marketing turístico explorado pelo País no exterior. Penso que isso deva ser usado sim para um evento em que são esperados 14 bilhões de expectadores que acompanharão a Copa do Mundo em todo o planeta. A escolha de Brasília a meu ver é por questão política-partidária mesmo. Até entendo a necessidade, mas vejo que o Estádio do Serra Dourada, em Goiânia, Goiás, está entre os melhores do Mundo, não devendo nada para Morumbi ou Maracanã, ou até mesmo Arena da Baixada (Curitiba). Esta perda será sentida, por jogo político, desnecessário no ponto de vista futebolístico, uma vez que é dito que no futebol não exista credo, raça e bandeira partidária. Concordo com Salvador, Recife e principalmente Curitiba, pois estão com times e torcidas fortes em todos os campeonatos existentes é mais do que merecidos, porém, com estádios vergonhosos, que deixam de ser critérios importantes, pois novos serão construídos. No entanto, serão bem utilizados no futuro, diferente de: Manaus, Natal, Cuiabá e Fortaleza. A Copa do Mundo no Brasil é uma necessidade de ambos os lados. Nosso País precisa mostrar a mesma competência nas quatro linhas, na área empresarial e organizacional. Dizem que o Campeonato Brasileiro é o melhor do mundo, vamos ter a chance de mostrar. Dizem que somos cinco vezes campeões do mundo por competência no futebol em geral, teremos condições de mostrar isso. A qualidade do perfil do jogador de futebol se mistura com a do brasileiro, e vamos ter condições de mostrar isso, também. Assim sendo, vejo como inevitável sediar uma Copa do Mundo. Pior: ainda com o compromisso de ser campeão, em casa. Ou alguém duvida desta cobrança? O que me deixa mais entusiasmado com tudo isso é que vamos dar um salto em todos os sentidos na cartolagem. A questão do ingresso, da acomodação da imprensa, torcida, convidados e times de futebol nos estádios. A necessidade da manutenção destas obras faraônicas e mais: parar de falar que brasileiro sabe jogar futebol porque joga as “peladas” em campinhos de péssima qualidade. De 2014 em diante, muitos paradigmas serão quebrados e uma nova versão de futebol entrará para a história. Deixaremos de ser amadores em todos os sentidos, para sermos profissionais da bola. O Brasil passará a figurar no primeiro nível do futebol mundial, tendo que mostrar competência nesta Copa: na organização, na profissionalização, na qualidade das praças esportivas e no nível do atleta. E ser campeão novamente. Tenho esperança que esses bilhões de reais que serão investidos não se desviem do foco principal: transformar esta grande nação de chuteiras, em sapatos de cromo. Pela primeira vez, desde 1950, teremos a oportunidade de mostrar ao Mundo que saímos da promessa e somos uma realidade. É a oportunidade que temos de dizer que faremos parte do primeiro mundo, e não mais um País em Desenvolvimento. Que o mundo enxergue o Brasil, mesmo com todos os nossos defeitos. Mas que pelo menos sejamos vistos e que mude a visão que o Mundo tem do Brasil e dos brasileiros. Quando haverá outra oportunidade como esta? Que os brasileiros saibam aproveitar a chances.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Minhas lembranças "escaneadas"

Assisti esta semana na Fundação Eurípides, no Curso Técnico de Designer Gráfico, uma apresentação extraordinária sobre a arte de uma mariliense, que está famosa no mundo todo com a seqüência da obra “Escaneandome”, tendo oportunidade de apresentá-la em exposições na Espanha, Itália, Estados Unidos, Canadá, no Brasil e outros países. Luciana Crepaldi é a pessoa iluminada que dá mais um exemplo de que a perseverança aliada com a sensibilidade, juntas com o prazer de fazer algo diferente, é quem assina este trabalho fantástico. O mais legal é que ela é mariliense e vem sendo respeitada em diversas partes do mundo, sem o conhecimento digno da cidade em que nasceu. Também confirmando o ditado de que “santo de casa não faz milagres”. Admito que admiração por obras e peças de artes é difícil para mim. Apesar de eu ser uma pessoa observadora e detalhista, reconheço que me falta sensibilidade nesta área artística. Fico horas olhando uma obra para descobrir o que se passou na cabeça do artista em criar aquela peça. Muitas vezes não consigo chegar a uma conclusão. Costumo dizer que a obra e o artista devem sempre estar juntos. Um explica e o outro mostra. Assim sendo, todas as vezes que consigo conversar com o artista sobre a obra criada, passo a admirar ambos de forma instantânea. Foi assim com a Luciana Crepaldi. Conheço Luciana dos tempos de ginásio. Estudamos mais de 10 anos juntos. Fizemos parte dos mesmos grupos de amigos e a família dela sempre teve envolvimento com a minha e crescemos juntos na melhor fase de nossas vidas. Naturalmente o destino nos separou, como nos distanciou dos demais amigos em comum. Mesmo com as andanças dela pela Bahia e projetos que não deram certo, certa vez em 2000 numa exposição de arte no Centro de Cultura do Banco Itaú, em São Paulo, encontrei com ela neste evento. Acreditem: era a primeira exposição dela com a obra Escaneandome, em que tive a oportunidade de ser um dos primeiros a admirar, e nem sabia que a obra era dela, apesar da semelhança do nome da artista, até então. Não acredito em coincidências. Naquele dia almoçamos juntos e colocamos a conversa quase que em dia, apesar de ser o começo da carreira dela como artista naquela exposição. Sinceramente: não entendi muito a obra dela, e diga-se, assustou-me em razão de ser um trabalho diferente, vindo de uma pessoa que vi crescer. Mas tudo bem. Não me considero bom o suficiente neste tipo de admiração de arte. O tempo passou e li uma entrevista da Luciana num dos jornais de Marília sobre o trabalho dela que estava despontando. Passei a saber um pouco mais das andanças dela, mas pouco sobre a obra. Foi quando fiz uma pesquisa na Internet, motivado por uma entrevista que assisti dela na TV, e vi o potencial desta moça. Fiquei maravilhado em ver a qualidade da obra, a coragem de inovar e o que me encanta nas pessoas: o pioneirismo. Cheguei a pensar que se tratava de outra Luciana Crepaldi e não aquela amiga minha de infância. O trabalho desta mulher era de se admirar. O tempo fez que nos encontrássemos em Marília, certa vez quando ela veio cuidar da mãe, Dona Lourdes, que não se encontrava bem de saúde. Conversamos um tempo e atualizamos nossos contatos. Foi quando ela convidou-me para assistir esta apresentação. Dentro da proposta dela, “escaneei” minhas lembranças neste encontro, ao ouvi-la na palestra. Jamais imaginaria que aquela Luciana Crepaldi que viveu a minha mocidade seria capaz de se tornar este potencial na arte. (Arte do que mesmo? Nem sei dizer...). Mas a obra que ela criou é admirada mundialmente. Aos assistir a apresentação, Luciana Crepaldi mostrou-me e para dezenas de alunos do curso técnico, detalhes de como chegou a perfeição com a produção de imagens “escaneadas” do próprio corpo e as ligações que fez com a emoção que sentia naquele momento. Ela conseguiu “escanear” as emoções, ou seja, digitalizou o sentimento que naquele minstante estava sentindo. Isso é possível, como se fosse uma fotografia, porém, mais trabalhada, mais produzida e mais ainda: digitalizada antes mesmo das máquinas digitais em que os sites de relacionamentos vulgarizaram. Luciana conseguiu fazer de um escâner (equipamento) a ferramenta e o elo entre o imaginário, a emoção e o registro do momento. Ao explicar detalhes de suas obras, principalmente num filme de excelente edição e qualidade, passei a enxergar um outro papel do trabalho que ela desenvolve. Ela conseguiu me fazer ver coisas que não tinham explicação para mim, bem como observar a importância que a arte que ela criou, junto ao universo social. Palavras bem colocadas, detalhes bem explicados, imagens e sons perfeitos e o mais importante para mim: prazer. Luciana Crepaldi transmitiu prazer no que faz. Ela mostra na fala, no gesto, no olhar, no conteúdo o quanto ela curtiu fazer esse trabalho que virou arte, que virou obra, que virou marca. O texto que ela distribuiu aos alunos mostra nitidamente como as oportunidades que teve apareceram no sentido exato da palavra, de forma natural, confirmando para mim de que o nosso prazer flui naturalmente quando estamos empenhando o mais puro prazer no que fazemos. Quando fazemos com prazer as coisas boas acontecem. Fiquei orgulhoso de ver uma menina que se transformou em mulher, de uma conhecida minha que se tornou personalidade internacional. Ganhou prêmios e é requisitada internacionalmente. Fiquei muito feliz em ver que o esforço dela valeu a pena e que ela tem o reconhecimento da comunidade artística e que mais uma vez a vida nos mostrou que é possível acreditar nos nossos sonhos e que sonhos tornam-se realidade, sempre quando fazemos o que gostamos e curtimos. Se a vida é uma curtição como dizem alguns, que façamos isso com prazer. Durante pouco mais de duas obras, “escaneei” minhas lembranças e digitalizei meus conhecimentos artísticos. O meu orgulho e respeito pelo trabalho desta moça é semelhante a satisfação de ver o sucesso de uma pessoa que gostamos, afinal é preciso reconhecer o quanto as pessoas são valiosas em nossas vidas, e o sucesso delas é o nosso também. A felicidade que percebi no que ela apresentava, foi a minha também. Os olhos de sinais de admiração e respeito que vi da mãe dela, presente na apresentação, deixaram-me recompensado. Obrigado Luciana Crepaldi, filha da cidade de Marília, em brilhar em vários continentes, levando o sentimento mariliense consigo. Quem quiser conhecer o trabalho dela, com mais detalhes, acesse: WWW.lucianacrepaldi.com e vejam se eu não tenho razão.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A falta do afeto, afeta?

A cada dia que passa tenho sinais de que o sentimento do afeto é fundamental para o bom relacionamento entre as pessoas. Ter afeto no sentido de ter afeição por alguém, ou até mesmo por inclinação, simpatia, amizade, amor e outros sentimentos similares, são comportamentos emocionais de uma sensação que une as pessoas. Não tenho dúvida de que é esse o elo entre as pessoas e o que nos faz sermos seres altamente sociáveis, ou seja, vivermos em grupo e sempre estarmos na companhia de alguém. Naturalmente entre as pessoas que nutrem esse sentimento de afeto, pois aquele que se isola, não teria condições de usufruir deste relacionamento prazeroso. Ao ouvir este final de semana uma palestra do professor e escritor Gabriel Chalita, figurinha carimbada nos meios acadêmicos, literários e políticos, tive a confirmação deste sentimento nobre que classifico a afetividade. Sinto-me uma pessoa assim, pois gosto de viver em grupos, necessito do feedback das pessoas e sempre quero estar em companhia de muitas pessoas. Preocupo-me com o outro em todos os níveis e muitas vezes absorvo problemas e alegria das pessoas que amo. Sinto-me como um torcedor fanático que explode de emoção ao ver o gol do time em qualquer partida. Imagino que eu tenha afeto pelas pessoas que estimo. Certa vez o psicoterapeuta Ivan Capellato disse em uma de suas palestras que a relação do afeto está ligada ao fato deste sentimento afetar ou não outra pessoa. Naturalmente o trocadilho do título deste artigo é exatamente chamar a atenção para o sentimento amoroso com relação ao sentimento de interesse. Quem não tem afeto (sentimento) não é afetado (atingido). Gosto desta frase que de forma direta sintetiza muito bem a falta desta emoção que considero básica para uma pessoa do bem. Penso que tudo que quero, de fato, de bom para mim e para os outros, tem que afetar sobremaneira nossas vidas. O afetar neste sentido é fazer a diferença da ausência de um prazer em relação ao outro. Se uma pessoa que gosto está infeliz, isto tem que afetar-me, pois, do contrário o que sinto por esta pessoa na realidade não é tudo isso que imaginava ser. Depois de ouvir e entender o que Capellato e Chalita disseram, passo a observar melhor este sentimento que tenho pelas pessoas que estão ao meu redor. Vou procurar fazer a seguinte pergunta, quando notar algo de estranho na pessoa que gosto: Se “tal pessoa” não está bem, isto me afeta? Se eu chegar a conclusão que não me afeta, será um sinal de que o afeto que tenho por ela não é tão significativo. Daí vou saber dosar para encontrar o ponto de equilíbrio suportável, afinal, devo preocupar-me com as pessoas que gosto, mas não ao ponto de colocar em risco a minha situação. Para eu poder ajudar, preciso estar forte e seguro, do contrário, sou eu quem precisa de ajuda. Quando percebo que uma atitude minha, boa ou ruim, afeta alguma pessoa, certamente devo sentir-me bem. É um sinal de que tenho um significado para aquela pessoa. É lógico que meu comportamento ruim é inconsciente, porque não faria isso de forma proposital se essa pessoa é relevante a mim. Assim sendo a pergunta se meu afeto é afetado pode ser feita tanto para as minhas ações, como para as ações dos outros, e desta forma, vou avaliando o grau de importância que cada pessoa tem em minha vida. Essa experiência parece-me interessante e assim sendo, sugiro que mais pessoas passem a questionar este tipo de situação, pois, segundo os estudiosos é uma excelente maneira de interagir de forma agradável com as pessoas que amamos. Será uma forma, também, de disciplinarmos nossos comportamentos perante os outros, uma vez que, sempre queremos agradar e jamais desejaríamos algo de ruim para aqueles que gostamos e queremos que permaneçam em nossa volta. Não tenho dúvidas que isso irá melhorar a visão que tenho das pessoas, e perceberei em breve que as pessoas também notarão a mudança em meu comportamento. Não existe algo pior, no comportamento humano, do que a indiferença. Vejo isso como algo nocivo nas relações entre pessoas e o pior dos piores sentimentos. Conheci pessoas que se definharam por causa da indiferença alheia, como já assisti pessoas triunfarem com excessiva torcida. Naturalmente aquele que venceu, era uma pessoa querida, enquanto que o outro, nem tanto assim. Desejar ser uma pessoa querida pelos outros, independente de quem seja, é o objetivo de todos. Se assim for, que passemos a questionar quem e o que nos afeta entre as pessoas que convivemos. Vamos procurar desenvolver o sentimento do afeto, afetando positivamente as pessoas, que certamente seremos afetados de forma agradável. Percebo que este tipo de sentimento afetivo só é correspondido com coisa boa, pois aquele que se preocupa com o outro, terá a preocupação dos demais. É uma troca de preocupação mútua. É preciso colocar que todo sentimento exagerado torna-se doentio. Por isso, vamos com calma. Primeiro atinja o campo da observação, para na seqüência agir conforme a necessidade, dosando a retribuição com relação ao valor e ao significado que determinada pessoa tenha. Cuidado, pois, muita preocupação e atenção provocam sentimentos contrários, sufocando e distanciando as pessoas, que um dia tiveram um sentimento bom entre elas. Muito afeto, pode afetar a boa relação. Pense nisto.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O exemplo está perto e em casa

Tenho observado uma discussão interessante sobre como fazer os jovens entenderem bons comportamentos. Ouço psicólogos, professores, estudiosos e demais entendidos no assunto, dizendo que os jovens estão cada vez mais autônomos, independentes e auto suficientes. Vejo até, comentários de que a modernidade fez um novo comportamento educacional. De que a comunicação entre pais e filhos agora é mais simples, fácil e instantâneo. Será? Penso que os choques de gerações sempre existirão, em virtude de que cada um é formado de experiências diferentes. Será que o ideal não é aprender a essência e verificar qual a melhor forma de transmitir os ensinamentos, sem fórmulas mágicas? Pois bem. Neste último dia das mães assisti uma cena que me fez refletir. No almoço de domingo, comemorando o Dia das Mães, meu cunhado soltou uma daquelas pérolas, que somente ele é capaz de fazer. Por ser cunhado e ainda uma pessoa muito querida, prestei atenção e concordei. Ele disse: “Hoje vejo como o meu pai foi bonzinho comigo. Queria que ele tivesse sido mais bravo e duro”. Um homem com mais de 50 anos de idade falar algo assim, é para fazer qualquer um refletir os motivos que levam uma pessoa a chegar a esse ponto de lamentação. Não que ele seja uma pessoa com personalidade defeituosa, ou que o pai dele tenha sido um santo e conivente com todos os comportamentos inadequado que ele tivera. Meu cunhado é do tipo linha dura. Esbraveja sempre e de forma rústica sempre mostra o que pensa e se faz entender pelos barulhos que um bom descendente de italiano calabrês é digno. Mesmo com dificuldades em encontrar as palavras corretas, ele se faz entender pelas atitudes e pela razão que sempre é conclusiva e admitida por todos. No entanto, a forma de comunicação que ele utiliza dá margens para interpretações dúbias. Mas ele é uma pessoa correta, admirável e querida. O pai dele foi um homem correto, admirável e muito querido. Vejo que meu cunhado aprendeu a lição. Mas será que está sabendo transmitir o que aprendeu aos filhos com média de 15 a 20 anos de idade? Assisto freqüentemente a dificuldade que ele tem, mas consegue se fazer entender, no final. Quando ele fez o comentário sobre o pai, imaginei que ele estivesse querendo dizer que o pai dele foi tão duro com ele nos ensinamentos, que ele teria como pai, ser duro com os filhos e não consegue. Conheci o pai dele e realmente ele era do estilo linha dura, como todo o pai da geração dele foi. Imagino que meu pai seria assim, se não tivesse falecido tão precocemente. Talvez eu seja igual ao meu cunhado, pois somos de geração semelhante apesar dos oito anos de diferença que temos, mesmo eu ainda não ter atingido os 50 anos de idade. O que conclui é que a forma de educar e transmitir ensinamentos tem tudo a ver com a geração em que fazemos parte, pois, naturalmente os tempos sempre serão outros e bem diferentes. Feliz é aquele que consegue acompanhar a modernização e encontrar uma forma de comunicação adequada para transmitir o conhecimento que detém. Fato raro. Verifiquei que o desejo de meu cunhado foi o de mostrar aos filhos, que estavam presentes neste almoço de domingo, que ele na condição de pai é mole, de fácil persuasão e que se fosse com o pai dele seria bem diferença e muito mais difícil. O desejo dele era dizer aos filhos que ele faz o que pode para ser compreendido, apesar de ter aprendido de forma diferente. Puro conflito simples de quem tem conhecimento e quer repassar para o outro, mas não sabe de que forma. Emissor e receptor procurando uma linguagem da mensagem. Muita gente explica isso, mas é complicado numa relação entre pais e filhos. A conclusão que eu cheguei é que a comunicação não verbal ainda é a melhor maneira de comunicação entre as pessoas. Nossos filhos precisam ver o que os pais fazem, tendo discernimento para escolherem o caminho que melhor lhe convém, dentro da história de vida que cada um de nós construímos. Por isso que os pais devem se preocupar com a formação desta história de vida. Bons exemplos, bons ensinamentos. É preciso fazer com que os jovens saibam refletir e pensar, ao invés de serem alienados a situações apenas prazerosas. Jovens que pensam e analisam serão líderes. Jovens que fazem só o que é bom, num determinado momento, serão liderados de forma pacífica ou se tornarão contestadores incompreendidos. O valor do aconselhamento é preciso ser destacado, pois, ninguém manda em ninguém, muito menos pais sobre os filhos. Meu cunhado deu uma ótima lição aos filhos e aos adultos, principalmente aqueles que estão disponíveis a aprender. Este exemplo serviu para que eu confirmasse que a admiração pelo outro provém do comportamento, e que o ditado: faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço, mais uma vez confirma ser uma péssima afirmação. É preciso fazer o que se fala e faz. Somos avaliados pelo que fazemos e não pelo que pensamos ou falamos. Você é o que você faz. Saber transmitir conhecimento por atitudes ainda é a melhor maneira de fazer o outro aprender. Nossos ídolos são criados desta maneira: pelo comportamento. #

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sou fã do Ministro Tóffoli

As páginas amarelas da Revista Veja desta semana trazem uma entrevista muito interessante do mariliense José Antônio Dias Tóffoli, o Ministro da Advocacia Geral da União (AGU). Já tive a oportunidade de estar com ele em alguns eventos aqui na cidade de Marília, mas nunca a chance de saber a opinião dele sobre algumas questões contundentes. Tenho uma imagem dele de pessoa com grande capacidade de conhecimento, e isso me atrai, em qualquer pessoa, afinal se é algo que vejo como diferente entre as pessoas é a capacidade de assimilar grande carga de conhecimento, e ele tem e demonstra com clareza este dom bem trabalhado. Admito que num primeiro momento, quando o conheci numa visita informal na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, 31ª subseção de Marília, num sábado de manhã, ao lado dos irmãos e do amigo particular, o presidente da OAB local, Carlos Mattos, tive a impressão dele ser mais amigo do Presidente Lula, e um partidário do PT do que a imagem que tenho dele agora. Concordo que naquele momento, com muita descontração e pouco espaço para conversas sérias, não foi o melhor local para eu avaliá-lo, apesar de acreditar que a primeira impressão é a que fica. Mas tive outras oportunidades para rever meu pensamento. Quando houve a instalação da Câmara Arbitral em Marília, ele esteve presente e deu um show. Daquele dia em diante ele foi me ganhando ao poucos. Assisti várias apresentações dele no Supremo Tribunal Federal, pela TV, e passei a enxergá-lo com outros olhos, pois sei o quanto é difícil deter a técnica da comunicação direta e ele sabe aliar conhecimento com palavras coerentes, num tom de voz super agradável. Outra vez nos encontramos na Pizzaria do Chaplin, mas ali era um encontro de família no final do ano, e vi um ministro super atencioso com os irmãos e familiares. Ponto pra ele. Na palestra que fez na comemoração dos 80 anos da Santa Casa de Marília senti o peso da autoridade. Penso que naquele dia ele não estava bem, apesar de demonstrar um pouco de descontração no coquetel, mas ai não conta, porque o ambiente faz a ocasião. Naquela mesma semana vejo uma ampla reportagem dele na Folha de São Paulo sobre o trabalho que ele desenvolve na AGU e a economia que fez para a União através do trabalho profissional dele. Ponto pra ele. Passei a enxergá-lo como um homem capaz: líder, administrador e eficaz. Virtudes que não vejo em muita gente, aliada a simpatia, coerência, boa educação, boa pinta e acima de tudo um ser humano próximo de nós marilienses, atingindo cargos dos mais influentes do Brasil, algo que nenhum outro ser de Marília conseguiu. Mas foram nas páginas amarelas da Revista Veja que José Antônio Dias Tóffoli confirmou de vez a admiração que passei a ter por ele. Não pelo fato dele estar num crescente em sua carreira, mas sim pelas sábias colocações que fez em perguntas delicadas sobre aborto, escândalos, PT, relacionamento com José Dirceu, Lula e tantas outras personagens de escândalos políticos e administrativos do atual governo. Consegui ver, nas entrelinhas, uma pessoa focada, decidida, segura e independente. As respostas são do estilo dele: curtas, com palavras certas e claras. Muito claras. Não tem como não entender o que ele está dizendo. Quero dizer que além da admiração do potencial dele, passei a ter uma aproximação com as idéias dele. Ele disse na reportagem aquilo que eu sempre pensei e esperava ouvir de alguém, ainda mais de um mariliense que está mais próximo de mim, pois conheço alguns dos irmãos dele e certamente não serão poucas as vezes que terei a chance de encontrá-lo em algum evento em Marília. Certamente no nosso próximo encontro terei a oportunidade de parabenizá-lo pela entrevista, e agradecê-lo pela manifestação inteligente. Não sou mariliense, mas sou daquela turma que escolheu Marília para viver e morrer. Desta forma sinto-me orgulhoso de ver uma personalidade ascendente como o Ministro Tóffoli, de Marília, alcançando feitos inimagináveis até para ele mesmo. Não sou admirador do Lula, mas reconheço nele muitos potenciais, porém, sou obrigado a aceita-lo como o líder maior da minha nação. Tenho que admitir que contar com o Ministro Tófolli na equipe de trabalho do Presidente, tem aspecto de talismã, até por que o ministro não se parece nem um pouco com o Presidente Lula. Passo a torcer para que o nosso ministro seja indicado para o Supremo Tribunal Federal. A justificativa que ele deu na entrevista é igual ao gol que Ronaldinho fez diante do Santos, na Vila Belmiro, nas finais do Paulistão. Coisa de craque. São pessoas assim, com esse espírito desprovido de falsidade é que temos que admirar. José Antônio Dias Tófolli entra na galeria de ídolos que tenho. Passo a ser um torcedor de suas ações, independente dele conhecer-me ou não, afinal, a idolatria que temos é assim: torcer por pessoas a distância anonimamente. Gratuitamente. Neste caso ele passa a ser um dos meus ídolos vivos que estão próximos de mim como é o caso de outra personalidade nacional, o incomparável Osmar Santos. Marília deve se orgulhar por esta nova figura histórica, em que podemos e devemos nos espelhar.