sexta-feira, 9 de abril de 2010

BBB10 - A Lição

Tenho procurado assistir a todas as entrevistas dos participantes do BBB10 para eu poder chegar a uma conclusão do que aconteceu. Ainda está estranho o programa de TV bater recorde de votação e não ir bem nas pesquisas de IBOPE, e ainda o vencedor não é a personagem mais simpática, ou pelo menos que se identifique com a população em geral. Nas edições anteriores esta empatia aconteceu. O vencedor era o queridinho da população e o comportamento dele dentro da casa era semelhante ao ambiente que a sociedade vivia na época. Mas o que aconteceu desta vez? Tenho vários pensamentos. Não sei se pelo fato de eu estar lendo muito material sobre planejamento estratégico, tenho observado que os amigos de Marcelo Dourado foram bem organizados. Daí a explicação do recorde no número de votações, e o fato deste sujeito participar de seis eliminatórias e passar por todas com boa margem de segurança e ainda vencer a etapa final com recorde de aceitação. Chego a conclusão de que Marcelo Dourado planejou, disciplinou-se e procurou sair de todos os conflitos mais perigosos num relacionamento em grupo. Fez ar de tonto, bôbo, ignorante e muitas vezes até um pouco violento. Mas controlou-se. Gosto do programa e procuro assistir sempre que possível, mas não como crítico contumaz, mas sim como mero observador, pois, noto que muitos dos acontecimentos que ocorrem dentro da casa, são semelhantes nas famílias, nos locais de trabalhos, nos clubes sociais, nas rodas de amigos e em qualquer grupo com mais de duas pessoas. Todos nós fazemos comentários semelhantes ao que assistimos na TV, ou até mesmo, temos comportamentos parecidos com uma das personagens. Percebo muita semelhança, e naturalmente vendo na TV ficamos confortavelmente assistindo, comentando e tirando conclusões. Diferente de quando somos a personagem do BBB no nosso dia-a-dia. Aprendi que Marcelo Dourado não é nenhum exemplo de pessoa, caráter, comportamento e até de imagem. No entanto, ele nos mostrou que a disciplina, o poder de relacionamento, e a administração do comportamento alheio podem ser argumentos de sucesso. Não tenho nenhuma admiração por ele, afinal, torci muito pelo Cadu, que ficou em terceiro e perdeu feio a final. Até mesmo para a Fernanda, que demonstrou ser uma pessoa dissimulada o tempo todo. Mas tenho que admitir que esse Dourado roubou a cena e mesmo com o jeitão brucutu, fez com que as pessoas votassem a favor dele. Já não vimos isso nas eleições? Acredito que os promotores do BBB devem avaliar melhor a forma de votação. Esse negócio de uma pessoa ter a possibilidade e a facilidade de votar quantas vezes quiser, parece-me não ser a mais correta e justa, pois aprendi que na votação do BBB não se trata do desejo da maioria e sim dos mais persistentes e amigos dos envolvidos. Admiro o programa pelo conteúdo e não pela fórmula de realização, pois, não concordo com muitos dos resultados das eliminatórias, tão pouco a final. Procurei desvencilhar o resultado do programa com o desejo da população, como insistiu por diversas vezes o lunático Pedro Bial. Na final, ao abrir meu leptop e ver que o “Brasil era Dourado”, senti uma grande influencia do ditado: quanto pior, melhor. Talvez o resultado seja um sinal de que a população está cansada de assistir um programa que dure 10 anos com o mesmo formato. Diga-se de passagem, para um programa de TV durar uma década e faturar o que fatura, não pode ser considerado um programa duvidoso. Respeito isso, mas penso que a cada ano temos que fazer leituras diferentes sobre o desenvolvimento deste tipo de programa que pode ser conduzido de uma certa forma, porém, nada que seja considerado desonesto. Ou alguém acha que a TV Globo gostou do Marcelo Dourado ter vencido?

3 comentários:

  1. Ai, Márcio... só você, mesmo, prá me fazer refletir sobre o BBB. Faço questão de passar batido por esse programa, ou qualquer outro reality show que exista e insista em ser transmitido pelas nossas TVs. Penso que esse tipo de exposição, não é digno nem dos animaizinhos em cativeiro; já basta Deus onisciente e onipresente, observando tudotudotudo o quê a gente faz (prá quem acredita que Ele fica do lado de fora!). Porém, como sua fã, considero válida e muito bem feita sua reflexão. Não vou prometer acompanhar os próximos "realities", mas vou sim olhar, com mais atenção, paras as máscaras que usamos nos diversos jogos que nós vivemos.
    Beijão,
    Deborah

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  2. Respeito a reflexão. Mas não há como não achar o programa duvidoso. Na Tv nada é o que parece. As pessoas deveriam se perguntar o quanto há ali de 'reality' e o quanto é devido a uma pré-produção. Para deixar a responsabilidade pelos níveis de audiência na mão de um punhado de personagens à procura de um autor, a emissora teria de crer na condescendência absoluta do público. Talvez seja o caso. Mas, se eles interferem no rumo das novelas que não emplacam... A longevidade do programa pouco significa, tendo em vista outras bobagens que atravessam mais de uma década no ar. Embora não assista, tive a oportunidade de ver uma das digressões poético-filosóficas que o Bial cometia ao anunciar a eliminação dos 'brothers'. Patético e constrangedor. O que não se faz para ganhar a vida...

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