segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O voluntário empresarial

Tenho acompanhado inúmeras pessoas que assumem as funções de presidente, diretores, coordenadores e conselheiros, em instituições de classe, principalmente. Todos eles ocuparam e ocupam cargos sem remuneração e sempre questionei os motivos que levam essas pessoas a se comprometerem por uma causa coletiva. Observei que todos eles num primeiro momento recusam o cargo, dificultam a indicação e muitos até se sentem ofendidos quando são lembrados. No entanto, depois da resistência, se transformam e passam a dar a vida pelo trabalho na instituição voluntária. Já vi pessoas que de tanto envolvimento colocaram o trabalho voluntário como prioridade em suas vidas, deixando a família, os negócios e os amigos em planos inferiores. Aprendi, que isso não é bom, como tudo que é exagerado deve sempre ter o bom senso. Mas, por outro lado, admiro quem consegue ter prazer em desenvolver trabalho voluntário, e ainda assim, administrar bem as questões pessoais e profissionais. Mas a pergunta que faço, sempre, é o que leva uma pessoa dedicada, destacada em sua categoria e normalmente bem relacionada, a ser um voluntário empresarial? Defino como sendo voluntário empresarial aquele que faz trabalhos gratuitos, assume responsabilidade civil e criminal, por uma atividade de classe, sem qualquer ganho financeiro. Da mesma forma que acredito ser o reconhecimento de seus companheiros ou da comunidade em que faz parte o combustível do voluntário social, penso que esse reconhecimento também é o que motiva um voluntário empresarial. O ser humano necessita do reconhecimento e da compensação moral. Vamos lembrar do aperto de mão, dos abraços, dos beijos que recebemos dos outros e que nos fazem bem. São milhares de centenas de pessoas que desenvolvem trabalhos voluntários, na busca de um reconhecimento, seja ele qual for. A gratidão de poder ter feito algo por outra pessoa é impagável e não é possível mensurar o valor financeiro deste ato. Sentir o sorriso, a satisfação e ver a melhoria na qualidade de vida de outro ser humano, é algo que dignifica qualquer pessoa que tem a capacidade de mudar a vida de um semelhante. Quem já teve essa sensação sabe do que estou dizendo. Acredito que seja isso que faz com que pessoas de bem, aceitem o compromisso de fazer com que a vida das pessoas mudem, dentro das possibilidades e limitações de cada um. Quem assume a presidência de um grupo de voluntários tem que ser admirado sempre. Não é qualquer um que tem essa coragem, e por não ser qualquer um, a admiração tem que ser dobrada. O respeito que temos que ter com o voluntário empresarial é muito grande, pois, colocar o próprio nome, o comportamento e principalmente a história pessoal de vida para ser julgada pelos outros, não parece-me algo para qualquer um, e sim, digno de pessoas especiais. Desta forma, faço uma reflexão neste sentido, sugerindo para que passemos a olhar, com um outro olhar (o olhar da gratidão), para essas pessoas que sempre são ocupadas e mesmo assim, encontram tempo para estudar, planejar e agir em favor de um segmento, seja ele social ou profissional, mas sem qualquer ganho financeiro, que neste mundo capitalista tem valor e é necessário. Vamos reconhecer nesses voluntários empresariais que o desejo deles vale a pena. Independente do sucesso que eles venham a ter, ou não, o que importa é mostrar a coragem de se colocar ao julgamento do outro, que sabemos que nem sempre é justo, mas, é o que mais acontece. Assim sendo, saúdo todos esses voluntários empresariais e digo que, por causa da iniciativa deles, nossa sociedade está melhor, pois quem é competente na vida pessoal, familiar e empresarial, pode ajudar de alguma forma a categoria social ou profissional que faz parte. O que não posso admitir é a omissão de algumas pessoas, pois, se são vencedoras devem saber lidar com as diferenças e ensinar aos demais, como fazer para contornar os obstáculos e atingir a vitória. Aprendizado que não é repassado, não me parece ser uma visão e comportamento inteligentes. Se o estímulo para o voluntário empresarial é o reconhecimento, vamos admitir que a presença dele (por si só), já é merecedor de todos os agradecimentos de uma comunidade. Imaginem se ninguém se dispusesse a assumir esse compromisso, pois, como costumo dizer: quem não se envolve não se desenvolve. Márcio Medeiros é radialista e jornalista – marcio@medeiros.jor.br BLOG - http://marcio-medeiros.blogspot.com#

3 comentários:

  1. oi Professor

    adorei o artigo....
    quero saber das novidades, cursos etc....
    saudades

    bjs

    Ly

    Eliana Boaretto

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  2. Belo artigo, Márcio, e inspirador.

    Hoje estou em Guarulhos, mas no final de semana tomamos umas....

    Ainda tenho o dia-a-dia muito agitado e inconstante: (hoje era para eu estar em Campinas).

    Mas quero sim assumir uma responsabilidade como a do teu artigo.

    Abraços,

    Túlio de Oliveira

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  3. Marcio, Boa Noite !!!
    Já havia lido o artigo no dia que foi publicado no Jornal, pois recebo em casa. Recortei do Jornal e trouxe para o escritorio e guardei entre meus preferidos, junto com as do Arnaldo Jabour e outras.
    Parabéns pela matéria, me identifiquei muito com ela.
    Nino
    Rotary Marilia-Leste

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