sábado, 21 de fevereiro de 2009

A preocupação com o lixo espacial

Um artigo da Revista Veja chamou minha atenção sobre as atividades espaciais. Dois satélites se chocaram, aumentando a quantidade de lixo espacial. Sempre fiquei imaginando o que acontece com aqueles pedaços de foguetes que vão se desprendendo do módulo lunar. Imaginava que tudo aquilo se deteriorava, queimasse ou até mesmo se desintegrasse. Puro engano. Descobri que todas aquelas sobras ficam vagando entorno da terra. O artigo chamou minha atenção também, pela quantidade de satélites existentes em funcionamento: 3 mil deles ficam orbitando. Sem contar os mais de 17 mil fragmentos de artefatos lançados da terra e que se desmancharam de foguetes, satélites desativados e até ferramentas perdidas por astronautas, como aconteceu recentemente.
A geração dos anos 60 não deve se preocupar com isso, afinal a exploração espacial ainda é recente, perto da exploração da terra. Mas penso que as gerações atuais terão problemas no futuro com tanto lixo espacial assim. Como se não bastassem os problemas com o lixo doméstico, orgânico e o mais moderno de todos: os recicláveis. E agora vem essa com relação ao lixo espacial. Fico pensando que diante de tanto lixo que vai acumulando no espaço, o homem acabará preso num mundo horrível, pois, se quer se preocupa com as condições do meio ambiente que são finitos, onde vivemos, temos agora o problema maior, se preocupar onde não vivemos e que estamos explorando. Ao querer abandonar a terra, por qualquer razão, os seres humanos serão impedidos pelo próprio lixo que se criou entorno da terra. Um castigo, talvez, merecido diante de tanta agressão contra a natureza.
Pior será se esse lixo espacial resolver cair na terra. Dois satélites (um americano e um russo, por ironia) se chocaram recentemente nos céus da Sibéria. Mais destroços na lixeira espacial. Imaginem chover lixo. Já observamos lixo na água, no ar, na terra e agora caindo dos céus, com o lixo espacial. Penso que a preocupação tenha que ser elevada ao grau máximo, com o que produzimos e o que faremos com o descarte. No mundo consumista que vivemos, já passou da hora de uma mente brilhante descobrir uma saída para isso, pois do contrário o Mundo será um Lixo só.
Dia desses ao me apresentar em Presidente Prudente para um grupo de empresários e rotarianos, debatíamos a questão do Lixo Seletivo, por exemplo. A separação do lixo tem que ser um comportamento coletivo, pois, se eu separo o meu lixo, mas meu vizinho não faz a mesma coisa, e mistura o lixo orgânico com reciclável, e joga no mesmo local que o meu, não adiantou nada a minha separação. Digo que o Lixo Seletivo tem que ser Coletivo, ou seja, todos terem a mesma preocupação e comportamento. Neste caso, não adianta eu fazer a minha parte. Todos devem ter o mesmo comportamento de separar o lixo.
Como síndico do prédio onde eu moro, adotamos o lixo seletivo. Porém, muitos moradores não se preocupam com isso e jogam lixo orgânico em locais onde seriam lixo recicláveis. Insetos e animais roedores são atraídos da mesma forma. Pior é que vejo não se tratar apenas de conscientização e sim de preguiça, pois jogar o lixo é um ato só, e havendo um direcionamento para este ato, é uma questão de disciplina, organização e principalmente de hábitos culturais. Para isso é preciso que a pessoa tenha conhecimento, o que imagino ser a maior deficiência.
Por mais tecnologia que exista, e por mais evoluído (no sentido temporal) que o ser humano seja, o lixo será sempre um problema de saúde humanitária, por culpa da falta de hábito separá-lo ou darmos uma destinação a ele e, que possivelmente, será o nosso maior adversário, porque está claro que tudo que não for da natureza, não será absorvido facilmente. Ao poluirmos o ar, aumenta-se o buraco na camada de ozônio. Ao sujarmos a terra, poluímos os lençóis freáticos e por conseqüência ficaremos sem água potável. Quando sujamos os rios e oceanos, ameaçamos os recursos hídricos, ou seja, não temos saída. Sujando o espaço, um dia teremos que tirar isso da frente. Ou mudemos de comportamento, ou seremos vítimas dos nossos próprios lixos, ficando ameaçados por doenças de todos os tipos, afinal, temos um cérebro privilegiado, mas um corpo sensível e vulnerável a menor ameba existente, com poder de destruição mutante e inimaginável.
Márcio Cavalca Medeiros é radialista e jornalista.

2 comentários:

  1. Márcio, realmente é uma preocupação mundial. Várias agências de controle do tráfego aéreo divulgaram boletins de segurança, alertando os pilotos contra possíveis destroços dos satélites. E numa reportagem recente, em que uma rede de TV filmava uma maratona, viu-se ao fundo destroços incandescentes caindo sobre propriedades agrícolas. O Perigo é enorme.

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  2. Oi Marcio, considero que devamos todos nos envolvermos na separação do lixo, pois acabaremos em algum ponto ( netos, bisnetos ou tatarenetos) sendo enterrados pelo lixo fabricado pelo ser humano no mundo. Temos que batalhar avidamente pela reciclagem de tudo que for possível, não temops mais no mundo onde depositar o lixo que, modernamente em sua maioria atualmente tem sacolas plásticas que no mínimo demoram 450 anos para se dissolverem na terra. Já pensou? 450 anos, mais que 4 gerações. Em casa procuramos reciclar. No sítio todas as embalagens plásticas 9sacolas etc..) vão para o incinerador. Cada um deveria ter um incinerador em sua casa. pelo menos, se não quer reciclar, não poluiria o planeta . bjbjbjbb Gisele Maldonado

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