quinta-feira, 20 de agosto de 2009

É preciso saber se relacionar com computadores

Não tenho a menor dúvida de que ainda seremos classificados como sendo do grupo que sabe mexer em computadores e os que não sabem. Tive uma experiência muito interessante esta semana e senti profundamente como a ignorância em lidar com computadores é dolorosa. Fui convidado para uma palestra em Blumenau, em Santa Catarina. Mais de 700 quilômetros de distância, e como meu filho está morando em Curitiba, resolvi ir de carro para passar um dia com ele no sul do País. Eu e Liza (minha esposa) nos arrumamos e nos preparamos, e a minha ansiedade era maior em estrear uma viagem com o GPS de navegação. Confesso que meu primeiro erro foi achar que a máquina faria tudo por mim. Percebi que ela só faz aquilo que está programado, como eu não tive muito tempo de estudar o manual, resolvi arriscar. Fiz as operações básicas e fomos para estrada. Até Curitiba não haveria problema, pois, conheço a estrada e já fomos várias vezes. Meu receio era para o período após Curitiba. Não sei por qual razão só tinha em mente a estrada BR 116 para Blumenau. Ao chegar em Curitiba a máquina pedia para eu fazer um caminho e eu resolvi ver as placas, como antigamente. Não deu outra: eu e o GPS passamos a não nos entender mais. A irritação se dava em função de que a máquina me pedia para fazer uma manobra e eu não fazia, pois seguia a placa da BR 116. Depois de admitir que estava perdido, pois as placas sobre Blumenau sumiram e de irritar-me com o GPS que me contrariava, resolvi informar-me na Polícia Rodoviária, e descobri que estava quase 200 quilômetros de distância de Blumenau, que teria que seguir a BR 101 e não a 116. Por eu não estudar o caminho e não ler o manual do equipamento, sofri para entender que todo e qualquer computador foi criado para servir, desde que a pessoa saiba o que quer. Neste caso eu não sabia manusear bem a máquina e tão pouco conhecimento do caminho que eu tinha que percorrer. O ensinamento maior foi de que as relações humanas sempre prevalecerão. As máquinas certamente vão facilitar nossas vidas, mas é preciso que nós saibamos manipular o equipamento. De nada adianta ter e não saber usar. Nada adianta ter a tecnologia a disposição, e ser resistente ao uso da máquina para a melhora na qualidade de vida. Das vezes que tive que perguntar para uma pessoa onde eu estava, senti que a abordagem humana ainda é a melhor, mas é possível ter ambas. Nada impede de eu ter o GPS, devidamente programado, e ainda manter contato com outras pessoas. Depois de devorar o manual de instrução e decorar o mapa do caminho de volta, foi quando senti o prazer de ser assessorado por um computador. O mesmo prazer de utilizar um computador, leptop, câmara digital, microndas, aparelhos de DVD, CD, MP3, celular e tudo mais. Esses equipamentos servem para que tenhamos qualidade de vida, e não estresse, raiva, nervosismo ou sentimento de ignorância. O GPS será incorporado em nossas vidas da mesma forma que outros equipamentos essenciais nos dias de hoje, por isso, não adianta resistir: aprenda a manuseá-los senão irá sofrer, e muito. Esta viagem com o GPS proporcionou a mim e a Liza, mais tempo para conversarmos durante o trajeto que foi prolongado, conhecemos lugares que não estavam no programa, bem como tivemos a sensação de que nestes momentos ruins, nos aproximamos mais ainda, afinal, os problemas também servem para unir pessoas, mesmo elas se amando mutuamente como o nosso caso. Tenho certeza de que esta viagem para Blumenau nunca será esquecida por nós, por várias razões, mas esta parte do uso inadequado do GPS foi a parte que será diferente e certamente a mais engraçada. Chego a conclusão que temos que enfrentar essas barreiras tecnológicas. Nunca diga que não sabe ou que não gosta, pois isso pode deixar você naquele grupo de “analfamicros”, ou seja, os analfabetos de microcomputadores. Veja como um desafio, pois, enfrentar uma máquina ainda pode ser divertido. Hoje eu domino o GPS, e para ser sincero sinto-me melhor.

3 comentários:

  1. Meu amigo Márcio

    Que bom que sua viagem de ida foi boa e a volta melhor ainda, pois até aprendeu a dominar o GPS e ainda de quebra conheceu lugares que não estavam previsto no roteiro inicial.

    Falar a verdade eu não faço a mínima como dominar esse equipamento, sua história me servirá de lição, diga-se de passagem uma feliz lição.

    Um abraço

    Sargento Mauricio

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  2. Olá Márcio,

    Na realidade é preciso saber se relacionar não só com os computadores, mas com tudo ...rsrsrs....
    Sua história me fez lembrar uma minha.
    Alguns anos atrás eu ganhei um filhote de cachorro pastor alemão e depois de alguns meses resolvi com minha esposa contratar um adestrador para treiná-lo.
    O treinador depois de 3 meses fazia o que queria dele, tudo o que o treinador mandava ele fazia, deitava, rolava, ficava parado, fingia de morto, etc, etc.
    Aí o treinador chegou para mim e disse: agora é sua vez, você precisa agora a começar a aprender a orientar o cachorro no que você deseja que ele faça, e aí foi que eu percebi que também precisava ser “adestrado”....rsrs....
    O cachorro não me obedecia, na verdade eu não sabia como lidar com ele, não havia lido o “manual de instruções do cachorro” ....rsrs.....
    Então é preciso saber se relacionar, seja lá com o GPS, com o computador, com o cachorro ou com o que estiver ao nosso redor ....rsrs.....temos que ter nossos corações e mentes abertas para aprender e não sermos orgulhos em achar que tudo está errado e que só nós é que sabemos de tudo ....
    Um grande abraço,

    Alair M. Fragoso

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  3. Marcio,

    Seu artigo é muito oportuno, acredito que dentro daqueles dois grupos que você sugere como formas de catalogar as pessoas, teremos outros subgrupos.Só pra você ter uma idéia, dentro do grupo dos que sabem “conversar” com máquina temos:
    1.aqueles que sabem manusear o máquina mas não sabem o que quer.
    2.Tem ainda aqueles que as manuseiam bem, mas não interpretam corretamente a resposta que a máquina lhe dá.
    3.Ainda os que conversam tão bem com a máquina e acabam descobrindo soluções complicadíssimas, quando o “feeling” poderia ter indicado um caminho muito mais simples.
    4.Há diversos outros
    Dentro do grupo que desconhecem a forma de interagir com máquina o número de subgrupos é ainda maior.
    Eu fui vítima de um relacionamento homem/máquina.

    Muito cuidado ao interpretar as respostas, esta recomendação vale para a resposta que vem da máquina e do ser humano também.

    Alonsinho

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