quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Um passo para frente e dois para trás


Fiquei muito decepcionado com as escolhas dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Confesso que após o julgamento do “Mensalão”, passei a acreditar na possibilidade de um perfil melhor para os políticos do nosso País. Cheguei acompanhar, sem muita atenção, mas vendo e ouvindo, as sessões intermináveis e os debates acalorados que o assunto proporcionava. Gostei da performance de uns, fiquei triste com o comportamento de outros e assustado com a forma de agir de determinados ministros. Aliás, tenho este costume de assistir este tipo de programação, para acompanhar o comportamento dos “artistas”, tanto do aspecto intelectual como de atitude.

As escolhas para os dois parlamentos mais importantes do Poder Legislativo foram desastrosas. Não entro no mérito pessoal, mas sim, do passado de ambos que são muito comprometedores o que me leva a crer que não houve a mudança que sonhei. Sei que estas situações são articuladas, negociadas e muito dialogada entre os líderes, mas ficou nítido para mim um acordo generalizado, um pagamento de favores e o que é pior: com cartas marcadas. Como posso passar a acreditar nos políticos? Imaginei que estivéssemos num período de metamorfose e as personagens políticas estivessem melhorando, tanto no perfil físico como moral. Pessoas novas, ideias diferentes, comportamentos mais adequados e tudo mais. Juro que cheguei a acreditar nisso.

Quando vejo e ouço esse tipo de retrocesso, fico desanimado, pois, já percebi que as mudanças necessárias para que tenhamos um mundo melhor passa pela “esfera política partidária”, e com comportamentos deste modo, não tem como acreditar em mudanças para melhor. Em minhas atividades profissionais e pessoais passei a enxergar de que é preciso se envolver com a política partidária para ajudar a promover mudanças, pois, sem este envolvimento as propostas ficam somente no discurso, e de blá...blá...blá... acho que todos nós já nos cansamos. Está na hora de agir, e rápido. Do contrário a próxima geração vai padecer como a minha geração está padecendo de comportamentos mais éticos, mais coerentes e princípios morais entre os políticos.

Assistindo um dos vários noticiários que acompanho e me chama a atenção um ministro japonês se matando porque desviou dinheiro; um ministro inglês preso porque mentiu há 10 anos por causa de uma multa de trânsito; um chefe da CIA demitido porque traiu a esposa e tantos outros exemplos no exterior inimagináveis no Brasil. Fico assustado em ver quantas diferenças de princípios, caráter, comportamento e cultura temos por aqui. Talvez eu não seja testemunha de brasileiros mais conscientes nas escolhas dos políticos que são os verdadeiros agentes de mudanças amplas, sendo melhores e mais preparados para mudar. Sou a favor sim, do voto distrital, da mudança na Lei Eleitoral e principalmente em mais exigências técnicas, moral e didática aos postulantes aos cargos eletivos.

Pior é que este cenário existente em Brasília não é diferente nas cidades. Quantas notícias de prefeitos eleitos cassados de forma antecipada, de vereadores desviando milhões de reais, de eleições ainda sendo analisadas pelo Supremo Tribunal Federal, são publicadas diariamente? Vejo que as necessidades de mudanças começam próximos de nós, para quando estiverem longe, sejam desejadas e atingíveis, porque da forma como estão sendo apresentadas, passamos a ser descrente de que seja possível existir político honesto, político de comportamento coerente, de político assumindo erros e acertos, de político ser um bem e não um mal. Quero acreditar nisso, mas está difícil.

Admito que não sei onde colocar parâmetros, mas tenho aprendido muito em como não agir, diante do exemplo deles. Pena que não temos “paredões” semanais, em que o povo pudesse tirar políticos na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal, baseado no comportamento deles. Os “paredões” que temos para tirar os políticos, são de quatro em quatro anos, e talvez o intervalo seja muito grande, mas certamente a imprensa de uma maneira geral tem colaborado com isso, através das denúncias publicadas, que dia a dia chegam mais próximo de pessoas que se acham inatingíveis, mas pelo que parece todo político em destaque um dia acaba desmascarado. Será que vale a pena?

Um comentário:

  1. Como li em algum livro certo dia "A verdadeira esfera do poder fica 3 níveis acima do Presidente".

    Nós já fizemos nosso papel colocando um operário semi-analfabeto no cargo máximo da República. Deu no que deu !

    O conformismo é nossa única opção pacífica !

    ResponderExcluir

Seja responsável por suas colocações.