segunda-feira, 23 de março de 2009

Companhia dos jovens revitaliza os experientes

Nos últimos tempos venho tendo boas experiências na companhia de jovens. Nunca tinha percebido na prática, como isto exerce uma influência muito grande na vida de pessoas com mais idade. Ouvia dizer, mas acha que se tratava de algum exagero, mas hoje admito que realmente a companhia deles revitaliza qualquer pessoa acima dos 30 ou 40 anos de idade. Imaginem com pessoas de 50, 60 ou 70 anos de idade. Sempre fui formal, discreto, avesso as brincadeiras, a piadas e de muita descontração. Olhava para o jovem com certo ar de reprovação sobre as formas de comportamento e até do conteúdo dos pensamentos. Nos últimos dias estou revendo este meu conceito. Ao acreditar que o nosso futuro está realmente nas mãos dos jovens e que devemos prepará-los bem para que tenhamos um futuro melhor, comecei a perceber que a comunicação entre adultos e jovens é bem complicada e que os adultos devem procurar um canal de comunicação melhor com os mais jovens e não o contrário. Estou aprendendo que somos nós, os tidos como experientes, que devemos buscar este canal e não ficar esperando que os jovens nos ouçam e façam aquilo que achamos o que é o certo. É preciso discutir essa relação sempre. Ao ter contato com muitos jovens na formação de um grupo deste no Rotary Club Marília Pioneiro, tenho aprendido que o jovem pode ser responsável, equilibrado, organizado e muito bem articulado. Tenho verificado nesses jovens que formam o Rotaract Club Marília Pioneiro que eles são bem melhores do que muitos adultos que conheço e ainda muito mais ousados, desprendidos de preconceitos, de dificuldades e de disposição. Não confundir disposição com vitalidade, que são detalhes bem diferentes. Conheço muitos adultos com muita disposição e jovens sem vitalidade alguma. A cada reunião que participo com esses jovens tenho aprendido que nós seres humanos podemos ser nivelados, porém, tudo vai depender do interesse de cada um, e não da idade, da posição econômica ou até mesmo de conhecimento que detém. Outra experiência que venho tendo nos últimos dias é na Fundação Bradesco, ao ser responsável pela disciplina de Comunicação Organizacional. Dia desses, me vi sentado à uma mesa, frente a 50 jovens estudantes, falando de comunicação, passando exercícios e debatendo assuntos sobre a disciplina escolar, ao lado de estojo de giz, caderneta de classe, planejamento de aulas e com o rótulo de Professor. Nunca, mas nunca mesmo, achei que eu seria colocado em uma situação desta. Confesso que ainda estou incomodado quando alguém se refere a mim como Professor. Não me vejo neste nível elevado, afinal sendo esposo de uma professora, sei o quanto a atividade precisa de conhecimentos específicos e de técnicas de transmissão de conhecimento. Estou sentindo na pele o quanto a classe do professorado tem um valor incrível na formação das pessoas. O jovem tem um linguajar próprio, um comportamento específico e uma maneira de pensar bem diferente do que de qualquer adulto obviamente. Não é fazendo micagens, brincadeiras bobas, qualquer piada ou até mesmo menosprezando a capacidade de discernimento do jovem, que os adultos se aproximarão deles para uma comunicação produtiva. É buscando um nível de compreensão entre ambos que se troca informação com eles. É claro que eles estão mais para ouvir do que para falar, mas isto não impede de que nós, adultos, dediquemos mais tempo a ouvi-los do que falarmos. Tenho descoberto que ao ouvir o jovem sou capaz de encontrar palavras, pensamentos e mensagens mais fáceis de serem compreendidas por eles. Quando fui jovem o comportamento naquela época era bem diferente. Sempre senti uma distância muito grande dos adultos de minha época. Não estou lembrando de conversas sérias e longas com tios, avós, ou primos mais velhos do que eu, como eu consigo ter com meus sobrinhos, amigos, colegas de trabalho e de estudos, com bem menos idade do que a minha. Tenho feito um esforço agradável para propiciar isto, e talvez esteja faltando esta dedicação dos mais experientes quanto aos jovens, pois sou da opinião que toda e qualquer pessoa tem algo a ensinar, desde que estejamos dispostos a aprender. Para isso, independe da idade, do poder econômico ou do conhecimento que as pessoas tenham. Não depende delas, e sim de mim. Quero sugerir aos adultos que façam esta experiência e avaliem. Ao se deparar com um jovem, deixe ele falar e procure encontrar um meio de comunicação que ele entenda, pois o adulto tem que estar disposto a querer, pois do contrário os conflitos continuarão porque o que eles não tem é paciência. Devo dizer que: com a minha experiência de vida (cada um tem a sua) e a disposição em querer ouvir os jovens, sinto-me mais jovem, disposto, mais sociabilizado e tenho sentido uma felicidade que não conhecia. Isso confirma que a felicidade que busco está nas pessoas que estão ao meu redor, sejam elas jovens ou adultas, e que o responsável por um bom ambiente, depende de mim. Márcio C Medeiros, é radialista e jornalista

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