quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O massacre de Santa Maria

Calma. Não se assuste. O acontecimento em Santa Maria com a morte de mais de 230 pessoas, e a tendência é que os números aumentem nos próximos dias, na minha opinião, não é um acidente tão pouco uma fatalidade. Nos dias de hoje em que o conhecimento, a cultura e os comportamentos são considerados mais evoluídos e estão sempre melhorando na forma de crescimento e desenvolvimento humanos, as falhas cometidas na boate, no meu modo de ver, eram esperadas e tudo aconteceria numa questão de dias. Tá certo que as proporções foram exageradas, mas aconteceriam cedo ou tarde.

Não vejo diferença entre os acontecimentos nos EUA em que mais de um maluco armado mataram dezenas de pessoas. Isto é considerado pela mídia como massacre. Massacre é quando existe carnificina, matança, esmagamento. Uma vez sem o cumprimento de tantas regras de segurança, o que aconteceu em Santa Maria não pode ser classificado como acidente, pois, não foi casual, e sim esperado quando se mistura fogo e material inflamável sem os equipamentos de segurança. Esta estória chama a atenção, em razão da quantidade de mortes, pois, não é a primeira vez que alguém morre por causa da insegurança em boates.

Sempre comparo que um acidente de avião chama mais atenção da sociedade do que os acidentes de carro. Quando cai um avião, e são poucas as vezes que isso acontece, centenas de pessoas morrem no mesmo momento causando comoção, enquanto que milhares de pessoas morrem em acidentes de trânsito diariamente, tornando-se normal, casual, rotineiro. Não devemos nos acostumar com isso. Morte é morte em qualquer circunstância e deve promover uma reflexão profunda nas pessoas, com o fim de uma vida, seja ela qual for. É preciso haver sentido e significado na vida. Quando um ser humano morre é preciso rever conceitos, e é isso que tenho feito com este fato, lamentável, em Santa Maria.

Como posso preservar as pessoas que amo e que estão ao meu redor e a mim mesmo, num caso deste? Quando eu for num restaurante, num evento grandioso ou até mesmo em casas de show, passarei a prestar atenção neste sentido. De como é feito o ambiente em que estarei ou um de meus familiares estará? O local onde vamos é seguro no meu ponto de vista? Passo a desconfiar do Poder Público de uma maneira geral, pois, quando vejo um determinado Corpo de Bombeiros inseguro quanto a informação do alvará neste caso de Santa Maria, uma determinada Prefeitura empurrando o caso, ou até os donos, engenheiros e funcionários da boate com informações desencontradas, chego a conclusão de que não posso confiar, portanto, quem deve tomar a decisão sou eu. Pelo menos em mim.

Poderei ser antipático, mas da mesma forma que tomo os meus cuidados quando viajo de carro (depois de sofrer um grave acidente), passarei a tomar mais cuidado para onde vou. Pode ser que eu deixe de freqüentar alguns lugares, mas procurarei fazer isso de um modo que eu não seja inconveniente, mas o exemplo de Santa Maria me leva a crer que é possível evitar de ir, ou de estar, em locais que não inspiram confiança. Passarei a ser seletivo e muito mais observador, pois, como diz um amigo meu do Corpo de Bombeiros, não existe meia segurança. Ou tem ou não tem.

Passarei isso aos meus filhos, esposa e familiares, mas admito que será algo complicado, mas acredito que se cada um de nós não fizer a parte que nos cabe, esses gananciosos continuarão agindo e colocando as pessoas em risco, e matando números incontáveis de vida. Precisamos criar um conceito sobre as conseqüências. Um ônibus, um carro, um trem, um prédio, uma casa, ou até mesmo uma pessoa suspeita, algo que me ameace... qualquer fato que venha a me proporcionar medo, é sinal de que o perigo existe. Sentir medo é bom. Sinal de que o “bom senso” está ligado. Não é covardia, e sim prudência. É a limitação da capacidade. Isso é ótimo, e se passarmos a respeitar este dom divino, seremos mais seguros, e certamente viveremos mais e melhor, correndo menos riscos calculáveis.

Que as vidas dessas pessoas do massacre de Santa Maria não tenham sido em vão. Vamos pensar, refletir, conversar com outras pessoas sobre o que aconteceu, mas não procurando culpados (esse é o trabalho da Justiça), e sim buscando alternativas de como prever o que aconteceu e evitar. Eu já comecei e algumas pessoas já perceberam isso. Não tem como medir o sofrimento das famílias que perderam pessoas queridas neste acontecimento, mas existe a chance de pararmos de ver a morte como algo banal. Nenhuma morte deve ser vista como normal e sim como uma colaboração daquela pessoa para que a humanidade seja mais ética com a própria espécie, pois, não deixa de ser uma clemência e compaixão com o outro, morrer e deixar uma lição.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A mentira de pernas compridas e braços curtos

Fiquei surpreso com o comportamento de Lance Armstrong, em entrevista na TV, admitir o uso de doping por sete anos, quando foi campeão por sete vezes, como ciclista, da volta da França. A surpresa não é tanta pelo comportamento humano, afinal, reconhecer o erro só pode ser humano. Minha surpresa é ver como uma mentira durou tanto tempo assim. Sempre ouvi dizer que mentiras tinham pernas curtas, mas o campeão de araque Lance Armstrong, provou e comprovou, que o tamanho “dessas pernas”, são complexos.

Como que uma pessoa, na posição que ocupou, sendo chamado de “Herói” pelo exemplo de superação no combate contra o câncer, da fundação que criou para ajudar os outros e pelo exemplo de que o esporte é alternativa saudável para homens e mulheres de qualquer idade, chega neste ponto vergonhoso como ser humano? Como que alguém pode mentir “sozinho” por tanto tempo assim? Para mim tem algo de errado nessa história e acredito que futuramente descobriremos mais detalhes, pois, não consigo aceitar que utilizar substâncias proibidas durante sete anos; trocar de sangue durante sete anos; adquirir produtos modernos de doping durante sete anos... alguém consiga fazer isso sozinho?

Pior ainda é fazer isso e enfrentar as pessoas no dia a dia com a maior naturalidade. Participar de campanhas, movimentos e ações humanitárias, com o status de “herói”, e posar para inúmeras reportagens, entrevistas e ser visto como modelo, exemplo e admiração de centenas de milhares de pessoas, e depois admitir com um simples “sim”, de que usou substâncias proibidas para atingir o máximo da forma física nas competições que disputou, durante sete anos? Fiquei com cara de “banana”, pra não dizer outra palavra, vendo o cidadão sendo entrevistado e admitir que ele se dopou para ser campeão, depois de sete anos e por sete anos fez tudo isso? Não acredito que ele fez sozinho.

Dizem que mentira tem pernas curtas. Talvez porque as conseqüências dela atingem as pessoas mais próximas, numa “curta” distância. Não quero imaginar o que os familiares desse Lance Armstrong vão passar nos próximos anos. O que deve passar na cabeça de um pai, de uma mãe, dos filhos e das pessoas que o amam, assistindo este comportamento vergonhoso? Percebo que o tamanho das pernas da mentira são curtas pelas conseqüências, pois são compridas quanto ao tempo, afinal, são inúmeros os casos de mentiras que são descobertas com 5, 10, 15, 20, 30, 40 e até 50 anos depois. Nestes casos a mentira teve pernas compridas e ligeiras, para se manter por tanto tempo.

Refaço meu conceito concluindo que ao afirmar que mentira poderia ter pernas curtas, pois, são as pessoas em nossa volta que sofrerão as maiores conseqüências, e que as “pernas” da mentira passam a ser compridas de acordo com o tempo de duração delas. Nossos políticos brasileiros são hábeis neste sentido, pois, quantas foram as vezes que se descobriu escândalos e mais escândalos anos depois. Imagino que muita coisa irá surgir nos próximos anos, e aos poucos estão surgindo.

Mas esse caso do ciclista é curioso, porque eu acredito que muita gente deve se envolver com ele por negócios, oportunidades e até por ter sido considerado o semideus. Será que essas pessoas não sabiam ou desconfiavam? Só ele deve ser punido? O fato de estarem com ele, perceberem e não dizerem nada não as tornam cúmplices ou até mesmo sócios na mentira? Acho que a mentira passa a ter pernas e braços, ou seja, as pessoas beneficiadas com a mentira sendo coniventes, pagariam por ela também, afinal a enganação foi generalizada.

Para a minha pequena Laura e o fortão Murilo, ensinarei sempre que mentira tem pernas compridas e braços curtos, ou seja, ela pode durar muito (pernas), mas afetará todas as pessoas que estão próximas de você (braços). Talvez desta forma meus filhos poderão formar no caráter deles, de forma mais enfática, de que mentira não é aceitável nunca. A sensação que as pessoas tem é de raiva por terem sido enganadas. Nem sei pronunciar o nome desse cara, muito menos sei qualquer coisa a mais dele, mas me senti um otário vendo a entrevista dele, com a maior cara de pau, admitir que a vida dele é uma farsa, mas que milhares de pessoas acreditavam nele em vários sentidos. Nada mudou de prático em minha vida, mas meus conceitos se fortaleceram com o exemplo dele, que deve estar se corroendo sem poder olhar para os filhos ou ter o carinho da família, pois, são os que mais estão sofrendo com a mentira dele. Os amigos sumirão e em breve ele também.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Mundo com bom humor

Está comprovado para mim de que o Mundo será melhor se tivermos bom humor em todas as nossas situações. Sei que isto não é fácil, dependendo do caso, mas em tudo é possível ver com um olhar mais descontraído, afinal, tudo nesta vida se transforma, e porque não transformar em algo agradável? Digo isso, porque percebi que as pessoas com bom humor são mais agradáveis, chegam mais rápido em soluções complexas e sempre conseguem promover uma conspiração generalizada em que tudo acaba dando certo de forma rápida.

Já li reportagens sobre o assunto e já entrevistei pessoas que superaram problemas graves, através do bom humor. Acredito que a vida é maior e melhor, quando a gente sorri mais, ri mais e principalmente procura se relacionar com as pessoas com educação e bom humor. Talvez o problema seja a forma de humor que escolhemos, que muitas vezes pode não agradar. Alguns confundem um tipo de humor como desprezo, sarcástico, ironia, gozação e até descaso. Pode acontecer de uma pessoa ser mal interpretada, e diante do humor tido como diferente, ser motivo de discussão e tudo mais.

Tenho feito um exercício mental que estou considerando interessante. Sempre quando vou responder algo, ou fazer uma pergunta, tento me lembrar se é possível fazer com bom humor. Das vezes que lembro e faço o teste, tem dado certo. A reação das pessoas tem sido mais agradável e a conversa passa a fluir melhor. É como se o humor desmontasse qualquer barreira ou qualquer dificuldade de interpretação. Mas não são em todas as situações a possibilidade de fazer isso, mas quando dá, tenho feito e dado certo, daí o questionamento que faço se não é possível nos basearmos no bom humor em tudo que por ventura vamos fazer ou falar.

A vida, por si só, não é fácil e durante o dia somos vítimas de pequenas ciladas, armadilhas e encruzilhadas que nem sempre encontramos a alternativa mais correta. Já notei, que mesmo quando erramos neste sentido, o bom humor consegue ajeitar a situação de uma forma mais favorável e o problema passa a ser resolvido de uma maneira menos traumático ou doloroso. Talvez ao buscarmos justificativas naquilo que acontece conosco, dentro do caminho do bom humor, seja uma fórmula interessante de se buscar soluções mais compreensíveis. O humor é um meio positivo de se conseguir um mundo melhor, porém, saiba diferenciá-lo de engraçado, divertido, extrovertido e brincalhão. Isto pode ser considerado irresponsável por algumas pessoas.

O bom humor que me refiro é aquilo que é dito de forma agradável. Não é preciso vir seguido de piadas, comparações, sons, gestos e tudo mais. Basta falar de uma forma sorridente, desprovido de rancor, sem maldade, braveza, ou sendo tétrico ou num tom professoral. Seria a linguagem do coração, que muitas vezes pode vir seguido de erros de concordância, mas qualquer um é capaz de entender, quando se está com o coração e a mente abertos e em sintonia. A comunicação é uma ciência, mas a prática ainda depende da emoção e do aspecto sentimental. Muitas vezes é possível ser sincero, verdadeiro, franco e dizer o que é preciso ser dito, mas com ternura, com serenidade e amor nas palavras.

Já observei desentendimento em que as pessoas falavam a mesma ideia, mas em tons diferentes, formas diferentes, utilizando palavras duras, amargas e de duplo sentido. Confusão na certa. Daí a necessidade de saber o que se fala e como se fala. Utilizar as palavras corretas, e ainda com bom humor, é uma arte que somente aqueles que detém conhecimento e prática de leitura, situações pra poucos, é que se consegue, pois muitas vezes temos as palavras a disposição, mas nos esquecemos do bom humor. Assim sendo, vamos praticar fazendo, porque desta maneira passaremos a fazer com naturalidade e divertido com o passar do tempo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Obesidade: a auto estima elevada


Estive com a família em uma das praias do litoral norte paulista. Lugar bonito, bem agradável e ótimo para a nossa pequena Laura se divertir com segurança. Confesso que não sou muito simpático a praia. Tenho dificuldades em compreender como: sal, areia e calor podem ser agradáveis, em convívio com a família. Mas para o bem do relacionamento familiar anualmente faço este sacrifício, mas na verdade passo a utilizar esses dias de “caiçara” como sendo um momento de ficar a vontade com minhas idéias e meu corpo. Sem horário, sem compromisso e sem ter que dar satisfação.
No entanto, entre uma leitura aqui e outra ali, fico observando o comportamento das pessoas, pois, gosto de ver comportamentos, posturas, relacionamentos interpessoais e coisas do gênero social. Pude notar das vezes que fui até a praia que o comportamento do brasileiro mudou muito e principalmente o perfil físico. Verifico que o formato dos brasileiros está cada vez mais oval, para não dizer arredondado. Não percebi nenhuma preocupação com isso. Ao contrário. Homens e mulheres de todas as idades se relacionamento muitíssimo bem com os corpos obesos, desfilando maiôs decotados e cada vez mais fragmentados. Muito menos qualquer tipo de preocupação com cicatrizes, manchas, verrugas, modelitos de banho, combinações ou cuidados especiais que deveríamos existir ao estarmos com tão pouca roupa.
Não pensem que fiquei assustado ou até mesmo surpreso. Fiquei admirado em ver que a auto estima do pessoal está elevada e a preocupação maior era de se divertir e estar a vontade. Não notei qualquer tipo de pudor desta ou daquela pessoa. Senti um ambiente de igualdade em que as diferenças raciais, econômicas e sociais são niveladas ao mesmo patamar quando se está numa praia. Todos comem qualquer coisa, de qualquer jeito a qualquer hora. Todos ficam a vontade para falar, beber e fazer o que quiserem. Risadas aos montes e bem altas, gestos dos mais diversos e principalmente as posições nas cadeiras de deixar qualquer contorcionista de raiva por ver que qualquer um pode sentar ou deitar de muitas formas.
Fiquei feliz de ver um povo desprovido de qualquer vaidade, aproveitar o local. Brincar, pular, nadar e até não fazer nada. Homens e mulheres de todas as idades passeavam de qualquer maneira. Naturalmente se percebe aqueles com fino trato dos objetos ou dos modos de se apresentar, mas foram poucos os que percebi que a ostentação era mais importante, ou que ser daquele jeito, para essas pessoas era normal. Infelizmente neste universo de “bem estar” a beleza não conta muito. As pessoas se nivelaram no mediano, ou seja, todos redondos. Nem muito magros e nem muito gordos. Foram poucos os corpos atléticos e bem cuidados. Reduzido o número de metrossexual ou das “garotas de Ipanema”.
Conclui então que praia é local, na minha visão, de ficar a vontade, afinal, você dificilmente voltará aquele local, verá aquelas pessoas e pouco se importará com o que vai acontecer naquela praia, porque sua passagem é apenas nas férias, e deste modo as preocupações com a saúde continuada, em todos os sentidos, são secundárias uma vez que o prazer é a prioridade e, talvez, um excelente remédio contra o estresse, a monotonia, as pressões de se comportar e vestir-se bem e tudo mais. Praia é para todos, indistintamente, apesar da saudade que tive dos meus 20 anos, quando eu observava uma beleza física, e não uma beleza moral, ou espiritual, ou social. Acho que todos nós evoluímos. 

sexta-feira, 9 de abril de 2010

BBB10 - A Lição

Tenho procurado assistir a todas as entrevistas dos participantes do BBB10 para eu poder chegar a uma conclusão do que aconteceu. Ainda está estranho o programa de TV bater recorde de votação e não ir bem nas pesquisas de IBOPE, e ainda o vencedor não é a personagem mais simpática, ou pelo menos que se identifique com a população em geral. Nas edições anteriores esta empatia aconteceu. O vencedor era o queridinho da população e o comportamento dele dentro da casa era semelhante ao ambiente que a sociedade vivia na época. Mas o que aconteceu desta vez? Tenho vários pensamentos. Não sei se pelo fato de eu estar lendo muito material sobre planejamento estratégico, tenho observado que os amigos de Marcelo Dourado foram bem organizados. Daí a explicação do recorde no número de votações, e o fato deste sujeito participar de seis eliminatórias e passar por todas com boa margem de segurança e ainda vencer a etapa final com recorde de aceitação. Chego a conclusão de que Marcelo Dourado planejou, disciplinou-se e procurou sair de todos os conflitos mais perigosos num relacionamento em grupo. Fez ar de tonto, bôbo, ignorante e muitas vezes até um pouco violento. Mas controlou-se. Gosto do programa e procuro assistir sempre que possível, mas não como crítico contumaz, mas sim como mero observador, pois, noto que muitos dos acontecimentos que ocorrem dentro da casa, são semelhantes nas famílias, nos locais de trabalhos, nos clubes sociais, nas rodas de amigos e em qualquer grupo com mais de duas pessoas. Todos nós fazemos comentários semelhantes ao que assistimos na TV, ou até mesmo, temos comportamentos parecidos com uma das personagens. Percebo muita semelhança, e naturalmente vendo na TV ficamos confortavelmente assistindo, comentando e tirando conclusões. Diferente de quando somos a personagem do BBB no nosso dia-a-dia. Aprendi que Marcelo Dourado não é nenhum exemplo de pessoa, caráter, comportamento e até de imagem. No entanto, ele nos mostrou que a disciplina, o poder de relacionamento, e a administração do comportamento alheio podem ser argumentos de sucesso. Não tenho nenhuma admiração por ele, afinal, torci muito pelo Cadu, que ficou em terceiro e perdeu feio a final. Até mesmo para a Fernanda, que demonstrou ser uma pessoa dissimulada o tempo todo. Mas tenho que admitir que esse Dourado roubou a cena e mesmo com o jeitão brucutu, fez com que as pessoas votassem a favor dele. Já não vimos isso nas eleições? Acredito que os promotores do BBB devem avaliar melhor a forma de votação. Esse negócio de uma pessoa ter a possibilidade e a facilidade de votar quantas vezes quiser, parece-me não ser a mais correta e justa, pois aprendi que na votação do BBB não se trata do desejo da maioria e sim dos mais persistentes e amigos dos envolvidos. Admiro o programa pelo conteúdo e não pela fórmula de realização, pois, não concordo com muitos dos resultados das eliminatórias, tão pouco a final. Procurei desvencilhar o resultado do programa com o desejo da população, como insistiu por diversas vezes o lunático Pedro Bial. Na final, ao abrir meu leptop e ver que o “Brasil era Dourado”, senti uma grande influencia do ditado: quanto pior, melhor. Talvez o resultado seja um sinal de que a população está cansada de assistir um programa que dure 10 anos com o mesmo formato. Diga-se de passagem, para um programa de TV durar uma década e faturar o que fatura, não pode ser considerado um programa duvidoso. Respeito isso, mas penso que a cada ano temos que fazer leituras diferentes sobre o desenvolvimento deste tipo de programa que pode ser conduzido de uma certa forma, porém, nada que seja considerado desonesto. Ou alguém acha que a TV Globo gostou do Marcelo Dourado ter vencido?

quinta-feira, 11 de março de 2010

O amor de Zequinha e Mariquinha

Zequinha é um passarinho que a minha amada Liza ganhou de um de seus alunos. Quando chegou em casa ficou minutos tímido e depois passou a cantar todos dias, em todas as horas e em todos os momentos. Basta fazer barulho em casa, seja conversando ou através de qualquer aparelho elétrico, lá vai Zequinha cantarolar. Conquistou a nossa simpatia rapidamente e contagiou os vizinhos que não cansam de elogiá-lo, tamanha disposição para cantar a qualquer momento. Não existe uma só pessoa que não admire a performance dele em todos os sentidos, pois, ao cantar desenfreadamente, passa a chamar a atenção de todos pela melodia agradável que apresenta constantemente. Diante desta simpatia toda não é preciso dizer que ele é um passarinho mimado. Minha sogra Cleusa, por exemplo, todas as vezes que vai em casa deixa ração, água e qualquer outro alimento para canarinho, a disposição do bichinho que ainda vai explodir de tanto comer. Chegou ao ponto, certa vez, de colocar água gelada para que Zequinha se refrescasse, esquecendo o tempo a mais na geladeira, colocando o bebedouro ainda em forma de gelo. Tomar banho então, é motivo de platéia cativa, tamanha algazarra que o animalzinho faz com muita graça e beleza. Coisas que somente a natureza pode explicar. É percebido que Zequinha é o centro das atenções em casa. Impossível não notar a presença dele. Diga-se de passagem, é o único animal permitido e que durou mais do que o esperado. Foram tantos os peixinhos que tivemos, que em razão da curta existência, desistimos. Cachorro e gato, nem pensar. Por enquanto. Zequinha continua resistente a ponto de atrair outros pássaros do bairro, como rolinhas, pombinhas, pardais, bem-te-vi, beija-flor, e outros que não sei distinguir. Passo a enxergá-lo com certa liderança, mas depois caio na realidade que se trata dos restos da ração que ficam no chão. Mas a verdade é que Zequinha é o xodó da casa. Com os preparativos para a chegada de Laura, nossa filhinha, Liza está se esforçando ao máximo em mudar comportamentos em favor de nossa herdeira. Vegetariana que é, passou a comer carne com menos raridade... Músicas, livros, revistas, sites, telefonemas, contatos e tantos outros afazeres de uma grávida, tudo em função de Laura que chegará em julho. Até Zequinha entrou no esquema. Liza quer que Laura curta-o e por isso tratou de arrumar uma companheira para que tenhamos uma família de canarinhos. Certo dia ela chega em casa com: Mariquinha. Uma canarinha lindinha, de plumagem amarela, redondinha, perninhas claras e um olhar todo angelical. Tenho a absoluta certeza de que Zequinha e Mariquinha tiveram o amor a primeira vista, que eu acredito muito, pois aconteceu isso quando vi Liza pela primeira vez e hoje considero-me o homem mais feliz do mundo em tê-la ao meu lado, e em breve ao lado de Laura, fisicamente. Zequinha é outro pássaro depois da chegada de Mariquinha. Tenho a impressão que passou a cantar mais grosso, está mais agitado e o que é pior: ao lado de Mariquinha ele não canta. Impressionante como é fato quando seres masculino e feminino, se encontram, ambos passam a ter uma comunicação telepática, ou através da linguagem do coração e do amor. Comecei a prestar mais atenção nesse relacionamento entre canários. Já fiquei horas observando Zequinha e Mariquinha, que ainda estão em gaiolas separadas, mas em breve ocuparão as mesmas grades. Comecei a ficar aborrecido, pois aquela cantoria que eu adoro havia terminado. Zequinha só pensa em Mariquinha, igual a qualquer apaixonado. Talvez tenha se esquecido de cantar, pois, agora tem a quem admirar. Fazendo uma analogia das relações amorosas, passei a ver que é sempre assim: quando estamos na fase da conquista somos poderosos, fortes, incansáveis e super exibidos. Ao conquistarmos a admiração do amado ou amada, passamos a viver em função da reação do outro. Com o tempo concluímos que isso não é o ideal, porém, é preciso passar por esta fase. Sempre percebi que casais perfeitos nos relacionamentos, tem um dos lados anulado, tímido ou superado. Num casal, sempre tem um que se deixa levar pelo amor do outro. É a lei da concessão. Não se trata de medir forças, mas sim de dar pouca importância a si, para o bem da relação ou por ter amor em ver o outro mais satisfeito. É a satisfação em ver o outro mais ou igual do que a satisfação própria. Aprendi em dois casamentos que a tolerância, as adversidades, a reunião de famílias e a aceitação dos defeitos do outro são temas delicados que não podem ser discutidos a todo instante e em locais e momentos inoportunos. São assuntos que merecem cuidados, pois colocam a relação do casal em xeque e as vezes, por impulso, medidas são tomadas de forma precipitadas. Para desfazê-las pode custar uma vida. O bom senso, o equilíbrio e a essência do amor, que é a crença de que a vida é melhor sempre com boa companhia, são diretrizes que devem ser alcançadas pelos casais verdadeiramente apaixonados e que respeitam a limitação mútua. Zequinha quando está longe de Mariquinha, ou quando não a vê, inicialmente ficava desesperado e cantava como um louco. Passei a separá-los, através de uma toalha entre os dois, e hoje ambos perceberam que estão tão próximos que não é preciso ver. Porém, Zequinha voltou a ser o nosso tenor, enquanto que a graciosa Mariquinha demonstra ter a tranqüilidade feminina em saber que, a noite, ambos estão juntos um olhando para o outro em pleno amor. Percebo então, que o amor deve ser curtido na plenitude, independente de som ou imagem. E assim passei a beijar muitas vezes uma barriga enorme que Liza vem carregando ultimamente, sem ver e sem ouvir a pequena Laura, mas sabendo que o meu amor é vivo. Passo acreditar que realmente o amor é cego, surdo e mudo. Trata-se de uma energia vital para quem quer ser feliz, basta ter o amor, mesmo sem ver ou ouvir. E eu sou muito feliz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Unidos para um bom fim. Valeu!

Pelo segundo ano seguido participei do desfile das escolas de samba da cidade de Marília. O ano passado foi na ala do fogo e este ano na ala das águas. Confesso que este ano, as cores: azul, prata e branco com um pouco de dourado, foram mais animadas do que o vermelho, preto e dourado do ano passado. Mas a experiência foi interessante, pois, apesar do local ser o mesmo e com a mesma escola de samba, o grupo era diferente e o ambiente também mostrou-se melhor e mais agradável. Não imagino quantas pessoas estiveram envolvidas neste trabalho, mas faço ideia do quanto deve ser trabalhoso. Os organizadores devem sofrer de angústia pela expectativa de quantas pessoas irão participar, pois, basta procurar uma fantasia na sede da escola e pronto. Não existe nenhum compromisso do folião ir. Desta vez chamei outros 15 colegas que engrossaram a ala, apesar de que alguns participaram de outro grupo da mesma escola. A diversão foi a mesma e a animação, na impressão que tive foi maior do que a do ano passado. Observei, novamente, a excelente organização não só da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, como da própria escola, a Comunidade Cultural Bonfim (Unidos do Bonfim), apesar dos problemas que soube pelos jornais na quinta-feira. Notei que o carnaval de Rua não pode e não deve acabar e o Poder Público deve criar condições para que os grupos estejam incentivados a participarem, pois, no segundo dia do desfile cheguei a pensar que seria cancelado, por causa da chuva e por falta de pessoas. A chuva passou e o povo foi para Avenida em grande número assistir os desfiles. Isso é pura demonstração do fortalecimento cultural de uma comunidade. Muitas pessoas perguntaram-me porque que eu fui as duas noites, participar dos desfiles. Minha família então, não se conforma de ver minha mudança de comportamento, pois sempre fui arredio a esse tipo de participação. A explicação é simples: Nunca fui de gostar de carnaval no salão. Considero abafado, bagunçado e um péssimo lugar para ficar muitas horas com os amigos, pois é impossível conversar. No entanto, gosto do entusiasmo, da animação e do ritmo. Com o carnaval de Rua eu vejo meus amigos, todos estão animados, o ritmo é mais vivo e o local é arejado e durante quase 60 minutos brinco o suficiente. Ou seja, excelente local para brincar o carnaval sem atropelo, riscos e bagunça. Os amigos que convidei todos adoraram e querem repetir a dose no ano que vem. Assisti uma interação entre as pessoas muito grande, um ajudando o outro a arrumar as fantasias minutos antes de entrar na Avenida. Pessoas desconhecidas até então, e que mostravam cumplicidade. Observei pessoas, como eu, que não tem ligação alguma direta com a escola, preocupadas com o número de figurantes, em saber a letra do samba e como fazer para mostrar a escola bem. Isso chamou minha atenção e conclui que a partir do momento que você se encontra num ambiente bom, todos querem irradiar essa energia boa, independente dos interesses. Tenho certeza que 90% daquelas pessoas que convidei se quer souberam o resultado da apuração que aconteceu na quarta-feira de cinzas. Eu mesmo soube do resultado e dos detalhes, através dos jornais na quinta-feira. Fiquei triste em ler que a Comunidade Cultural Bonfim pretende não desfilar no ano que vem. Fui testemunha de um comportamento elogiável das pessoas com quem tive contato na escola e imagino que seja assim sempre e desta maneira penso que aquelas pessoas queriam um fim bom para uma escola de samba que já foi campeã de Marília por três vezes, ou seja, faz parte da história do nosso carnaval. Desconheço os motivos que levaram a escola sucumbir, mas acredito que esta experiência não acabará por aqui. Outras oportunidades existirão, afinal pessoas como eu estão enxergando o carnaval de Rua com um outro olhar: sem críticas, preconceitos ou indiferença. Passo a ter um olhar de que realmente esses grupos são necessários para a comunidade que faço parte. Meu envolvimento foi super agradável, mas agora vejo que foi triste, em razão de marcar o encerramento de uma possível participação da escola no Carnaval de Rua de Marília. Já não foi fácil desfilar sem a minha amada Liza, que ficou em casa assistindo pela televisão transmitindo nossa alegria a Laura que, mesmo ainda na barriga, certamente gostará de carnaval e em breve estará com o pai, a mãe e o irmão, festejando o carnaval na avenida. A superação destes meus dois sentimentos tristes e momentâneos, se devem ao fato de que vi que pessoas comprometidas com o simples desejo de participar, podem e fazem a diferença. Naturalmente que refiro-me a aqueles com que tive contato, pois, notei que eram necessárias quase 500 pessoas para manter a escola dentro do planejado, e isso não foi conseguido pelos dirigentes da escola. A compensação foi verificar em cada rosto presente na Avenida, que o samba, aliado as cores e aos movimentos dos participantes, chamam a atenção de qualquer ser humano: novo ou velho, gordo ou magro, homem ou mulher, criança ou adulto. O povo gosta de assistir isso e existem pessoas que querem oferecer isso ao povo. Talvez falte um pouco mais de atratividade durante o ano, das chamadas escolas de samba, que na verdade são escolas da alegria, principal matéria prima de qualquer bem sucedida apresentação carnavalesca. A alegria de brincar eu verifiquei em dezenas de pessoas que se prontificaram a repassar às pessoas que estiveram na Avenida e que não sabem como fazer isso sempre. Para mim, foi um bom fim da escola na Avenida, porque, mesmo sem saber que se tratava da última apresentação da escola no Carnaval da cidade, participei com alegria e descontração igual a muita gente. Como a perfeição não existe, e prova disso são as ausências da minha amada Liza e de meu filho Murilo desfilando comigo, quero acreditar que no ano que vem será melhor que este ano, que foi melhor do que o ano passado. Bonfim, 40 anos... valeu!!! Como diz a música que cantamos na Avenida.