sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A culpa é da natureza, porque não?

Existe um ditado que diz: Deus perdoa tudo, o homem as vezes e a Natureza nunca. Penso que é exatamente isso o que vem acontecendo com o planeta que registra inúmeras manifestações violentas da Natureza, que vem sendo agredida todos os dias há tempos. Não me surpreende ver chuva de areia na Austrália, o continente africano secando, além de Europa, América do Norte, Central e Sul cada vez mais desorientados quanto as estações climáticas do ano. Está tudo bagunçado por culpa de quem? Da natureza ou do homem? Claro que a resposta é óbvia, mas todos os dias a Imprensa em geral insiste em querer mostrar o homem como vítima, e não como culpado. Fico comovido com o sofrimento da população, que sem alternativas, passa a construir as casas em locais impróprios, e ainda da forma como consegue sem qualquer preocupação, a não ser a de ter um abrigo. São os únicos que sofrem, pois o Poder Público tem o álibi ao argumentar que o local era impróprio e que a avalanche ou a enchente eram previsíveis. Mas não é só isso. É preciso ver nas entrelinhas o que isso pode estar sinalizando para a humanidade em geral. Muita neve, muita seca, muita chuva, terremotos, maremotos, tsunamis e tantas outras catástrofes que estão cada vez mais próximas e ameaçando a raça humana. Não entro no mérito se o aquecimento global é uma verdade ou não, mas fico refletindo como é possível viver nas cidades sem sofrer a ameaça que estamos tendo. O solo cada vez mais cimentado sem local para escoamento de água, menos arborização e sem qualquer planejamento para se evitar desgraças. Chover sempre choverá e como será? Sol sempre haverá e como vai ser? Neve tem época certa e mesmo assim surpreende. Não consigo entender isso, e mesmo a Revista Veja explicando com riqueza de detalhes na edição desta semana, os motivos de tanta chuva, fico imaginando como podemos saber disso tudo e não estar preparado? Os cientistas, os técnicos ou os especialistas não sabiam disso tudo? O que foi feito? Nada? Isso sim, para mim, é irresponsabilidade, porque sabendo que tudo isso aconteceria nada foi feito. Quem sofre é o menos favorecido, sempre. Vivendo num país tropical não percebo qualquer movimentação dos especialistas em fazerem algo para evitar tudo isso no ano que vem, no mínimo. É como se esperássemos passar tudo isso e imaginar que tudo voltará ao normal. Penso que isso não passará e será uma constante em nossas vidas e hoje precisamos imaginar que tudo isso pode acontecer a qualquer momento, e em qualquer lugar. Sol, chuva, vento, neve, terremoto e tantas outras manifestações da natureza devem ser previsíveis, pois tudo isso não acontece de repente, e nem se trata de qualquer punição divina. Sendo assim, por que nada é feito para evitar que seres humanos morram? Talvez o problema seja o ser humano e não a relação com a natureza. Dá para dizer para uma família necessitada que não pode fazer uma casa na encosta de uma montanha? Dá para falar para uma família que não deve cimentar a casa toda? Dá para pedir para as pessoas plantarem árvores constantemente? Dá para dizer para a população não jogar lixo em qualquer lugar? Acredito que é o homem quem provoca tudo isso, e somente ele é o responsável. O que vem acontecendo é culpa nossa, que achamos cômodo culpar os Governantes (quando muito) e até a Natureza por toda essa confusão. Temos a inteligência e ao mesmo tempo a capacidade de por a culpa onde nos convém. A culpa agora é porque chove. Vamos refletir sobre as mortes por causas das chuvas, do calor, do terremoto. Talvez seja possível fazer algo para que isso seja cada mais difícil de acontecer, e não com a facilidade como vem surgindo e a Imprensa registrando rápido e completo. A solução a meu ver está na solidariedade. Quando o ser humano preocupar-se em ajudar seres humanos isso será possível, diferente do egoísmo que é visto quando pessoas pensam em si e no máximo no estado de conforto da própria família. Vamos olhar para mais longe. Ao ficar preocupado com o bem estar de meu vizinho, por exemplo, posso combater a Dengue. Preocupado em arborizar o meu bairro, posso ajudar no combate contra o calor e na absorção da água no solo. Ao manter a minha Rua limpa, evito entupimento no bueiro. Ações simples que dependem de mim. Talvez não sejamos capazes de evitar um terremoto, mas onde isso é possível acontecer nós sabemos e devemos esperar que aconteça e estar preparado para quando acontecer. Sei que é possível chover, então devo estar preparado para o escoamento da água que é inevitável. Prevendo o calor posso minimizar. A pergunta é: como posso fazer isso de forma coletiva? Sozinho será impossível e assim sendo, fico refém da coletividade. Percebendo que serei prejudicado pela impotência, o que posso fazer é questionar e quem sabe mais pessoas comecem a pensar que somente com ações inteligentes e comportamentos simples é que conseguiremos sobreviver, pois, do contrário estamos mesmo ameaçados, e chegará o dia que não poderemos colocar a culpa em outro. Ou estaremos só, ou não dará tempo de culpá-lo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meu nome é o meu maior patrimônio

Não gosto de apelidos. Sempre que observo uma pessoa mais conhecida pelo apelido, do que com o próprio nome, fico imaginando a reação de seus pais. Já observei que muitos apelidos são colocados pelos próprios pais, para compensar o nome complicado que deram aos filhos. Como se fosse um arrependimento. Esse assunto foi tema em minha casa recentemente, em virtude de eu e minha amada Liza, termos que escolher o nome de nossa filha que nascerá em julho deste ano. Ao completar as 15 semanas de gravidez, faríamos os exames de praxe e saberíamos o sexo do nenê e teríamos que ter um nome de imediato.Percebi que Liza ficou dias pensando no assunto e eu também, afinal, temos um relacionamento participativo em nossas vidas. Não pelo fato de ser um simples nome, mas por se tratar primeiro da expectativa em saber o sexo, para consequentemente optar por um nome. Antes, porém, passamos analisar as alternativas e chegamos a conclusão de que não se tratava de uma tarefa fácil, porque era preciso escolher um nome simpático e com significado. Logo de início Liza e eu descartamos uma série de nomes por terem semelhanças em nossas famílias anteriores. Passamos a procurar significados em nossas vidas em comum e chegamos a vários nomes, quando tomamos conhecimento de que o nome seria o primeiro e mais importante presente que daríamos ao nosso nenê, antes mesmo de nascer.Este presente será levado para toda a vida e assim sendo a nossa responsabilidade aumentou e as escolhas passaram a ter cuidados redobrados. Cuidado com possíveis apelidos, comparações com outras pessoas, facilidade de pronúncia e de escrita, fonética e até de pessoas conhecidas bem próximas. Sem contar as combinações das iniciais. Não foi fácil. Passei a ver esta decisão como algo tão sério, e mais importante do que saber o sexo. Comecei a viajar nas minhas imaginações, tentando antever problemas que poderiam existir e que nós não queríamos ser os causadores. Depois de algum tempo, Liza e eu chegamos a uma conclusão para um menino e para uma menina, passando a aguardar a definição do sexo para anunciar a escolha.Neste meio tempo reparei que o nome é o nosso primeiro patrimônio que herdamos e que procuramos mantê-lo sempre digno e respeitoso. Ninguém gosta de ter o nome em piadas, chacotas, comparações desagradáveis ou ser sinônimo de comportamento inadequado, ou até mesmo ser diminutivo ou aumentativo. Temos uma vida inteira na luta diária para mantermos um nome forte e respeitoso, herdados de nossos pais, daí a minha lamentação dos apelidos que naturalmente camuflam este presente familiar. Mas como manter o nome sempre respeitoso? Entendo que seja o resultado dos comportamentos diários da pessoa. Quando um nome vira grife, chega bem próximo da perfeição desejada, mas cada vez mais sensível e vulnerável fica, devido a exposição que passa a ter.O golfista Tiger Woods é um exemplo bem atual disso tudo. Sendo o primeiro atleta bilionário no Mundo, tinha o nome como sinônimo de tudo que era bom. Patrocinadores, fortuna, respeito, admiração, idolatria e que por um comportamento inadequado, descoberto e escancarado, vem perdendo tudo um ritmo frenético. Hoje ninguém, e nenhuma empresa, quer associar a marca ou a imagem ao nome de Tiger Woods. Isto nos ensina de que a busca pelo respeito com o nosso nome é constante e qualquer deslize tudo é colocado a perder drasticamente. Confirma também que os nossos comportamentos estão atrelados as nossas companhias, pois, somos avaliados pela sociedade em geral de acordo com o grupo social em que você faz parte.Assim sendo o bom nome que temos que manter é reflexo do comportamento adequado do nosso dia a dia. Liza e eu decidimos por Laura, uma menina. Este nome tem um significado importante para mim e para minha esposa, pois, nos consideramos vitoriosos pela determinação de anos lutando para concebê-la, e agora fomos premiados. Porém, não basta apenas o nome. Teremos que a partir de agora trabalhar na assistência à nossa filha para que tenha boa formação familiar e que tenha boas companhias, para que possa fazer boas escolhas.A decisão de um simples nome não consiste apenas em dar uma referência ao filho, mas sim, a primeira palavra para que a história de vida seja iniciada. Procuro sempre evitar os apelidos, porque imagino que esta mesma preocupação e dedicação que Liza e eu tivemos, todos os pais também passaram por isso. O nome tem significado sempre, seja pela existência de um antepassado, ou pela formação ou união de palavras que se tornaram simpática. Nunca tripudiei ao ver um nome esquisito, mas sim busco compreender os motivos que levaram pessoas adultas colocarem determinado nome em pessoas inocentes, mas que devem sentir-se homenageadas por alguma razão.Para aqueles que não gostam do próprio nome, razões devem existir mais do aspecto emocional e de relacionamento com os pais, o que justifica a atitude, pois, não deve ser fácil conviver com isso. De qualquer forma o respeito, a boa educação e principalmente a simpatia, sugerem que chamemos as pessoas pelos nomes e da forma correta, afinal, ao pronunciar o nome errado certamente a pessoa ficará magoada. Quer credibilidade maior do que ter um nome de respeito?

Meu nome é o meu maior patrimônio

Não gosto de apelidos. Sempre que observo uma pessoa mais conhecida pelo apelido, do que com o próprio nome, fico imaginando a reação de seus pais. Já observei que muitos apelidos são colocados pelos próprios pais, para compensar o nome complicado que deram aos filhos. Como se fosse um arrependimento. Esse assunto foi tema em minha casa recentemente, em virtude de eu e minha amada Liza, termos que escolher o nome de nossa filha que nascerá em julho deste ano. Ao completar as 15 semanas de gravidez, faríamos os exames de praxe e saberíamos o sexo do nenê e teríamos que ter um nome de imediato.Percebi que Liza ficou dias pensando no assunto e eu também, afinal, temos um relacionamento participativo em nossas vidas. Não pelo fato de ser um simples nome, mas por se tratar primeiro da expectativa em saber o sexo, para consequentemente optar por um nome. Antes, porém, passamos analisar as alternativas e chegamos a conclusão de que não se tratava de uma tarefa fácil, porque era preciso escolher um nome simpático e com significado. Logo de início Liza e eu descartamos uma série de nomes por terem semelhanças em nossas famílias anteriores. Passamos a procurar significados em nossas vidas em comum e chegamos a vários nomes, quando tomamos conhecimento de que o nome seria o primeiro e mais importante presente que daríamos ao nosso nenê, antes mesmo de nascer.Este presente será levado para toda a vida e assim sendo a nossa responsabilidade aumentou e as escolhas passaram a ter cuidados redobrados. Cuidado com possíveis apelidos, comparações com outras pessoas, facilidade de pronúncia e de escrita, fonética e até de pessoas conhecidas bem próximas. Sem contar as combinações das iniciais. Não foi fácil. Passei a ver esta decisão como algo tão sério, e mais importante do que saber o sexo. Comecei a viajar nas minhas imaginações, tentando antever problemas que poderiam existir e que nós não queríamos ser os causadores. Depois de algum tempo, Liza e eu chegamos a uma conclusão para um menino e para uma menina, passando a aguardar a definição do sexo para anunciar a escolha.Neste meio tempo reparei que o nome é o nosso primeiro patrimônio que herdamos e que procuramos mantê-lo sempre digno e respeitoso. Ninguém gosta de ter o nome em piadas, chacotas, comparações desagradáveis ou ser sinônimo de comportamento inadequado, ou até mesmo ser diminutivo ou aumentativo. Temos uma vida inteira na luta diária para mantermos um nome forte e respeitoso, herdados de nossos pais, daí a minha lamentação dos apelidos que naturalmente camuflam este presente familiar. Mas como manter o nome sempre respeitoso? Entendo que seja o resultado dos comportamentos diários da pessoa. Quando um nome vira grife, chega bem próximo da perfeição desejada, mas cada vez mais sensível e vulnerável fica, devido a exposição que passa a ter.O golfista Tiger Woods é um exemplo bem atual disso tudo. Sendo o primeiro atleta bilionário no Mundo, tinha o nome como sinônimo de tudo que era bom. Patrocinadores, fortuna, respeito, admiração, idolatria e que por um comportamento inadequado, descoberto e escancarado, vem perdendo tudo um ritmo frenético. Hoje ninguém, e nenhuma empresa, quer associar a marca ou a imagem ao nome de Tiger Woods. Isto nos ensina de que a busca pelo respeito com o nosso nome é constante e qualquer deslize tudo é colocado a perder drasticamente. Confirma também que os nossos comportamentos estão atrelados as nossas companhias, pois, somos avaliados pela sociedade em geral de acordo com o grupo social em que você faz parte.Assim sendo o bom nome que temos que manter é reflexo do comportamento adequado do nosso dia a dia. Liza e eu decidimos por Laura, uma menina. Este nome tem um significado importante para mim e para minha esposa, pois, nos consideramos vitoriosos pela determinação de anos lutando para concebê-la, e agora fomos premiados. Porém, não basta apenas o nome. Teremos que a partir de agora trabalhar na assistência à nossa filha para que tenha boa formação familiar e que tenha boas companhias, para que possa fazer boas escolhas.A decisão de um simples nome não consiste apenas em dar uma referência ao filho, mas sim, a primeira palavra para que a história de vida seja iniciada. Procuro sempre evitar os apelidos, porque imagino que esta mesma preocupação e dedicação que Liza e eu tivemos, todos os pais também passaram por isso. O nome tem significado sempre, seja pela existência de um antepassado, ou pela formação ou união de palavras que se tornaram simpática. Nunca tripudiei ao ver um nome esquisito, mas sim busco compreender os motivos que levaram pessoas adultas colocarem determinado nome em pessoas inocentes, mas que devem sentir-se homenageadas por alguma razão.Para aqueles que não gostam do próprio nome, razões devem existir mais do aspecto emocional e de relacionamento com os pais, o que justifica a atitude, pois, não deve ser fácil conviver com isso. De qualquer forma o respeito, a boa educação e principalmente a simpatia, sugerem que chamemos as pessoas pelos nomes e da forma correta, afinal, ao pronunciar o nome errado certamente a pessoa ficará magoada. Quer credibilidade maior do que ter um nome de respeito?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

As lições do Haiti aqui...

Não deixo de ficar emocionado todas as vezes que vejo na televisão o desastre que aconteceu no Haiti e a luta pela sobrevivência que aquele povo mostra todas as vezes que uma equipe de reportagem aparece. Penso que seja impossível não se sensibilizar por tudo aquilo. Verificar como é possível um ser humano no século 21 viver naquelas condições e chegar a comportamentos dos mais selvagens para lutar por comida, água ou pelos seus bens que sobraram. Admito que por muitos dias imagens fortes sobre o terremoto e a luta dos haitianos me incomodaram. Choro, desespero, mortes, crianças e velhos feridos, pais e mães desesperados pelo sentimento de impotência e principalmente o olhar profundo de cada um dos que sobreviveram, sem ter uma esperança a imaginar foram detalhes que muitas pessoas perceberam. Ao ver aquelas condições lamentáveis em que o povo do Haiti vive, fiquei a pensar como isto seria possível, ainda mais com um terremoto naquelas proporções? Como pode tanta desgraça acontecer num mesmo local? Que culpa aquele povo tem, por viver em condições tão miseráveis, e ainda sofrer um terremoto arrasador? Não encontro respostas para estas perguntas, mas consigo transportar estas minhas indagações a uma realidade que está bem próxima de mim. Ao passar em locais periféricos da cidade em que vivo, começo a recordar as imagens que as emissoras de TV insistem em mostrar, do povo do Haiti, nos principais horários da televisão constantemente. Cheguei, certa vez, pensar que estavam falando do Haiti, mas era sobre as enchentes de São Paulo, as catástrofes de Paraitinga, e até mesmo fiz confusão sobre os acidentes em Agra dos Reis. Em um dia em que Marília foi vítima de um temporal, fotos nos jornais mostravam o estrago que a população mais carente de minha cidade sofreu, e eu imaginei que fosse o Haiti. Lembrando da música de Caetano Veloso em que ele diz que o Haiti é aqui, passei a refletir a dimensão dos problemas. Assim sendo percebi que somente grandes nações podem ajudar o povo haitiano. Navios, aviões, carros, tanques (de água), exército (segurança), e ONGs especializadas em catástrofes é que são os meios emergenciais e que farão algo por aquele povo imediatamente. Minha ajuda é ínfima. Naturalmente se eu me unir a outros, pode ser que faça alguma diferença a longo prazo, mas penso ser incapaz de fazer algo pelo povo do Haiti a qualquer momento, mas posso fazer pelo povo de Marília ou de cidades próximas, ou até mesmo dentro do meu País. Ao assistir uma apresentação de uma voluntária que esteve em Guayaquil, no Equador, fazendo parte de uma Missão Humanitária do Rotary International, enxerguei que a minha vocação de voluntário pode ser desenvolvida na comunidade em que estou. Ou até mesmo em regiões miseráveis dentro do meu próprio País. Senti que eu seria a diferença neste sentido, e que a minha simples presença (sem fazer qualquer coisa) poderia ajudar em algo. Ao ouvir a Lilian Moraes mostrar o quanto foi importante esta missão para o povo equatoriano, fui me enchendo de motivação para fazer algo por aqui mesmo, sem a necessidade de ir tão longe. Vendo como o Haiti está transformando o mundo em nações humanitárias, e vendo o que o Rotary International é capaz de fazer sozinho, aprendi que ao dedicar-me em ações simples, práticas e dentro de minhas possibilidades, posso ajudar qualquer um em qualquer lugar. Tenho conhecimento que as famílias carentes de minha cidade são assistidas pelo Poder Público e por diversas instituições filantrópicas e assistencialistas, em que minha presença talvez fosse desnecessária, se eu a trocasse por donativos ou alimentos. Seria mais útil e menos trabalhoso. Ao assistir o trabalho voluntário que foi feito no Equador, imaginei as regiões mais interioranas do nordeste, sul ou até mesmo no norte do Brasil. Imaginei os problemas indígenas até hoje mal resolvidas pelas equivocadas políticas públicas, ou até mesmo pelo antigo Projeto Rondon, que sempre tive idolatria em fazer parte, em que poderia ajudar com a minha simples presença e com a pouca experiência que adquiri na vida. Ou seja: não consigo ajudar o Haiti, mas posso ajudar o Brasil. Estou colhendo informações de como fazer isso. Naturalmente sendo rotariano convicto, farei parte de uma Missão Humanitária que a organização que faço parte pretende desenvolver, graças ao entusiasmo desta moça, Lilian Moraes, da cidade de Rancharia, que vem contagiando as pessoas que prestam atenção na essência deste trabalho realizado por ela. Quando isto acontecer, sentirei a recompensa física, moral e espiritual de como é necessário e vital para a vida de qualquer pessoa, ajudar desconhecidos com o único propósito de ajudar, seja como for. Vendo o Haiti, a África, o Equador e tantos outros locais miseráveis deste planeta, vejo o quanto é importante dar de si antes de pensar em si, que a meu ver deve ser a única razão de nossa existência. Qual a importância que existe em viver sem ajudar o outro?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

As mães são mais importantes

Vivo uma experiência extraordinária. Serei pai pela segunda vez aos 43 anos de idade. Posso afirmar que é bem diferente do que ser pai com 20 ou 30 anos. A primeira experiência que eu tive em ser pai, na época estava com 27 anos. Foi maravilhoso, mas vivia uma outra situação e enxergava o mundo com um outro olhar. Hoje, mais tarimbado, reconheço que a experiência que adquiri será benéfica em todos os sentidos. Aos 25 anos de idade qualquer pessoa se considera capaz de mudar o Mundo, enquanto que próximo dos 50, nossas forças e entusiasmos são bem diferentes. Mas esta gravidez é totalmente diferente da anterior. Primeiro que são com mulheres diferentes, e segundo que a experiência atual se trata de uma fertilização assistida. É a quinta tentativa que eu e Liza (minha amada) estamos vivenciando, e desta vez com pleno sucesso. Desde novembro nossas vidas são bem diferentes, e admito que a partir do momento que eu soube que seria pai novamente, algo muito desejado, esperado, planejado, investido e sonhado, considero-me outra pessoa. Passei a enxergar tudo em minha volta com outras cores, formatos e sentidos. Pela idade avançada, pelo tratamento realizado e pela quantidade de ansiedade, certamente a gestação é totalmente atípica. Mas o que tem me chamado a atenção é que ao sentir-me grávido percebo a injustiça da natureza em centralizar tudo na mulher. O homem é um mero assistente, provedor e na maioria das vezes o causador de inúmeros problemas. O homem não tem nenhuma participação direta numa gravidez. Não sente dores, incômodos, tonturas, náuseas... não tem que tomar remédios, injeções ou ter que fazer exames periódicos e tudo mais. A função masculina é pura e simplesmente de qualquer ajudante, assistente, assessor, consultor, mensageiro e provedor. Qualquer ação masculina neste momento não tem valor algum. Não tem reconhecimento, lembrança ou até mesmo consideração. É visto por todos como uma obrigação que não importa a condição financeira, cultural, profissional, social ou até mesmo intelectual do homem, ele tem a obrigação de fazer daquele jeito e pronto. Isso tem me colocado numa situação muito ruim, pois meu sonho era ter um envolvimento maior, uma participação mais efetiva e dividir esses problemas, que muitas vezes para uma mulher pode parecer muito. Nem palpites podemos dar. Tenho que admitir que a mulher tem um papel muito mais importante numa família, do que a do homem. Ao gerar e parir um ser humano, está sendo o centro das atenções, das valorizações e principalmente de toda e qualquer consideração futura, afinal tanto a criança quanto a mãe não tiveram a oportunidade da escolha e a partir do nascimento a relação tem que ser valiosíssima, pois trata-se de uma amor e de um sentimento gratuito. A figura da mãe tem que ser santificada com razão, pois, passar por todas as dificuldades que a mulher passa durante esses nove meses é preciso ter reconhecimento de toda uma vida. Ao observar a luta que a Liza trava todos os dias, fico imaginando a injustiça que será se o nosso filho um dia destratá-la por qualquer razão. Neste momento fico imaginando como fui cruel com minha mãe. Quantas dores de cabeça eu causei a ela, sendo que o sofrimento que ela teve para me gerar e parir foram incalculáveis, e não chegam se quer perto do que eu causei. Não há como se desculpar disso tudo, até porque, os erros cometidos são por desconhecimento. Ninguém erra por que quer, e sim por não saber. Mas a reivindicação que faço é para que nós, pais, possamos ser reconhecidos de que o nosso sofrimento solitário e sem reconhecimento social, passe a ser visto de outra maneira, pois ao ver a pessoa que amamos sofrendo, a gente sofre também pelo sentimento de incapacidade. Quando nós homens observamos a sobrecarga de tarefas maternas, sofremos por não termos a habilidade necessária para socorrer. Isto nunca é visto pelas mulheres. Nós homens neste momento só podemos fazer uma coisa: prover. É tendo no caso, dinheiro para proporcionar conforto, tranqüilidade, segurança, bem estar e principalmente a promoção das melhores possibilidades para que tudo dê certo. Mas dinheiro não é tudo, afinal, na natureza não existe dinheiro, que é uma criação do homem. Nós homens temos que amar... e amar além do que nós somos capazes. Amar na essência, com tolerância, com cumplicidade, com ternura, com delicadeza, com silêncio e até com dúvidas, pois, a mulher, que é um ser imaculado, é capaz de sentir tudo que é de bom para um filho, o mesmo para com o marido, afinal dois se unem para formar outro. A palavra de ordem é: comprometimento. Quer observar se um casal promove o amor, veja a qualidade dos filhos produzidos por eles. Os filhos nada mais são do que reflexo do sentimento que os pais depositam no dia a dia. Hoje eu entendo que para existir seres humanos adequados, é preciso que haja boa família. E isso não é fácil, pois homens bem forjados é preciso ter famílias bem estruturas e nossa sociedade caminha para um lado contrário.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O medo da aposentadoria

Neste dias de muitas festas assisti uma cena que me chamou atenção por vários motivos. Meu cunhado vai se aposentar e ao invés de estar feliz, demonstrou muita preocupação. Estou com 43 anos de idade e nunca me passou pela cabeça chegar até a aposentadoria. Vou recorrer a previdência privada, pois certamente a do Governo não me é possível. Mas para meu cunhado não. Ele sempre recolheu a aposentadoria, onde trabalha também fazem o recolhimento e o que seria algo de muita alegria, percebi um tom de frustração e medo da parte dele. Num primeiro instante imaginei a queda do ritmo de vida dele. Depois mudei de idéia em virtude de que cheguei a conclusão de que quem decide esse ritmo somos nós, e não nossa atividade profissional. Então, pensei que seria o fato dele deixar de fazer o que gosta, que no caso é ser dentista. Também mudei de idéia, até porque ele pode perfeitamente continuar a fazer os atendimentos numa quantidade menor. Cheguei a pensar que seria algum problema físico, mental ou até algo mais complexo distante de minha compreensão, porém, diante da cumplicidade que tenho com minha irmã, talvez eu soubesse de algo neste sentido. Então porque a preocupação? Marotamente aproximei-me dele e na primeira oportunidade que tive toquei no assunto. Daí veio a explicação: meu cunhado Rolando Battistetti Filho, que vai se aposentar, não acredita na manutenção da aposentadoria por parte do Governo Federal. Puro descrédito político-administrativo. Nunca imaginei que meu cunhado, conhecido na família como “Rolagaiver”, numa referência aquele seriado da televisão “Profissão Perigo”, que tinha na personagem Macgyver, o solucionador de todos os problemas com engenhocas e improviso em todos os momentos, tivesse esse tipo de preocupação didática. Meu cunhado é capaz de resolver todos os problemas que existam. Da maneira dele, mas resolve. Será que, agora, aposentado ele vai deixar de buscar soluções para curtir melhor a vida? Será que ele deixa de ser solução para ser problema? Se bem conheço meu cunhado (e olha que este grau de parentesco não é dos mais simpáticos), ele encontrará uma solução para esta situação que tornou-se uma tormenta na vida dele, pois, mesmo contribuindo para a previdência por longos anos, nunca achou que chegaria na melhor idade tão rápido. Ele já superou meio século de vivência e certamente terá outro meio século para ser o elixir da revitalização de nossa família. Afinal, com mais de 50 anos é de dar inveja a qualquer jovem, com o físico que tem, rapidez de raciocínio e agilidade incomuns, que certamente devem ser os problemas visíveis da aceitação da aposentadoria. O descrédito do Dr. Rolando Battistetti Filho é igual a de centenas de milhares de brasileiros que sonhavam em ter uma qualidade de vida melhor, e passaram a ser visto como algo descartável por culpa de um Governo que trata muito mal as pessoas que acreditaram no programa desenvolvido pelos governantes. O preconceito, penso que seja ainda o problema maior, antes mesmo da péssima administração pública quanto a previdência social, e a desigualdade entre recolhimento e recebimento. Minha mãe Marlene, ao se aposentar encontrou uma qualidade de vida melhor, mas sem filhos. O marido dela, o figuraça do Arnaldo, esbanja sabedoria quanto a aposentadoria, pois aposentou-se muito cedo, e tenho certeza que meu cunhado, em breve encontrará a disposição e a coragem de assumir a idade, a nova fase da vida e a visão dos verdadeiros professores da vida, pois não será do ganho da aposentadoria que ele deixará de cuidar da família e principalmente de assessorar minha irmã. Também não acredito na aposentadoria pública, por isso dou preferência para a privada, no entanto acredito que o dom maior é chegar bem a este estágio, afinal ninguém consegue ter vitalidade, disposição, saúde, inteligência, motivação, físico, e tantas outras necessidades simples que dependem de nós mesmos, por 100 anos. Isso mesmo 100 anos, que é a idade que temos que almejar. Existem exemplos de que é possível ser muito, mas muito mesmo, feliz com 60, 70, 80, 90 ou 100 anos. É uma questão de desejo aliado a conhecimento com disciplina. Isto pode ser chamado de Sabedoria Plena. Talvez o que meu cunhado não percebeu é que será difícil se aposentar com qualidade de vida se continuar fumando. Mas este é um outro assunto, afinal, ninguém é perfeito e meu cunhado é prova de que não existe perfeição entre seres humanos. Relaxe e aproveite esta conquista “cunhadão”, pois não são muito que atingem a sua marca, e isso deve ser celebrado.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Caminhada para o bem-estar

Sempre tive dificuldades em praticar qualquer tipo de esporte. Não que eu não admira, mas por não colocar a atividade física como uma de minhas prioridades. Meu cardiologista sempre exigiu isso de mim, bem como percebi meu peso elevar-se e já sinto que não posso mais remediar. Ao descobrir que serei pai novamente e agora depois dos 40 anos de idade, conclui que se quiser acompanhar o crescimento deste filho que nascerá, terei que estar bem fisicamente. Só por essa razão já sinto disposição, porém, fiquei envergonhado de ser obrigado a me exercitar por esse motivo. Eu deveria ter esta consciência antes deste novo fato. Ao acordar de madrugada, horário que percebi ser o melhor possível em meu dia a dia, arquitetei um plano com relógios, roupas adequadas, cronômetros e desenvolvi um planejamento do percurso urbano. Caminho agora 40 minutos diariamente no bairro onde moro. Saio cedinho, e com o horário de verão, muitas vezes antes do sol começar a iluminar. Confesso que é muito complicado, mas percebo que meu corpo, além de gostar ele faz este tipo de exigência. Comecei então a procurar outros motivos para poder incluir este tipo de programação dentro dos meus afazeres cotidianos. Já descobri técnicas novas de caminhar e tenho diminuído meu tempo a cada dia. Penso, inclusive em aumentar a distância em um novo percurso. O que tem me chamado a atenção hoje em dia não é o fato de caminhar e sim como será a caminhada. Em pouco tempo já identifiquei cinco tipo de pássaros existentes no bairro que me deparo diariamente; já sei onde os gatos dormem e quais os cachorros que existem no meu trajeto; veículos estão estacionados sempre nos mesmos locais, bem como as mesmas pessoas acordam naquele período e fazem coisas automáticas, como eu. Alunos, profissionais liberais, ou até mesmo os funcionários, também se levantam cedo. Como aqueles que levam os filhos para a escola e vão e voltam para casa ainda com cara de sono. Em breve será minha vez. Hoje sinto falta disso. Os dias que não vou caminhar, seja por causa da chuva ou por culpa do relógio (essa é a melhor desculpa para não sair da cama), fico imaginando como foi o dia desse pessoal sem mim, pois, considero-me parte integrante deste processo de iniciação do dia, porque não me sinto diferente deles, em esperar que tudo isso aconteça automaticamente. Ao caminhar, fico esperando ver todos os tipos de pássaro, os gatos, os cachorros, as pessoas que limpam as frentes das casas ou levam o lixo para a Rua, os carros saindo das garagens e os empregados caminhando para o serviço. Quero acreditar que as mesmas pessoas que vejo, me vêem e esperam que eu passe por ali naquela manhã. Descobri com isso a força que existe na frase: Bom Dia. Ao dizer isso cinco ou seis vezes logo no começo do dia, sinto que realmente meu dia será bom. Tornei-me dependente deste cumprimento que sempre achei um chavão filosófico de bons costumes, e que hoje sinto na prática como é importante e a força que tem. Mentalmente passo a dizer bom dia, ao longo da minha caminhada aos pássaros, aos gatos, aos cachorros e especialmente as pessoas, que neste caso é verbal. É como se eu caminhasse para isso: desejar e receber um Bom Dia. Foi então que percebi que este meu exercício não é apenas físico e mental: é também espiritual. Não sei dizer quantos gramas eu perdi nesta caminhada, mas posso garantir o quanto eu ganho ao caminhar todos os dias, na esperança de que minha vida será longa, pois, o que mais quero neste momento é ter saúde para longos anos de prazer com minha família. Cada passo que dou é por mim e pelos outros, e cada satisfação que tenho, acredito compartilhar isso com outras pessoas e mais futuramente com mais pessoas, estando pessoalmente ao lado das que amo sendo saudável, feliz e realizado em ter aprendido mais uma lição que somente a vida oferece às pessoas que buscam conhecimento em tudo que lhe é oferecido. Hoje o exercício que faço é planejar a minha vida aos 50, 60, 70, 80, 90 e depois dos 100 anos de idade, pois caminhar tornou-se uma necessidade e vício espiritual. Minha caminha é para meu centenário.