terça-feira, 26 de maio de 2009
Minhas lembranças "escaneadas"
Assisti esta semana na Fundação Eurípides, no Curso Técnico de Designer Gráfico, uma apresentação extraordinária sobre a arte de uma mariliense, que está famosa no mundo todo com a seqüência da obra “Escaneandome”, tendo oportunidade de apresentá-la em exposições na Espanha, Itália, Estados Unidos, Canadá, no Brasil e outros países. Luciana Crepaldi é a pessoa iluminada que dá mais um exemplo de que a perseverança aliada com a sensibilidade, juntas com o prazer de fazer algo diferente, é quem assina este trabalho fantástico. O mais legal é que ela é mariliense e vem sendo respeitada em diversas partes do mundo, sem o conhecimento digno da cidade em que nasceu. Também confirmando o ditado de que “santo de casa não faz milagres”.
Admito que admiração por obras e peças de artes é difícil para mim. Apesar de eu ser uma pessoa observadora e detalhista, reconheço que me falta sensibilidade nesta área artística. Fico horas olhando uma obra para descobrir o que se passou na cabeça do artista em criar aquela peça. Muitas vezes não consigo chegar a uma conclusão. Costumo dizer que a obra e o artista devem sempre estar juntos. Um explica e o outro mostra. Assim sendo, todas as vezes que consigo conversar com o artista sobre a obra criada, passo a admirar ambos de forma instantânea. Foi assim com a Luciana Crepaldi.
Conheço Luciana dos tempos de ginásio. Estudamos mais de 10 anos juntos. Fizemos parte dos mesmos grupos de amigos e a família dela sempre teve envolvimento com a minha e crescemos juntos na melhor fase de nossas vidas. Naturalmente o destino nos separou, como nos distanciou dos demais amigos em comum. Mesmo com as andanças dela pela Bahia e projetos que não deram certo, certa vez em 2000 numa exposição de arte no Centro de Cultura do Banco Itaú, em São Paulo, encontrei com ela neste evento. Acreditem: era a primeira exposição dela com a obra Escaneandome, em que tive a oportunidade de ser um dos primeiros a admirar, e nem sabia que a obra era dela, apesar da semelhança do nome da artista, até então. Não acredito em coincidências. Naquele dia almoçamos juntos e colocamos a conversa quase que em dia, apesar de ser o começo da carreira dela como artista naquela exposição. Sinceramente: não entendi muito a obra dela, e diga-se, assustou-me em razão de ser um trabalho diferente, vindo de uma pessoa que vi crescer. Mas tudo bem. Não me considero bom o suficiente neste tipo de admiração de arte.
O tempo passou e li uma entrevista da Luciana num dos jornais de Marília sobre o trabalho dela que estava despontando. Passei a saber um pouco mais das andanças dela, mas pouco sobre a obra. Foi quando fiz uma pesquisa na Internet, motivado por uma entrevista que assisti dela na TV, e vi o potencial desta moça. Fiquei maravilhado em ver a qualidade da obra, a coragem de inovar e o que me encanta nas pessoas: o pioneirismo. Cheguei a pensar que se tratava de outra Luciana Crepaldi e não aquela amiga minha de infância. O trabalho desta mulher era de se admirar. O tempo fez que nos encontrássemos em Marília, certa vez quando ela veio cuidar da mãe, Dona Lourdes, que não se encontrava bem de saúde. Conversamos um tempo e atualizamos nossos contatos. Foi quando ela convidou-me para assistir esta apresentação. Dentro da proposta dela, “escaneei” minhas lembranças neste encontro, ao ouvi-la na palestra. Jamais imaginaria que aquela Luciana Crepaldi que viveu a minha mocidade seria capaz de se tornar este potencial na arte. (Arte do que mesmo? Nem sei dizer...). Mas a obra que ela criou é admirada mundialmente.
Aos assistir a apresentação, Luciana Crepaldi mostrou-me e para dezenas de alunos do curso técnico, detalhes de como chegou a perfeição com a produção de imagens “escaneadas” do próprio corpo e as ligações que fez com a emoção que sentia naquele momento. Ela conseguiu “escanear” as emoções, ou seja, digitalizou o sentimento que naquele minstante estava sentindo. Isso é possível, como se fosse uma fotografia, porém, mais trabalhada, mais produzida e mais ainda: digitalizada antes mesmo das máquinas digitais em que os sites de relacionamentos vulgarizaram. Luciana conseguiu fazer de um escâner (equipamento) a ferramenta e o elo entre o imaginário, a emoção e o registro do momento.
Ao explicar detalhes de suas obras, principalmente num filme de excelente edição e qualidade, passei a enxergar um outro papel do trabalho que ela desenvolve. Ela conseguiu me fazer ver coisas que não tinham explicação para mim, bem como observar a importância que a arte que ela criou, junto ao universo social. Palavras bem colocadas, detalhes bem explicados, imagens e sons perfeitos e o mais importante para mim: prazer. Luciana Crepaldi transmitiu prazer no que faz. Ela mostra na fala, no gesto, no olhar, no conteúdo o quanto ela curtiu fazer esse trabalho que virou arte, que virou obra, que virou marca. O texto que ela distribuiu aos alunos mostra nitidamente como as oportunidades que teve apareceram no sentido exato da palavra, de forma natural, confirmando para mim de que o nosso prazer flui naturalmente quando estamos empenhando o mais puro prazer no que fazemos. Quando fazemos com prazer as coisas boas acontecem.
Fiquei orgulhoso de ver uma menina que se transformou em mulher, de uma conhecida minha que se tornou personalidade internacional. Ganhou prêmios e é requisitada internacionalmente. Fiquei muito feliz em ver que o esforço dela valeu a pena e que ela tem o reconhecimento da comunidade artística e que mais uma vez a vida nos mostrou que é possível acreditar nos nossos sonhos e que sonhos tornam-se realidade, sempre quando fazemos o que gostamos e curtimos. Se a vida é uma curtição como dizem alguns, que façamos isso com prazer. Durante pouco mais de duas obras, “escaneei” minhas lembranças e digitalizei meus conhecimentos artísticos. O meu orgulho e respeito pelo trabalho desta moça é semelhante a satisfação de ver o sucesso de uma pessoa que gostamos, afinal é preciso reconhecer o quanto as pessoas são valiosas em nossas vidas, e o sucesso delas é o nosso também.
A felicidade que percebi no que ela apresentava, foi a minha também. Os olhos de sinais de admiração e respeito que vi da mãe dela, presente na apresentação, deixaram-me recompensado. Obrigado Luciana Crepaldi, filha da cidade de Marília, em brilhar em vários continentes, levando o sentimento mariliense consigo. Quem quiser conhecer o trabalho dela, com mais detalhes, acesse: WWW.lucianacrepaldi.com e vejam se eu não tenho razão.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
A falta do afeto, afeta?
A cada dia que passa tenho sinais de que o sentimento do afeto é fundamental para o bom relacionamento entre as pessoas. Ter afeto no sentido de ter afeição por alguém, ou até mesmo por inclinação, simpatia, amizade, amor e outros sentimentos similares, são comportamentos emocionais de uma sensação que une as pessoas. Não tenho dúvida de que é esse o elo entre as pessoas e o que nos faz sermos seres altamente sociáveis, ou seja, vivermos em grupo e sempre estarmos na companhia de alguém. Naturalmente entre as pessoas que nutrem esse sentimento de afeto, pois aquele que se isola, não teria condições de usufruir deste relacionamento prazeroso.
Ao ouvir este final de semana uma palestra do professor e escritor Gabriel Chalita, figurinha carimbada nos meios acadêmicos, literários e políticos, tive a confirmação deste sentimento nobre que classifico a afetividade. Sinto-me uma pessoa assim, pois gosto de viver em grupos, necessito do feedback das pessoas e sempre quero estar em companhia de muitas pessoas. Preocupo-me com o outro em todos os níveis e muitas vezes absorvo problemas e alegria das pessoas que amo. Sinto-me como um torcedor fanático que explode de emoção ao ver o gol do time em qualquer partida. Imagino que eu tenha afeto pelas pessoas que estimo.
Certa vez o psicoterapeuta Ivan Capellato disse em uma de suas palestras que a relação do afeto está ligada ao fato deste sentimento afetar ou não outra pessoa. Naturalmente o trocadilho do título deste artigo é exatamente chamar a atenção para o sentimento amoroso com relação ao sentimento de interesse. Quem não tem afeto (sentimento) não é afetado (atingido). Gosto desta frase que de forma direta sintetiza muito bem a falta desta emoção que considero básica para uma pessoa do bem. Penso que tudo que quero, de fato, de bom para mim e para os outros, tem que afetar sobremaneira nossas vidas. O afetar neste sentido é fazer a diferença da ausência de um prazer em relação ao outro. Se uma pessoa que gosto está infeliz, isto tem que afetar-me, pois, do contrário o que sinto por esta pessoa na realidade não é tudo isso que imaginava ser.
Depois de ouvir e entender o que Capellato e Chalita disseram, passo a observar melhor este sentimento que tenho pelas pessoas que estão ao meu redor. Vou procurar fazer a seguinte pergunta, quando notar algo de estranho na pessoa que gosto: Se “tal pessoa” não está bem, isto me afeta? Se eu chegar a conclusão que não me afeta, será um sinal de que o afeto que tenho por ela não é tão significativo. Daí vou saber dosar para encontrar o ponto de equilíbrio suportável, afinal, devo preocupar-me com as pessoas que gosto, mas não ao ponto de colocar em risco a minha situação. Para eu poder ajudar, preciso estar forte e seguro, do contrário, sou eu quem precisa de ajuda.
Quando percebo que uma atitude minha, boa ou ruim, afeta alguma pessoa, certamente devo sentir-me bem. É um sinal de que tenho um significado para aquela pessoa. É lógico que meu comportamento ruim é inconsciente, porque não faria isso de forma proposital se essa pessoa é relevante a mim. Assim sendo a pergunta se meu afeto é afetado pode ser feita tanto para as minhas ações, como para as ações dos outros, e desta forma, vou avaliando o grau de importância que cada pessoa tem em minha vida.
Essa experiência parece-me interessante e assim sendo, sugiro que mais pessoas passem a questionar este tipo de situação, pois, segundo os estudiosos é uma excelente maneira de interagir de forma agradável com as pessoas que amamos. Será uma forma, também, de disciplinarmos nossos comportamentos perante os outros, uma vez que, sempre queremos agradar e jamais desejaríamos algo de ruim para aqueles que gostamos e queremos que permaneçam em nossa volta. Não tenho dúvidas que isso irá melhorar a visão que tenho das pessoas, e perceberei em breve que as pessoas também notarão a mudança em meu comportamento.
Não existe algo pior, no comportamento humano, do que a indiferença. Vejo isso como algo nocivo nas relações entre pessoas e o pior dos piores sentimentos. Conheci pessoas que se definharam por causa da indiferença alheia, como já assisti pessoas triunfarem com excessiva torcida. Naturalmente aquele que venceu, era uma pessoa querida, enquanto que o outro, nem tanto assim. Desejar ser uma pessoa querida pelos outros, independente de quem seja, é o objetivo de todos. Se assim for, que passemos a questionar quem e o que nos afeta entre as pessoas que convivemos. Vamos procurar desenvolver o sentimento do afeto, afetando positivamente as pessoas, que certamente seremos afetados de forma agradável. Percebo que este tipo de sentimento afetivo só é correspondido com coisa boa, pois aquele que se preocupa com o outro, terá a preocupação dos demais. É uma troca de preocupação mútua.
É preciso colocar que todo sentimento exagerado torna-se doentio. Por isso, vamos com calma. Primeiro atinja o campo da observação, para na seqüência agir conforme a necessidade, dosando a retribuição com relação ao valor e ao significado que determinada pessoa tenha. Cuidado, pois, muita preocupação e atenção provocam sentimentos contrários, sufocando e distanciando as pessoas, que um dia tiveram um sentimento bom entre elas. Muito afeto, pode afetar a boa relação. Pense nisto.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
O exemplo está perto e em casa
Tenho observado uma discussão interessante sobre como fazer os jovens entenderem bons comportamentos. Ouço psicólogos, professores, estudiosos e demais entendidos no assunto, dizendo que os jovens estão cada vez mais autônomos, independentes e auto suficientes. Vejo até, comentários de que a modernidade fez um novo comportamento educacional. De que a comunicação entre pais e filhos agora é mais simples, fácil e instantâneo. Será? Penso que os choques de gerações sempre existirão, em virtude de que cada um é formado de experiências diferentes. Será que o ideal não é aprender a essência e verificar qual a melhor forma de transmitir os ensinamentos, sem fórmulas mágicas?
Pois bem. Neste último dia das mães assisti uma cena que me fez refletir. No almoço de domingo, comemorando o Dia das Mães, meu cunhado soltou uma daquelas pérolas, que somente ele é capaz de fazer. Por ser cunhado e ainda uma pessoa muito querida, prestei atenção e concordei. Ele disse: “Hoje vejo como o meu pai foi bonzinho comigo. Queria que ele tivesse sido mais bravo e duro”. Um homem com mais de 50 anos de idade falar algo assim, é para fazer qualquer um refletir os motivos que levam uma pessoa a chegar a esse ponto de lamentação. Não que ele seja uma pessoa com personalidade defeituosa, ou que o pai dele tenha sido um santo e conivente com todos os comportamentos inadequado que ele tivera.
Meu cunhado é do tipo linha dura. Esbraveja sempre e de forma rústica sempre mostra o que pensa e se faz entender pelos barulhos que um bom descendente de italiano calabrês é digno. Mesmo com dificuldades em encontrar as palavras corretas, ele se faz entender pelas atitudes e pela razão que sempre é conclusiva e admitida por todos. No entanto, a forma de comunicação que ele utiliza dá margens para interpretações dúbias. Mas ele é uma pessoa correta, admirável e querida. O pai dele foi um homem correto, admirável e muito querido. Vejo que meu cunhado aprendeu a lição. Mas será que está sabendo transmitir o que aprendeu aos filhos com média de 15 a 20 anos de idade? Assisto freqüentemente a dificuldade que ele tem, mas consegue se fazer entender, no final.
Quando ele fez o comentário sobre o pai, imaginei que ele estivesse querendo dizer que o pai dele foi tão duro com ele nos ensinamentos, que ele teria como pai, ser duro com os filhos e não consegue. Conheci o pai dele e realmente ele era do estilo linha dura, como todo o pai da geração dele foi. Imagino que meu pai seria assim, se não tivesse falecido tão precocemente. Talvez eu seja igual ao meu cunhado, pois somos de geração semelhante apesar dos oito anos de diferença que temos, mesmo eu ainda não ter atingido os 50 anos de idade. O que conclui é que a forma de educar e transmitir ensinamentos tem tudo a ver com a geração em que fazemos parte, pois, naturalmente os tempos sempre serão outros e bem diferentes. Feliz é aquele que consegue acompanhar a modernização e encontrar uma forma de comunicação adequada para transmitir o conhecimento que detém. Fato raro.
Verifiquei que o desejo de meu cunhado foi o de mostrar aos filhos, que estavam presentes neste almoço de domingo, que ele na condição de pai é mole, de fácil persuasão e que se fosse com o pai dele seria bem diferença e muito mais difícil. O desejo dele era dizer aos filhos que ele faz o que pode para ser compreendido, apesar de ter aprendido de forma diferente. Puro conflito simples de quem tem conhecimento e quer repassar para o outro, mas não sabe de que forma. Emissor e receptor procurando uma linguagem da mensagem. Muita gente explica isso, mas é complicado numa relação entre pais e filhos.
A conclusão que eu cheguei é que a comunicação não verbal ainda é a melhor maneira de comunicação entre as pessoas. Nossos filhos precisam ver o que os pais fazem, tendo discernimento para escolherem o caminho que melhor lhe convém, dentro da história de vida que cada um de nós construímos. Por isso que os pais devem se preocupar com a formação desta história de vida. Bons exemplos, bons ensinamentos. É preciso fazer com que os jovens saibam refletir e pensar, ao invés de serem alienados a situações apenas prazerosas. Jovens que pensam e analisam serão líderes. Jovens que fazem só o que é bom, num determinado momento, serão liderados de forma pacífica ou se tornarão contestadores incompreendidos. O valor do aconselhamento é preciso ser destacado, pois, ninguém manda em ninguém, muito menos pais sobre os filhos.
Meu cunhado deu uma ótima lição aos filhos e aos adultos, principalmente aqueles que estão disponíveis a aprender. Este exemplo serviu para que eu confirmasse que a admiração pelo outro provém do comportamento, e que o ditado: faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço, mais uma vez confirma ser uma péssima afirmação. É preciso fazer o que se fala e faz. Somos avaliados pelo que fazemos e não pelo que pensamos ou falamos. Você é o que você faz. Saber transmitir conhecimento por atitudes ainda é a melhor maneira de fazer o outro aprender. Nossos ídolos são criados desta maneira: pelo comportamento. #
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Sou fã do Ministro Tóffoli
As páginas amarelas da Revista Veja desta semana trazem uma entrevista muito interessante do mariliense José Antônio Dias Tóffoli, o Ministro da Advocacia Geral da União (AGU). Já tive a oportunidade de estar com ele em alguns eventos aqui na cidade de Marília, mas nunca a chance de saber a opinião dele sobre algumas questões contundentes. Tenho uma imagem dele de pessoa com grande capacidade de conhecimento, e isso me atrai, em qualquer pessoa, afinal se é algo que vejo como diferente entre as pessoas é a capacidade de assimilar grande carga de conhecimento, e ele tem e demonstra com clareza este dom bem trabalhado.
Admito que num primeiro momento, quando o conheci numa visita informal na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, 31ª subseção de Marília, num sábado de manhã, ao lado dos irmãos e do amigo particular, o presidente da OAB local, Carlos Mattos, tive a impressão dele ser mais amigo do Presidente Lula, e um partidário do PT do que a imagem que tenho dele agora. Concordo que naquele momento, com muita descontração e pouco espaço para conversas sérias, não foi o melhor local para eu avaliá-lo, apesar de acreditar que a primeira impressão é a que fica. Mas tive outras oportunidades para rever meu pensamento.
Quando houve a instalação da Câmara Arbitral em Marília, ele esteve presente e deu um show. Daquele dia em diante ele foi me ganhando ao poucos. Assisti várias apresentações dele no Supremo Tribunal Federal, pela TV, e passei a enxergá-lo com outros olhos, pois sei o quanto é difícil deter a técnica da comunicação direta e ele sabe aliar conhecimento com palavras coerentes, num tom de voz super agradável. Outra vez nos encontramos na Pizzaria do Chaplin, mas ali era um encontro de família no final do ano, e vi um ministro super atencioso com os irmãos e familiares. Ponto pra ele.
Na palestra que fez na comemoração dos 80 anos da Santa Casa de Marília senti o peso da autoridade. Penso que naquele dia ele não estava bem, apesar de demonstrar um pouco de descontração no coquetel, mas ai não conta, porque o ambiente faz a ocasião. Naquela mesma semana vejo uma ampla reportagem dele na Folha de São Paulo sobre o trabalho que ele desenvolve na AGU e a economia que fez para a União através do trabalho profissional dele. Ponto pra ele. Passei a enxergá-lo como um homem capaz: líder, administrador e eficaz. Virtudes que não vejo em muita gente, aliada a simpatia, coerência, boa educação, boa pinta e acima de tudo um ser humano próximo de nós marilienses, atingindo cargos dos mais influentes do Brasil, algo que nenhum outro ser de Marília conseguiu.
Mas foram nas páginas amarelas da Revista Veja que José Antônio Dias Tóffoli confirmou de vez a admiração que passei a ter por ele. Não pelo fato dele estar num crescente em sua carreira, mas sim pelas sábias colocações que fez em perguntas delicadas sobre aborto, escândalos, PT, relacionamento com José Dirceu, Lula e tantas outras personagens de escândalos políticos e administrativos do atual governo. Consegui ver, nas entrelinhas, uma pessoa focada, decidida, segura e independente. As respostas são do estilo dele: curtas, com palavras certas e claras. Muito claras. Não tem como não entender o que ele está dizendo.
Quero dizer que além da admiração do potencial dele, passei a ter uma aproximação com as idéias dele. Ele disse na reportagem aquilo que eu sempre pensei e esperava ouvir de alguém, ainda mais de um mariliense que está mais próximo de mim, pois conheço alguns dos irmãos dele e certamente não serão poucas as vezes que terei a chance de encontrá-lo em algum evento em Marília. Certamente no nosso próximo encontro terei a oportunidade de parabenizá-lo pela entrevista, e agradecê-lo pela manifestação inteligente.
Não sou mariliense, mas sou daquela turma que escolheu Marília para viver e morrer. Desta forma sinto-me orgulhoso de ver uma personalidade ascendente como o Ministro Tóffoli, de Marília, alcançando feitos inimagináveis até para ele mesmo. Não sou admirador do Lula, mas reconheço nele muitos potenciais, porém, sou obrigado a aceita-lo como o líder maior da minha nação. Tenho que admitir que contar com o Ministro Tófolli na equipe de trabalho do Presidente, tem aspecto de talismã, até por que o ministro não se parece nem um pouco com o Presidente Lula.
Passo a torcer para que o nosso ministro seja indicado para o Supremo Tribunal Federal. A justificativa que ele deu na entrevista é igual ao gol que Ronaldinho fez diante do Santos, na Vila Belmiro, nas finais do Paulistão. Coisa de craque. São pessoas assim, com esse espírito desprovido de falsidade é que temos que admirar. José Antônio Dias Tófolli entra na galeria de ídolos que tenho. Passo a ser um torcedor de suas ações, independente dele conhecer-me ou não, afinal, a idolatria que temos é assim: torcer por pessoas a distância anonimamente. Gratuitamente. Neste caso ele passa a ser um dos meus ídolos vivos que estão próximos de mim como é o caso de outra personalidade nacional, o incomparável Osmar Santos. Marília deve se orgulhar por esta nova figura histórica, em que podemos e devemos nos espelhar.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Vamos começar a batalha ajudando a Santa Casa
A semana que passou registrou uma série de atividades desenvolvidas por funcionários, médicos e dirigentes da Santa Casa de Marília, em função da comemoração dos 80 anos de fundação da maior e mais antiga instituição atuante no município. Foi palestra com o Ministro Tóffoli, Missa com o Bispo do Dom Osvaldo Giuntini, Inauguração da portaria e por fim a sessão solene na Câmara Municipal de Marília. Homenagens mais do que justas e ocasiões das mais importantes, para saudar uma instituição que tem a idade da cidade e presença fundamental para o atendimento público na área da saúde.
O que chamou a minha atenção ouvindo tantas pessoas falarem sobre o hospital é a história de seu surgimento, através do maior benfeitor de Marília, Bento de Abreu Sampaio Vidal, que doou áreas para a construção da Santa Casa, do Asilo São Vicente de Paulo, do Educandário Bento de Abreu e da Igreja Maria Izabel, um ao lado do outro. Se observarmos a construção de todos esses edifícios, verificaremos que eles foram erguidos com o desejo de serem um complexo só, mas que o crescimento do Bairro Cascata fez com que se separassem. Tanto que as finalidades destas instituições são todas filantrópicas e voltadas para o centro do quarteirão.
A história da construção do Pavilhão Infantil, com a maternidade, quando Cristiano Altenfelder presenteou a esposa com o prédio e os serviços, é outro marco que precisa sempre ser lembrado. Dom Osvaldo Giuntini, na missa celebrada na Igreja Maria Izabel, foi muito feliz ao comentar detalhes interessantíssimos da importância da igreja neste processo de cuidado especial aos necessitados com o advento das Santas Casas de Misericórdia em todo o Brasil, inclusive, em Marília. A religiosidade católica está diretamente ligada a todas as Santas Casas de Misericórdia no Mundo, com sua origem em Portugal e nada mais justo a extensão para o Brasil, desde época em que éramos colônia portuguesa. Outra parte da história muito bonita.
O atual provedor da Santa Casa de Marília, o empresário Milton Tédde, foi muito feliz em seu pronunciamento na Câmara Municipal de Marília em recordar a importância dos médicos neste processo de crescimento do hospital. Não tenho dúvidas de que os médicos são os principais parceiros do hospital e são fundamentais para os investimentos e serviços prestados, mesmo com a profissionalização da administração, afinal, cada profissional deve atuar em sua área de ação, e gestores devem administrar e médicos devem medicar, operar e cuidar da saúde do outro.
Ao falar da função do provedor e das pessoas que fazem parte da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Marília, Milton Tédde demonstra com riqueza de detalhes, o verdadeiro ato de voluntariado. Mostra, através da história, como era o comportamento do chamado provedor, aquele que tinha o ato de prover, originando o cargo. Milton Tédde lembrou-se de situações pitorescas de ex-provedores e a preocupação de outros voluntários na época, em zelar pelo hospital. Admito que não vejo diferença alguma da preocupação daqueles tempos com os atuais. O tempo passou, mas a preocupação em manter o atendimento da Santa Casa, com qualidade, continuou.
Naturalmente com o envolvimento do Estado na gestão dos hospitais filantrópicos tenha dado a idéia para a população de que virou obrigação o atendimento gratuito na saúde. Com a criação do Sistema Único de Saúde a impressão que se tem, é que todos devem ser atendidos gratuitamente, e não parece que seja assim. Existe limite para os provedores e para os atendimentos. Passei a entender o déficit dos hospitais, a partir deste ponto, pois com a limitação dos pagamentos por parte do Estado, como não atender? Ou como continuar atendendo? Quem paga?
Mesmo com essa complicação administrativa é importante para uma cidade celebrar os 80 anos de um hospital, sendo um referencial vivo da história de um município. O envolvimento da comunidade necessariamente deve ser cada vez mais intenso, pois, como bem disse o provedor em sua fala nesta semana comemorativa que passou: “um dia todos nós usaremos os serviços, os equipamentos e as acomodações da Santa Casa”. Uma verdade que nos faz refletir, pois uma vez acamado nada será possível ser feito para melhorar o atendimento que lhe será dispensado. Assim sendo, se quisermos ter um atendimento melhor quando formos clientes ou pacientes na Santa Casa, que comecemos a trabalhar agora. Ajudar a fazer do hospital um local adequado para a luta sobre a sobrevivência.
Achei interessante a colocação feita ao Ministro Tóffoli, que: quando uma pessoa entra num hospital, deitado numa maca olhando para o teto e vendo paredes sujas, luminárias quebradas, lâmpadas estouradas, ou coisas parecidas, certamente a dedução é de que o tratamento não será dos melhores. Entendi que o paciente quando tem certeza de que o local é bom, os profissionais são bons, os equipamentos são os melhores, a nossa luta interna pela sobrevivência é motivada pela esperança de que no hospital será travada uma batalha de vida ou morte, com chances maiores para a vida. Que façamos este campo de guerra um local favorável a nós, e não ao adversário. É preciso começar a lutar já, para que a batalha final seja mais fácil. Pense nisto. Quando estiver deitado no hospital, poderá ser um nocaute e daí é só esperar a contagem ou a decisão dos juízes, ou melhor: dos médicos.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
O exemplo das torcidas organizadas
Consegui neste final de semana assistir as duas partidas das semifinais do Campeonato Paulista pela televisão. Não foi surpresa, para mim, as classificações de Santos e Corinthians, que coincidentemente não disputam campeonatos paralelos como a Taça Libertadores da América, exceto o Santos que disputa a Copa do Brasil, sendo um torneio de nível menor do que o sulamericano. Talvez esta questão deva ser refletida pelos especialistas, porém, o que chamou a minha atenção foram os comportamentos das quatro torcidas organizadas que surpreenderam a todos, principalmente aquelas que tiveram os times desclassificados da final paulista.
Por quase 20 anos atuei como cronista esportivo e sempre observei a preocupação com a violência nos estádio. Cheguei a fazer coberturas jornalísticas horríveis de quebra-quebra antes, durante e depois das partidas de futebol nos estádios da capital, de Campinas, Bragança Paulista e no Rio de Janeiro. Foram poucas as vezes que registrei mortes, porém, fui testemunha de muita agressão, violência e destruição de boa parte dos estádios destas cidades. Cheguei a acompanhar muitos confrontos entre torcedores dos mais diversos com a Polícia Militar. Tiros, fogos, pancadaria, prisões e linchamentos eram freqüentes.
No entanto, neste final de semana, assisti palmeirenses e sãopaulinos se comportarem como torcidas de primeiro mundo. É de se estranhar, no Brasil, ver a torcida derrotada aplaudir o time que não conseguiu prosseguir no campeonato. Isso precisa ter um destaque na mídia, principalmente, para tentar equilibrar as tantas manchetes de que estádios de futebol são violentos, inseguros e verdadeiras praças de guerra. A mídia deve, e faz, menção sempre que a violência acontece. Deve, e nem sempre faz, menção de quando a torcida se comporta de forma surpreendente como aconteceu neste final de semana, por duas vezes. Talvez se somente num dos jogos isso acontecesse, seria um caso insignificante, porém, foram em dois jogos seguidos entre times que tiveram algumas de suas torcidas organizadas banidas dos estádios, que são os casos da Mancha Verde e Torcida Independente, sinônimos de selvageria.
No sábado o Palmeiras perdeu para o Santos e a torcia alviverde aplaudiu e se comportou de forma civilizada. Isto é raro, pois é sabido o quanto os palmeirenses são exigentes, principalmente com a situação delicada que a equipe se encontra na Taça Libertadores e ter sido líder do campeonato paulista inteiro, praticamente. No domingo, o São Paulo perdeu para o Corinthians e a torcida tricolor, também aplaudiu o time pela performance em campo. Ambos os times mostraram em campo garra, determinação e principalmente profissionalismo, que são exigidos pelos torcedores. A vitória é um detalhe. Os adversários foram superiores e mostraram isso com as bolas nos pés e dentro dos gols adversários. O Palmeiras ainda teve o agravante da violência em campo, que não contagiou a torcida, ou seja, os torcedores desta vez foram superiores aos jogadores desequilibrados.
Faço uma leitura positiva deste comportamento, no sentido de que é possível resgatar a Paz nos estádios. O exemplo foi dado. O sinal de que isso é possível foi demonstrado no sábado e no domingo, por duas torcidas reconhecidamente violentas. Desta maneira, penso que para um País que pretende sediar uma Copa do Mundo, é possível termos uma organização dentro e fora dos campos. Da mesma forma que dizem que a preparação dos jogadores evoluiu, de que os estádios estão melhores, de que a qualidade dos espetáculos cresceu, estou vendo que o comportamento das torcidas também está num crescente, a ponto de nos fazer acreditar que: crianças, idosos, mulheres e qualquer pessoa comum, podem assistir uma partida de futebol num estádio onde dois times tradicionais se enfrentem dentro de campo.
A minha lamentação continua sendo aos dirigentes. É impressionante verificar uma conspiração de evolução em uma série de detalhes quanto ao espetáculo em si, e ainda verificar que dirigentes de futebol se comportam de forma tão mesquinha, pequena, amadora e de forma despreparada. Enquanto as torcidas deixam os estádios lamentando as derrotas dos times, os dirigentes faziam fofocas, intrigas, acusações e justificativas infundadas pela desclassificação das equipes dentro de campo. Ficou comprovado, para mim, que o descrédito do dirigente é cada vez mais latente e que a torcida não agüenta mais ouvir besteiras de cartolas e de alguns cronistas esportivos, que também não perceberam que o futebol em si evolui. Ainda bem que existem muitos times de futebol para torcer e muitas emissoras de rádio e TV para escolher. Falou ou fez bobagem é só mudar. Quem tiver competência se estabelece. Ronaldo, o fenômeno, que o diga.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Feriado é para cansar ou descansar?
Neste mês de abril é o mês do ano com maior número de feriados em dias úteis. Passada a sexta-feira santa e a Páscoa, com todos que converso, o comentário é um só: “Puts... to cansado”. Pelo fato de muita gente ter dito isso, parecendo até que foi combinado, imaginei que fosse um sinal para fazer este tipo de reflexão. Afinal: feriado é para cansar ou para descansar? Faço este questionamento, porque também conclui que estou muito cansado, depois de três dias de folga sem trabalhar.
Não quero entrar no mérito se o feriado é correto ou não, se prejudica ou não o comércio e tudo mais. Ou se o feriado é para pensar nos motivos da paralisação. Quero pensar na questão do aproveitamento do tempo e se isso trará qualidade de vida ou não. Muitas vezes deixamos para o final de semana, ou até mesmo para os feriados, uma série de tarefas que não gostamos e que sempre vai ficando para depois. É um conserto aqui, uma pesquisa de preço ali, uma arrumadinha lá, uma revisão de última hora e assim vai. Acredito que todos pensem assim: “Ah... no feriado eu vejo”, ou então: “Ah... no final de semana eu faço isso”, e assim vai ficando até que não tenha mais jeito, e passamos a fazer o que tem que ser feito, de qualquer maneira e a qualquer instante.
Procuro ser uma pessoa planejada, mas confesso que são muitas as atividades que deixo para o feriado e final de semana, e no final, acabo tendo que admitir que não fiz nada daquilo que queria e que vou precisar de outro final de semana, ou então, esperar o próximo feriado para concluir o que queria. Sinto-me um idiota, quando chego a esta conclusão, pois percebo que aproveitei muito mal o tempo que tive e que não fui capaz de tomar a iniciativa e fazer o que me propus a fazer, mentalmente, como se eu fosse uma máquina programada para executar tarefas previamente elaboradas com dia, hora e tempo de execução.
Por outro lado penso que tudo que deixamos para fazer depois, ou quando o feriado chegar, não é importante. Desta forma, acredito que o nosso cérebro não ajuda a gravar e certamente não estimula a gente a realizar aquilo que não consideramos prioritário. Assim sendo, tudo que aparecer durante a tentativa de fazer aquilo que foi pensado, passa a ser mais prioritário, ficando o que foi planejado menos importante para o final. Penso que seja um problema de foco. Será que a partir do momento que eu focar melhor os meus desejos de finais de semana ou até mesmo dos feriados, terei meu planejamento concluído? Acredito que sim. Desta forma o ideal é fazer um exercício de mentalização e buscar prazer nestas realizações, pois, sei que a partir do momento que houver prazer, meu cérebro fará com que esta atividade seja prioritária.
Sou da opinião de que é preciso sentir prazer em tudo que a gente faz. Aprendi que a felicidade é o resultado de pequenos bons momentos. Assim sendo, se eu tiver muitos bons momentos, terei boa parte do meu tempo com a felicidade que tanto desejo. No emprego, na família, na Rua, na atividade voluntária, sozinho, ou qualquer coisa que eu venha a fazer, se eu acrescentar o prazer, é bem provável que eu sinta a felicidade. Não imagino felicidade e prazer separados. Penso que ambos estão ligados diretamente. Quando eu tiver um terei o outro. Não importa a ordem. Posso sentir a felicidade tendo prazer e terei prazer em sentir a felicidade...
A partir de agora, seja qual for o feriado ou o final de semana, vou mentalizar atividades prazerosas para reunir os momentos felizes a maior parte do dia. Igual ao que eu faço quando estou desenvolvendo minha atividade profissional durante toda a semana. Igual ao que eu faço quando estou desenvolvendo atividade voluntária pelo Rotary International, que faço constantemente. Da mesma forma que procuro ficar ao lado de minha esposa, filho, amigos e familiares sempre provocando o prazer e a felicidade, pois estar feliz com prazer ao lado das pessoas que gosta, só pode ser algo divino. Que venham os feriados e os finais de semana...
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