sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A paralisia infantil em breve atacará às nossas crianças

Ao observar o desinteresse da população em vacinar as crianças contra a paralisia infantil, começo a acreditar que em breve o Brasil voltará a ter casos de paralisia infantil registrados. Da mesma forma que a febre aftosa voltou, a dengue voltou, a gripe voltou e assim sucessivamente. Tudo por falta de envolvimento da sociedade e de doenças em que a mudança no comportamento humano é a maior arma contra esses vírus que matam. Fiquei decepcionado em ver que a Secretaria Municipal da Saúde teve que adiar por três vezes o encerramento da campanha, e mesmo assim não atingiu a meta de 100% de vacinação, tão pouco a meta aceitável pela Organização Mundial da Saúde. Uma vergonha. Para quem não sabe de primeiro de janeiro a primeiro de julho de 2009, foram registrados 600 casos de paralisia infantil (poliomielite) em todo o Mundo, contra 714 no mesmo período de 2008. No total, o mundo contabilizou 1.652 casos de pólio no ano passado, e as estimativas para 2009 ficam em torno de 1.200 casos, mostrando que a doença continua recuando, diante de todo o esforço que os agentes de saúde, os rotarianos, voluntários, os médicos e enfermeiros se dedicam nesta causa. Segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), de primeiro de janeiro a primeiro de julho deste ano, tivemos 160 vítimas da paralisia infantil nos chamados países reinfectados. E que fique claro: a pólio hoje em dia é realmente considerada endêmica em apenas quatro países: Índia, Nigéria, Afeganistão e Paquistão. Mas para a minha surpresa, 15 países africanos, onde a doença vem sendo registradas, mesmo que com poucos casos, voltaram a ter a paralisia infantil como problema preocupante. Agora são 19 Países em que o vírus é uma ameaça. O que assusta é que estes 160 casos contabilizados nos países reinfectados, neste primeiro semestre de 2009, já ultrapassaram a soma de todos os casos registrados nessas mesmas áreas ao longo de todo o ano de 2008, que foi de 146 casos, ou seja, em termos absolutos, a pólio está recuando, não há dúvidas, mas o vírus voltou a se alastrar, ainda que de forma tímida, em áreas onde já havia sido controlado. Não atingir a meta estabelecida para vacinar todas as crianças é uma ameaça para que este malefício volte a afetar seres humanos dos mais vulneráveis e que carregarão esta marca pelo resto de nossas vidas. Como bem diz o médico ortopedista, Darci Cavalca, que faz uma série de palestras de alerta sobre a paralisia infantil, inclusive mostrando fotos chocantes da doença, não podemos baixar a guarda. A qualquer momento esse vírus pode chegar até aqui, em questão de horas, e se as nossas crianças não estiverem protegidas, serão vítimas da doença. Para que uma criança contraia a pólio, mesmo num país onde a doença é considerada erradicada, e onde a maioria absoluta da população está sendo vacinada, como é o caso do Brasil, basta que ela não tenha tomado a vacina e entre em contato com o vírus que só ataca seres humanos, ou seja, havendo os cuidados de saneamento básico, fica mais difícil do vírus sobreviver, porém, não são essas as nossas realidades no Brasil, no Estado de São Paulo e em Marília. Ao observar a volta da Dengue, que apenas o comportamento humano pode combater o mosquito, e agora ver o que a Gripe está fazendo com a humanidade, passo a temer pela paralisia infantil que também depende da mudança do comportamento humano para ser evitada, seja nas políticas públicas de saneamento como o de vacinação. O primeiro caso, depende dos nossos governantes, mas o segundo não. Um pai ou uma mãe que não leva uma criança para ser vacinada contra a paralisia infantil deveria ser processada na Justiça como ameaça à sociedade como qualquer outro irresponsável é punido na Justiça Criminal, o que não me parece ser uma preocupação das nossas autoridades, que preferem multar e punir quem não tirou um título de eleitor do que um adulto que não protegeu o próprio filho e colocou em risco as demais crianças. É lamentável o ponto que a ignorância humana chega. Sem contar os problemas que uma criança com paralisia infantil provoca na sociedade, além os dela próprio. Daí o pai ou mãe aparece com cara de piedade e boa parte da sociedade fica com pena da família. Concordo com o ato de solidariedade com a criança, mas defendo que o pai ou a mãe deveriam ser punidos por não terem se preocupados com o próprio filho, pois as campanhas de vacinação são amplas, gratuitas e estão cada vez mais próximos dos mais ameaçados. Penso que chegará o dia que a campanha terá que ser em porta em porta. Mas para isso o vírus terá que voltar a ser um problema. Hoje é apenas uma ameaça, mas como dizem: é preciso que o mal aconteça para que providências sejam tomadas. Quando é que aprenderemos que a prevenção tem menos custo financeiro e logístico? Será preciso mais crianças morrerem ou serem vítimas da paralisia infantil para que a sociedade desperte? Enquanto que o problema não for seu, não se faz algo. Aliás, o que o amigo leitor ou leitora fez para que a campanha atingisse os 100% das crianças? Só levou para vacinar as próprias crianças? Acha que isso é o suficiente? É melhor do que nada, mas ainda não resolve. É preciso levar as próprias crianças e fazer com que outras sejam vacinadas também, senão os conceitos de fraternidade, conscientização social, humanidade, dentre outros, terão que ser revistos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Trabalhar em equipe chega a ser antiético

Assisti com atenção a entrevista do tricampeão mundial de Fórmula 1, o brasileiro Nelson Piquet, em defesa do filho, que foi o pivô do banimento do chefe da equipe dele, na época, Flávio Briatore, do automobilismo mundial. Recordo-me da batida no ano passado, mas sendo um carro de fórmula 1, naturalmente espera-se sempre algo destruidor. A preocupação sempre é se o piloto sofreu algum ferimento fatal ou não. Talvez todos os telespectadores até gostem de ver batidas, trombadas e quebras dos carros. Coisas que são anormais. Natural do ser humano, pois, o que é anormal sempre chama e chamará a atenção, até o fim dos tempos. Considero o comentarista Reginaldo Leme, com quem tive o prazer de viajar junto muitas vezes quando ele acompanhava o futebol nos anos 80, um dos melhores e maiores especialistas do mundo, no que se refere automobilismo. Inclusive, ele é sobrinho de um ex-técnico de futebol, o folclórico João Avelino, aqui da cidade de São José do Rio Preto. A entrevista, conduzida por ele, foi muito fraca. Ficou nítido para mim, que Nelson Piquet, que nunca gostou de entrevistas, convidou Reginaldo Leme, que “dizem”, foi o primeiro a denunciar a trama de Briatore envolvendo Piquet Filho. Percebi que o tricampeão Nelson Piquet quis demonstrar que foi ele quem fez a denúncia e não o filho, inocentando o jovem piloto do que acontecera. Talvez tenha ficado pior, pois, se o menino aceitou e cumpriu, passa a ser parte envolvida. No entanto, sendo subordinado à Briatore, ele foi “obrigado” a fazer a manobra do acidente. Considero essa obrigação correta. Não entendo muito a questão de denunciar isso, depois que o dispensaram da equipe Renault. Já assistimos comportamentos semelhantes. Um manda e outro obedece, ainda mais esporte da F-1. Barrichelo foi o campeão da submissão. Não tenho dúvidas de que se ele enfrentasse esse poder hierárquico, já teria sido campeão mundial, mais de uma vez. Ele é um excelente piloto. Mas, também, aceitou ordem do chefão e teve a carreira rifada. Senna e Prost fizeram isso mais de uma vez. O próprio Schumaker fez isso de forma até mais vergonhosa. Hamilton fez recentemente uma barberagem proposital, de olho no campeonato. E o Alonso, então? Fez coisas parecidas. Isto quer dizer que: na competição acontecem coisas estranhas, que a meu ver é o trabalho de equipe, ou seja, quando se trabalha em equipe atitudes antiéticas são possíveis? Não podem ser desta maneira. Acompanhando o esporte por muitos anos, quando tive oportunidade de trabalhar na Rádio e TV Bandeirantes, Rádio e TV Record e Rádio e TV Gazeta, todas de São Paulo, vi coisas que me fizeram desacreditar em esporte profissional. Os resultados são maqueados, sempre que houver necessidade e que a maioria será beneficiada. No futebol, por exemplo, isto acontece, porém, muitas vezes o combinado dá errado, e daí a gente observa alguns absurdos em finais de título brasileiro ou estadual. Futebol não tem lógica e daí o combinado nem sempre dá certo. Conheço pessoalmente o Nelson Piquet Filho. Quando eu acompanhava a performance do piloto mariliense João Barion Neto, nas pistas de Kart, vi esse garoto filho de um tricampeão subir em muitos pódiuns, sempre de forma educada, pois é uma pessoa super educada, mas que foi obrigado a obedecer o chefão Briatore, o que qualquer um de nós faria da mesma forma, como campeões mundiais já fizeram e muitos farão. Não é esta a observação que faço da entrevista. O que me chamou a atenção foi ver um pai, super correto em sua carreira, não aceitar esse tipo de situação, sendo campeão três vezes nunca aceitou e sempre peitou os chefões, e percebeu a situação ridícula do filho que tem um grande potencial para o automobilismo. Pai nenhum agüenta isso, sem fazer nada. Piquet pai e Piquet filho não viveram juntos. Senti um pai desesperado em ajudar o filho, e promover um depoimento no Fantástico querendo ajudar o filho de alguma maneira, pois a palavra dele pesa no automobilismo mundial, como pesou. Espero que este episódio venha a unir pai e filho, como sempre deveria ser independente do que aconteceu com a família. Nada justifica a distância de um pai com o filho. Como disse a um grande empresário de Bauru, que me ligou estarrecido com a entrevista de domingo: Quem admira o tricampeão Piquet, continue admirando, pois, a entrevista foi o desespero de um pai, querendo que o filho tenha outra oportunidade. Que o filho cometeu um erro (que muitos cometem) e que aprendeu a lição: que no esporte é preciso ser mais do que campeão, e que muitas vezes, ao pensar na equipe agimos de forma antiética. Constantemente a vida nos dá sinais estranhos que custamos a entender, e que no final dá tudo certo. Como diz o ditado: No final dá tudo certo. Se não der, é porque não chegou o final. Espero que Piquet pai e Piquet Filho estejam mais unidos, pois essa união vai nos trazer um super campeão de Fórmula 1. A tendência é que os filhos sejam melhores que os pais. Se forem bem preparados, todos com certeza serão.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ARTIGO - O que será que está acontecendo?

Fiquei assustado quando vi as imagens na TV da chuva de areia que invadiu a Austrália. De um lado, água. De outro, seca. E agora vem a areia. Passei a refletir o que pode estar acontecendo de tão sério para que a natureza reaja desta forma tão violenta. Seca, enchentes, degelo, tsunamis e outras formas terríveis de manifestações naturais, que não deixam de ser sinais para que o ser humano passe a prestar mais atenção no que vem fazendo com o Planeta Terra. É cansativo dizer, mas há tempos que esta agressão vem sendo demonstrado de diversas formas. As denúncias são tantas que as imagens que aparecem na TV todos os dias, passaram a ser tão corriqueiras que nem prestamos mais atenção. Essa chuva de areia me fez parar para perceber isso. Tem gente que acha linda a imagem das geleiras se derretendo, ou até mesmo de áreas desérticas. Não tenho dúvidas de que tudo isso é um alerta de que é preciso fazer alguma coisa. Coincidentemente os líderes de todas as nações estão reunidos na ONU, em New York, para falar sobre o assunto. Coincidência? Não acredito. A vida é feita de sinais, e pelo visto não estamos sabendo interpretar a reação da natureza. Acredito que os problemas que vivemos hoje, com chuvas exageradas, secas intermináveis, ventos cada vez mais velozes, e agora a chuva de areia nos centros urbanos, são demonstrações de que é preciso fazer algo para que tenhamos um Planeta Terra melhor para os nossos filhos. Mas o que eu posso fazer? Sinto-me escravo de uma série de hábitos que não consigo mudar. Estou esta semana sem meu carro, que está na oficina graças a um motorista de caminhão desatento que me encontrou no caminho, e percebeu isso tarde de mais. Estou aleijado. Não consigo ir a lugar algum a pé, ou ficar na dependência do outro. Como posso viver sem um automóvel? Observo que este é o maior equipamento que tenho que ajuda acabar com a camada de ozônio, porém, tenho uma dependência umbilical com este equipamento que não consigo viver sem. Será que eu me desfazendo do carro ajudaria em algo, para preservar o Planeta Terra do super aquecimento? Penso que não. Mais uma vez chego a conclusão que sozinho não posso fazer nada. Achei interessante a manifestação do Dia Internacional Sem o Carro. Justamente na semana que fiquei, inteirinha, sem meu carro. Que horror. Acredito que terei que pensar em outra forma de ajudar, pois o pouco que tenho acesso, sempre chegarei a conclusão de que minha ação é infinitamente pequena, da necessidade que o Planeta pede. Mas farei minha parte: vou procurar utilizar cada vez menos o meu automóvel. Vou ressuscitar minha bicicleta, comprar um tênis muito bom e investir nas caminhadas... epa!?... desta maneira posso aproveitar e perder uns quilos de gordura, melhorar minha condição física e revitalizar meus hormônios. Vi vantagem. É sempre assim: é preciso ter vantagens para promover mudanças de comportamentos radicais. Ao investir na saúde poderei fazer a minha parte para diminuir o aquecimento global que por conseqüência agredir menos a natureza. E mais: com a diminuição do uso de meu carro, passarei a investir menos em manutenção do veículo, ou seja, tenho inúmeras vantagens caso eu me proponha ajudar a diminuir o aquecimento global. Assim sendo, vou procurar investir em mim, que ajudarei o Planeta Terra. Mas espere ai? Então quer dizer que eu investindo em mim, ajudo o Planeta? Como sou burro mesmo... Mas será que sou o único?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pensei que não fosse possível, mas é

Impressionante como todos nós custamos a acreditar em algo que nos é falado da boca para fora. Sempre ouvi dizer que em determinados países a conscientização no trânsito era diferente no Brasil. Sabe aquelas histórias de que o brasileiro é o pior motorista do mundo e que os estrangeiros é que são maravilhosos? Pois bem. Estive recentemente na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, e tive a oportunidade de testemunhar algo surpreendente: motorista de carro brasileiro com consciência e educação no trânsito. Isto quer dizer que eu pensava que não fosse possível ver isso, e acabei vendo e participando do fato.A cidade de Gramado é encantadora. Nada é parecido com qualquer cidade paulista. A arquitetura é diferente, o clima é especial, as ruas e calçadas devidamente planejadas, lojas encantadoras, flores.... muitas flores.... e em todos os lugares... realmente é uma cidade nada brasileira. Dois detalhes que me chamaram muita atenção: semáforos e fios elétricos suspensos. Simplesmente não existem. A Avenida principal, chamada de Borges de Medeiros, é a mais longa, a mais larga e a que reúne os principais estabelecimentos comerciais. Toda nivelada, sem um semáforo e todos os fios (elétricos e de telefonia) embutidos.Pode parece coisa de arquiteto, ou urbanista maluco, mas realmente a impressão é outra sem aquela teia de fios em todos os postes de Rua. A impressão que se dá, aqui no Estado de São Paulo, é que tendo poste é para pendurar fios. Seja qual for: cordas, fios elétricos, telefonia, TV a cabo, iluminação e por ai vai. Em Gramado o poste tem somente lâmpadas. Todos eles são padronizados, e ainda de uma forma que a arquitetura da Rua absorva de forma natural, sendo imperceptível na visão do cidadão.Uma cidade em que o turismo é o principal produto do município, taxi e carros especiais de transporte são muito comuns transitarem para lá e para cá. Existe até um restaurante que oferece uma “limusine” para buscar os clientes e levá-los de volta. Diante de tanto carro, imagina-se que qualquer cabeça de bagre é o motorista. Engano. Os que eu tive oportunidade de conhecer, eram todos bem educados, solícitos e sempre demonstrando interesse em ajudar e auxiliar no que fosse preciso. Uma simpatia a toda prova.Numa das corridas entre o local do evento que fui e o hotel, peguei um taxi e conversava com o motorista durante o trajeto. Enrolei, até perguntar: “Esta cidade não tem semáforo?”, para minha surpresa o rapaz respondeu: “Não”. Curioso que eu estava, indaguei: “Porque não?”. Pacientemente o motorista, sem se irritar e sem olhar com aquele pensamento que me acusara de imbecil, respondeu: “Aqui a gente acredita que povo educado não precisa de semáforo”. Não foi preciso me dizer mais nada. Entendi perfeitamente a mensagem e parabenizei não só ele pelo comportamento, mas a forma dele pensar.Realmente em Gramado (em Porto Alegre também percebi isso), quando o pedestre pisa na Rua ou Avenida, o motorista reduz ou pára o veículo. A velocidade não é exagerada e existe tempo para tudo, sem a necessidade de buzinar ou gritar. Fiquei impressionado com o comportamento e a forma de pensar neste sentido daquelas pessoas, pois já assisti em São Paulo e até mesmo na cidade de Marília, cenas bárbaras de pura selvageria.Ainda não acreditando que havia percebido isso, pensei que fosse algo de minha imaginação e ainda contaminado com o entusiasmo e ansiedade que me acompanham em todas as viagens que faço. Ao encontrar Liza, minha esposa e amada, ela faz o mesmo tipo de comentário que o meu, mas antes que eu pudesse lhe contar a experiência que presenciei. Se eu que sou um “búfalo”, percebi isso, imagine Liza, que mais parece uma “borboleta”. Conclui que o comportamento do motorista é comum naquela cidade e região, o que me faz crer que seja possível um dia enxergar isso nos motoristas paulistas.Para aqueles que ficaram pensando o que eu fazia sozinho no Taxi? Respondo de imediato: Enquanto eu participa do evento, Liza foi conhecer todas as lojas da cidade, e para minha surpresa não comprou quase nada. Pensei que isso não fosse possível, mas é.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Não é possível viver sem Internet

Sei que muitas pessoas podem não concordar comigo, mas a cada dia que passa percebo que a Internet chegou para ficar e fazer parte de nossas vidas. Ao participar recentemente de um evento específico sobre comunicação na Web, em São Paulo, fiquei surpreso ao notar que este comportamento a cada dia que passa está se tornando um hábito comum entre os seres humanos. Vejo que as facilidades de comunicação estão cada vez mais intensas e só não se comunica de forma rápida, direta, prática e objetiva quem não quer ou quem não sabe. O fato de não querer é uma alternativa, mas não se comunicar por não saber, é algo preocupante. Fico assustado toda vez que ouço de uma pessoa, conhecida ou não, que afirma não gostar de computador e Internet. Neste mesmo instante, passa em minha mente se aquela pessoa é normal ou não, pois, como é possível viver bem sem lidar com tudo isso? Pode parecer meio neurótico, mas não consigo imaginar uma pessoa que não tenha conhecimento de Internet, ou lidar com um computador para troca de e-mails, ler sites e fazer pesquisas. Essas pessoas que afirmam não gostar, ao avaliá-las melhor percebo que existem outras dificuldades no dia-a-dia daquela pessoa, e a afirmação de que não gosta, na verdade é de que desconhece o trato com tantos equipamentos. Ao ouvir a professora Elizabeth Nicolau Saad Corrêa, uma autoridade em comunicação digital, tive a certeza de que somos obrigados a entender todos esses mecanismos, por bem ou por mal. Melhor que seja por bem, pois desta forma o que seria uma briga com a máquina, passa a ser algo prazeroso. Carolina Frazon Terra em seu livro: Blogs corporativos – modismo ou tendência? Comenta exatamente sobre esta comunicação direta e mais informal com diversos públicos. Orkut, Faceboock, Twetter, MSN, e tantas outras ferramentas de Internet, são instrumentos que precisaremos saber manipular para poder nos comunicar de forma adequada. Ouço dizer que as páginas de relacionamento na Internet são perigosas. Uma faca também é perigosa, porém serve para passar manteiga no pão, até matar uma pessoa. Depende da forma como utilizá-la. Não acredito que um site pessoal seja perigoso, mas o que nada vida não é perigoso? Carro? Avião? Bebida? Cigarro? Comida? Respirar? Enfim, para andar para frente é preciso se desequilibrar, e assim sendo, como diz a propaganda do famoso jornal: o que movimenta o mundo são as perguntas e não as respostas. Amigo leitor nunca diga que não sabe mexer com Internet, que não gosta de computador e que não se liga muito para as páginas de relacionamento. Você pode ser caracterizado como uma pessoa ignorante. Não saber usar telefone celular para enviar mensagens, também é outro indicativo que você faz parte do passado, e por tudo isso, pode não ser levado a sério. Assim sendo, esforce-se. Procure entender, manipular e até utilizar essas ferramentas de comunicação que são espetaculares, e tenho certeza de que a partir do momento que você começar a entrar no “Mundo da Net”, você encontrará amigos, pessoas iguais a você e saberá interagir com os seus defeitos virtuais e verás que para evoluir é preciso fazer muitas coisas de que não gosta e que talvez traga até uma certa dor... Que essa dor não seja de indiferença, pois se todos navegam pela Internet, você vai querer ficar fora disso? A Internet não tem volta, sendo assim, passe a aceita-la e enfrente mais esse desafio. Tenho certeza que vai gostar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Rio de Janeiro continua lindo

Tive a oportunidade de visitar recentemente as cidades de Volta Redonda e o Rio de Janeiro. Novamente fui me apresentar numa de minhas palestras e retornei mais encantado do que fui. Não conhecia a cidade de Volta Redonda, que detém o título de: a Cidade do Aço, em razão da usina da CSN ter uma grande influência naquele município. Além de fazer novos amigos fiquei encantado com a beleza da cidade, a organização e a qualidade das pessoas. O Rio de Janeiro, como diz a música de Gilberto Gil: continua lindo. Estive na capital do Rio há 20 anos atrás, nas minhas andanças pelos campos de futebol de todo o Brasil, quando fui cronista esportivo da capital paulista. Mas por falta de cultura e conhecimento na época, não pude aproveitar este período para conhecer as capitais e cidades que tive oportunidade de visitar como eu deveria. O Rio de Janeiro é mais conhecido por mim, pela televisão do que pessoalmente, pois conhecia muito bem o trajeto do hotel até o estádio, e só. Ao lado de duas pessoas iluminadas que tive o prazer de conhecer em Volta Redonda, Mara e Carlos Freire, fui apresentado a uma série de locais da cidade do Rio de Janeiro que só conhecia por fotografia, filmes e comentários. Pude perceber o motivo de chamar a cidade do Rio de Janeiro, como a Cidade Maravilhosa. Admito que eu pensava que se tratava de marketing, de propaganda e de pura campanha da TV Globo em favor do Rio de Janeiro, do que a realidade pura e simples. O Rio de Janeiro é simplesmente maravilhoso por um conjunto de situações que pude sentir e perceber nos dias que passei. Os meus cicerones me levaram em muitos lugares com riqueza de explicações e demonstrações. O que eu adorei é que eles além de mostrarem para mim o local, falavam sobre ele. Senti muitas saudades da companhia da Professora Rosalina Tanuri, a historiadora de Marília, nesta ocasião, pois sempre que é possível conversamos a respeito da história das cidades. No entanto, vi ruas e avenidas largas, calçadas planejadas, prédios encantadores, muita arborização, limpeza, pavimentação boa, e uma receptividade incomum do carioca. Aliás, penso que a simpatia do Rio esteja no trato do carioca. Como eles sabem ser simpáticos e receptivos. Todos com quem abordei fui muito bem atendido. Conheci o centro da cidade e fiquei assustado com aquelas ruas estreitas e ainda com paralelepípedos e em alguns casos até amedrontado ao passar por pequenas arestas entre um prédio e outro, cenas que eu via na televisão, mas achava se tratar de exagero de minha parte. Realmente muito do período do império é possível ser visto nos dias de hoje no centro do Rio de Janeiro, bem diferente do que observo no centro da capital paulista. As travessas do Rio de Janeiro são diferentes de São Paulo, sem contar a arquitetura que é incomparável em solo fluminense. Devo dizer que adorei conhecer este lado do Rio de Janeiro. Sei dos problemas sociais e econômicos que a cidade e o estado enfrentam, mas penso que seja o preço que pagam pela falta de planejamento. Aliás, ao conversar com várias pessoas formadoras de opinião naquela cidade, senti a existência de uma certa diferença entre o carioca e o fluminense. Resquício de um preconceito ainda do período em que o Rio de Janeiro era a capital federal, apartada do estado, sendo unificada de forma obrigada e sem muita explicação. Percebi a existência de um movimento no sentido de tornar o Estado do Rio de Janeiro de um único povo, o que para mim, pode ser a explicação de tanta indiferença que senti entre determinados segmentos do interior com a capital. Mas fora este aspecto político, quero dizer que o Rio de Janeiro conquistou mais um admirador. Tenho dúvidas se fui influenciado por pessoas apaixonadas pela cidade, ou até mesmo, por companheiros que defendem o Rio de Janeiro por tudo que é mais sagrado, mas quero concordar que a cidade encanta qualquer pessoa que esteja disponível a admirá-la. Pode ser que o diferente nisso tudo seja eu, que estive aberto para receber o Rio de Janeiro como deveria ser, afinal, a cidade faz parte da história do nosso País, e isso é inquestionável. Enxergo, a partir de agora, o Rio com outros olhos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

É preciso saber se relacionar com computadores

Não tenho a menor dúvida de que ainda seremos classificados como sendo do grupo que sabe mexer em computadores e os que não sabem. Tive uma experiência muito interessante esta semana e senti profundamente como a ignorância em lidar com computadores é dolorosa. Fui convidado para uma palestra em Blumenau, em Santa Catarina. Mais de 700 quilômetros de distância, e como meu filho está morando em Curitiba, resolvi ir de carro para passar um dia com ele no sul do País. Eu e Liza (minha esposa) nos arrumamos e nos preparamos, e a minha ansiedade era maior em estrear uma viagem com o GPS de navegação. Confesso que meu primeiro erro foi achar que a máquina faria tudo por mim. Percebi que ela só faz aquilo que está programado, como eu não tive muito tempo de estudar o manual, resolvi arriscar. Fiz as operações básicas e fomos para estrada. Até Curitiba não haveria problema, pois, conheço a estrada e já fomos várias vezes. Meu receio era para o período após Curitiba. Não sei por qual razão só tinha em mente a estrada BR 116 para Blumenau. Ao chegar em Curitiba a máquina pedia para eu fazer um caminho e eu resolvi ver as placas, como antigamente. Não deu outra: eu e o GPS passamos a não nos entender mais. A irritação se dava em função de que a máquina me pedia para fazer uma manobra e eu não fazia, pois seguia a placa da BR 116. Depois de admitir que estava perdido, pois as placas sobre Blumenau sumiram e de irritar-me com o GPS que me contrariava, resolvi informar-me na Polícia Rodoviária, e descobri que estava quase 200 quilômetros de distância de Blumenau, que teria que seguir a BR 101 e não a 116. Por eu não estudar o caminho e não ler o manual do equipamento, sofri para entender que todo e qualquer computador foi criado para servir, desde que a pessoa saiba o que quer. Neste caso eu não sabia manusear bem a máquina e tão pouco conhecimento do caminho que eu tinha que percorrer. O ensinamento maior foi de que as relações humanas sempre prevalecerão. As máquinas certamente vão facilitar nossas vidas, mas é preciso que nós saibamos manipular o equipamento. De nada adianta ter e não saber usar. Nada adianta ter a tecnologia a disposição, e ser resistente ao uso da máquina para a melhora na qualidade de vida. Das vezes que tive que perguntar para uma pessoa onde eu estava, senti que a abordagem humana ainda é a melhor, mas é possível ter ambas. Nada impede de eu ter o GPS, devidamente programado, e ainda manter contato com outras pessoas. Depois de devorar o manual de instrução e decorar o mapa do caminho de volta, foi quando senti o prazer de ser assessorado por um computador. O mesmo prazer de utilizar um computador, leptop, câmara digital, microndas, aparelhos de DVD, CD, MP3, celular e tudo mais. Esses equipamentos servem para que tenhamos qualidade de vida, e não estresse, raiva, nervosismo ou sentimento de ignorância. O GPS será incorporado em nossas vidas da mesma forma que outros equipamentos essenciais nos dias de hoje, por isso, não adianta resistir: aprenda a manuseá-los senão irá sofrer, e muito. Esta viagem com o GPS proporcionou a mim e a Liza, mais tempo para conversarmos durante o trajeto que foi prolongado, conhecemos lugares que não estavam no programa, bem como tivemos a sensação de que nestes momentos ruins, nos aproximamos mais ainda, afinal, os problemas também servem para unir pessoas, mesmo elas se amando mutuamente como o nosso caso. Tenho certeza de que esta viagem para Blumenau nunca será esquecida por nós, por várias razões, mas esta parte do uso inadequado do GPS foi a parte que será diferente e certamente a mais engraçada. Chego a conclusão que temos que enfrentar essas barreiras tecnológicas. Nunca diga que não sabe ou que não gosta, pois isso pode deixar você naquele grupo de “analfamicros”, ou seja, os analfabetos de microcomputadores. Veja como um desafio, pois, enfrentar uma máquina ainda pode ser divertido. Hoje eu domino o GPS, e para ser sincero sinto-me melhor.